A herança é maldita, mas não como você pensa: Qual é o Brasil que Lula vai assumir?
Após 4 anos de governo Bolsonaro, Lula se prepara para o seu terceiro mandato, e, como em 2003, quando sucedeu Fernando Henrique Cardoso, volta a dizer que está recebendo uma herança maldita

Não é de hoje que os políticos eleitos se utilizam da tática da “herança maldita” para dizer que o antecessor não fez um bom trabalho e que terá muito a consertar.
Isso pode servir como justificativa para pedir licença para gastar mais ou convencer a população da necessidade de reformas. Num caso ou no outro, a verdade é que nem sempre é tão simples saber separar o fato da narrativa.
Após 4 anos de governo Bolsonaro, Lula se prepara para o seu terceiro mandato, e, como em 2003, quando sucedeu Fernando Henrique Cardoso, volta a dizer que está recebendo uma herança maldita.
Como essa questão divide não só os políticos, mas também a Faria Lima, conversamos com uma economista especialista em fiscal, tema prioritário pro Brasil hoje, para entender qual será efetivamente a herança que o próximo governo irá receber: boa, ruim ou mais ou menos.
Leia também:
- Dividendos do CPTS11 despencam 19% em um mês, mas gestora do fundo imobiliário promete estabilizar ganhos — veja como
- Bolsa agora: Ibovespa opera em alta de 3% com recuperação da Petrobras (PETR4) e baixa liquidez; dólar cai
- Copa do Mundo Brasil X Sérvia: Brasil é favorito, mas zebra rende lucro de até 600% em casas de aposta; e agora?
A questão fiscal do Brasil
Yara Cordeiro, economista da Novus Capital, dividiu a bancada com Guilherme Motta, gestor do Studio Long Bias, num episódio que foi da questão fiscal brasileira ao futuro da Natura em pouco mais de 2 horas de duração.
Yara explicou os pontos positivos do atual governo e a questão da herança maldita:
Leia Também
Super Quarta de contrastes: a liquidez vem lá de fora, a cautela segue aqui dentro
O melhor aluno da sala fazendo bonito na bolsa, e o que esperar dos mercados nesta quinta-feira (18)
“O governo começou muito bem do ponto de vista fiscal, na minha opinião. A Reforma da previdência foi importantíssima e muito boa. Reajustes para o funcionalismo, contratações e outros gastos tiveram um freio.
“Mas, nos últimos 12 meses, isso foi praticamente por água abaixo. Desde a PEC dos precatórios, passando pelos gastos para se reeleger, gerou-se uma gastança quase desenfreada. Deixaram de lado todas as premissas de fiscalismo e destruíram o arcabouço institucional que existia. A gente descobriu que uma PEC não adianta para uma regra fiscal, porque é possível mudar no momento que você quiser.”
“Na minha opinião, os últimos meses geraram uma herança maldita.”
O Brasil que Lula vai assumir
E essa herança, para ela, vai além da questão fiscal:
“A herança é maldita especialmente pela quebra institucional. Como serão as próximas eleições? Todo mundo poderá gastar o quanto quiser? O governo que se dizia liberal se desvirtuou. Esses últimos 12 meses foram caóticos.”
Por isso, na visão dela, se o governo "liberal" foi capaz de abrir mão da responsabilidade fiscal e desfazer importantes regras, o próximo, que em tese é mais “gastão”, se sentirá no direito de fazer igual, ou até pior.
Voltaremos a ser o "Brasilzão velho de guerra, o paraíso da renda fixa”, como definiu Samuel Pessôa? Nesta semana, o André Jakurski, da JGP, disse que espera uma renda fixa performando melhor que a renda variável durante o governo Lula.
Esse risco existe, mas tudo depende do preço, como bem disse Motta: a carteira dele na Studio está rodando com uma TIR perto de 14% e algumas bizarrices de preço já começam a aparecer, como foi em 2015 e 2016, quando a nossa bolsa iniciou um forte movimento de alta.
Aguardando os próximos capítulos.
Felipe Miranda: A neoindustrialização brasileira (e algumas outras tendências)
Fora do ar condicionado e dos escritórios muito bem acarpetados, há um Brasil real de fronteira tecnológica, liderando inovação e produtividade
O que a inteligência artificial vai falar da sua marca? Saiba mais sobre ‘AI Awareness’, a estratégia do Mercado Livre e os ‘bandidos’ das bets
A obsessão por dados permanece, mas parece que, finalmente, os CMOs (chief marketing officer) entenderam que a conversão é um processo muito mais complexo do que é possível medir com links rastreáveis
A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic
O Itaú mostrou que não é preciso esperar que as crises cheguem para agir: empresas longevas têm em seu DNA uma capacidade de antecipação e adaptação que as diferenciam de empresas comuns
Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)
Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana