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Larissa Vitória

Larissa Vitória

É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo portal SpaceMoney e pelo departamento de imprensa do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

SEGREDOS DA BOLSA

Esquenta dos mercados: Ibovespa acompanha início da transição de governo em dia de balanço da Petrobras; exterior opera no vermelho após novo aperto do Fed

O discuso cauteloso do presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, azedou o humor dos investidores e pode atrapalhar os negócios locais hoje

Larissa Vitória
3 de novembro de 2022
7:49 - atualizado às 7:50
Montagem do touro dourado encarando urso dourado na frente da B3 | Ibovespa
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

O Ibovespa retorna do feriado de Finados com os investidores em busca de meios para descolar a bolsa brasileira dos mercados financeiros internacionais. A intenção é dar continuidade aos ganhos observados nas duas sessões realizadas depois do resultado das eleições presidenciais.

Não será uma tarefa fácil, porém. Ontem, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevou a taxa de juro nos Estados Unidos. O novo aumento de 75 pontos-base, para a faixa entre 3,75% e 4,00% ao ano, já era esperado.

O que azedou o humor dos investidores foi a fala do presidente do Fed, Jerome Powell. De acordo com ele, ainda é prematuro falar em pausa no aperto monetário. Pior: a taxa terminal de juro deve ser ainda mais alta do que previam anteriormente os diretores do Fed.

Diante disso, com a B3 fechada por causa do feriado, os índices de ações de Nova York fecharam em forte queda. Dow Jones, S&P-500 e Nasdaq registraram queda de 1,55%, 2,50% e 3,36%, respectivamente.

Hoje, as bolsas asiáticas fecharam no vermelho e os mercados da Europa abriram em queda. Os índices futuros de Wall Street também apontam para baixo, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano sobem forte.

Por si só, essa situação pressupõe o peso de um ajuste nos movimentos iniciais do Ibovespa, que acumula alta de pouco mais de 2% na semana.

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No entanto, há caminhos para que o principal índice de ações da B3 desenvolva uma dinâmica própria nesta quinta-feira.

Na noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL), em fim de mandato, pediu com clareza a seus seguidores que desobstruam as rodovias e permitam o livre tráfego de pessoas, veículos e bens.

Parte dos eleitores de Bolsonaro não aceita a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, bloqueia rodovias desde a noite de domingo e pede, entre outras coisas, um golpe militar.

A expectativa é de que o pronunciamento mais claro de Bolsonaro desmobilize os saudosos da ditadura e tire da inércia a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em meio à abertura de investigações contra a cúpula do órgão.

Outra sinalização positiva vem do processo de transição de governo. No início da tarde de hoje, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, receberá o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Aloizio Mercadante para dar início formal ao processo de transição.

Enquanto isso, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, líderes do Centrão já admitem a possibilidade de negociar com o governo eleito mudanças nas regras das emendas de relator, aquelas compõem o chamado orçamento secreto.

No noticiário corporativo, o dia é movimentado quando se trata de balanços das empresas, especialmente após o fechamento do mercado. A Petrobras (PETR4) é o principal nome a divulgar os resultados hoje, mas os investidores também conhecerão os números de GPA (PCAR3), Fleury (FLRY3), Lojas Renner (LREN3) e Tenda (TEND3), entre outros.

Vem mais aperto por aí

A principal fonte de ruídos para o apetite ao risco global hoje ainda é a última reunião do Federal Reserve, finalizada ontem.

Vale destacar que, historicamente, o BC dos EUA deixa para dezembro as decisões mais complexas. A ideia é que o mercado absorva as grandes mudanças para iniciar outro ano com a política monetária em novos trilhos.

Dessa vez, os investidores queriam sinais sobre os rumos da política monetária agressiva do Fed, adotada para combater uma taxa de inflação que alcançou o maior nível em mais de 40 anos nos EUA.

Neste sentido, Powell manteve a porta aberta para novos aumentos da taxa de juro: "Em algum momento será apropriado desacelerar o ritmo dos aumentos, mas ainda temos um caminho a percorrer com as taxas."

O presidente do Fed também contou que o momento para reduzir o ritmo de aperto pode acontecer no encontro marcado para o próximo mês, mas ainda não é hora de pensar no fim do ciclo de alta do juro.

Powell reforçou que, antes de dar uma trégua, o Fed precisa ter garantias de que a inflação deu uma trégua — e isso só poderá ser mostrado por sucessivos dados de desaceleração inflacionária.

Fed e sinais da economia local atrapalham bolsas da Ásia e Europa

A postura cautelosa do comandante do Fed — e o estrago causado nas bolsas nova-iorquinas — não passou despercebida pelos mercados da Ásia e da Europa.

Notícias vindas da China também ajudaram a azedar o clima. Por lá, as autoridades negaram rumores de um suposto relaxamento nas normas sanitárias e reforçaram a política de covid-19 zero.

O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços do gigante asiático caiu para 48,4 pontos em outubro. Esse é o menor nível desde maio, segundo informações da Caixin.

Com isso, a bolsa de Xangai recuou 0,19% e perdeu o patamar dos 3 mil pontos, fechando em 2.997. Puxado pela queda de ações de tecnologia, que são mais sensíveis ao aperto nos juros, o índice Hang Seng, de Hong Kong anotou perdas de mais 3%.

No Reino Unido, o PMI de serviços também recuou no mês passado e ficou em 48,8 pontos. Apesar da queda, o índice veio acima das expectativas dos analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam 47,5 pontos.

Ainda assim, as bolsas do continente operam no vermelho hoje repercutindo o Fed e à espera da decisão de política monetária do Banco da Inglaterra. O Boe deve anunciar uma alta de 0,75 pontos-base às 09h no horário de Brasília.

Alckmin aperta o 'start' na transição para o governo Lula

Por aqui, o mercado observa atentamente o início formal do processo de transição de governo. O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin está em Brasília hoje e, junto com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Aloizio Mercadante, deve se encontrar com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Antes do compromisso com Nogueira, o trio de enviados e outros petistas também farão uma parada no gabinete do senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento de 2023, para negociar mudanças no texto.

De lá, a equipe de transição segue para uma reunião com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente da Casa e um possível reforço nas negociações do Orçamento. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Lula deve fortalecer a relação com Pacheco e apoiar a reeleição do parlamentar no comando do Senado.

Agenda do dia para as bolsas

Veja os indicadores econômicos a serem divulgados nesta quinta-feira (3):

  • OCDE: CPI de setembro (8h)
  • Reino Unido: Decisão de política monetária do BoE (9h)
  • Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)

Confira também quais balanços chegam ao mercado hoje:

Antes da abertura:

  • Banco Pan (Brasil)
  • Burger King (EUA)
  • Moderna (EUA)

Após o fechamento:

  • Petrobras (Brasil)
  • AEX Brasil (Brasil)
  • Alpargatas (Brasil)
  • BR Properties (Brasil)
  • Fleury (Brasil)
  • GPA (Brasil)
  • Lojas Renner (Brasil)
  • Marcopolo (Brasil)
  • Tenda (Brasil)
  • BNP Paribas (França)
  • Enel (Itália)

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