Com alta de Mosaico, Méliuz e Enjoei, investidor manda recado: tem espaço para as techs na B3
Mercado vê nas altas expressivas do trio um indicativo de que o brasileiro está interessado nas ações de tecnologia, com destaque para varejo e serviços financeiros

O sucesso das empresas de tecnologia que abriram o capital no ano passado na B3 deve inaugurar uma nova fase na bolsa brasileira, em que cada vez mais companhias do setor estarão disponíveis aos investidores.
A estreia avassaladora das ações da Mosaico (MOSI3) — dona do Buscapé e do Zoom —, que dispararam inacreditáveis 97% nesta sexta-feira (5), serviu apenas para ressaltar o apetite dos investidores por empresas ligadas à nova economia. No mesmo dia, a varejista online de móveis Mobly saltou "apenas" 25% no primeiro pregão.
Antes da Mosaico e da Mobly, empresas como Locaweb, Méliuz e Enjoei já haviam evidenciado o interesse do mercado de capitais pelo segmento de tecnologia.
Beneficiado pela perspectiva de avanço do consumo online e de novos serviços financeiros, o trio escalou no pós-IPO: Locaweb (LWSA3) quase 400% desde fevereiro, Méliuz (CASH3) 270% e Enjoei, 115% — ambas desde novembro.
O desempenho contrasta com o Ibovespa, que desde o início da pandemia ficou praticamente no zero a zero, e anima bancos, pequenos investidores e gestoras — os dois últimos vêem nas companhias uma oportunidade para diversificar o portfólio e nutrem esperanças de encontrar oportunidades semelhantes nos próximos IPOs.
Na fila
Oficialmente, há 36 companhias na fila para uma primeira oferta de ações na B3 — apenas três delas poderiam ser chamadas de techs nativas. Mas os bancos de investimento têm uma lista de potenciais ofertas que devem tirar proveito do bom desempenho das novatas de tecnologia até o momento.
Leia Também
O responsável pela área de mercado de capitais da XP Investimentos, Vitor Saraiva, lembra que a bolsa brasileira ainda é pouco diversificada. "Há muito espaço para novas empresas e de setores representativos da economia real", diz.
O Ibovespa — índice das ações mais negociadas da B3 — ainda tem um peso enorme de bancos, Vale e Petrobras. No geral, a bolsa brasileira possui poucas empresas — são cerca de 400 —, evidenciando que o mercado brasileiro ainda tem muito espaço para crescer, agora impulsionado pelos juros nas mínimas históricas.
A Selic baixa leva o investidor a fugir de aplicações mais conservadoras, recorrendo a mercados como o de ações. O movimento é também apontado como uma das razões para a alta das empresas no pós-IPO: mais investidores na bolsa como um todo, mais gente para impulsionar os papéis dessas empresas.
De modo geral, o desempenho das ações das techs tem sido superior ao de outras empresas que abriram o capital recentemente, embora haja destaques em outros setores.
Além da conjuntura
É claro que o bom momento para o mercado financeiro não seria o suficiente para justificar a alta dos papéis até aqui — mas é uma das razões pelas quais as empresas, incluindo as de tecnologia, estão indo à bolsa agora — e desta vez na B3.
Até 2019, as techs brasileiras optavam por fazer seus IPOs principalmente nas bolsas norte-americanas. Entre elas, estão as empresas de maquininhas de cartões e meios de pagamento PagSeguro e Stone, além da XP.
Marco Calvi, analista do Itaú BBA, cita ainda o tamanho da oferta como outra razão para a escolha de empresas como a Mosaico pela B3. O IPO da dona dos sites de comparação de preços Buscapé e Zoom captou R$ 1,2 bilhão (US$ 224 milhões, no câmbio atual) na bolsa brasileira.
É bastante dinheiro, mas bem abaixo de ofertas como a da PagSeguro na Nyse, que movimentou US$ 2,3 bilhões em 2018.
Com tanta novidade na bolsa em termos de negócio, gestores de fundos que participaram de IPOs de techs na B3 dizem que elas compartilham algumas características, como um mercado grande para explorar, comprometimento da equipe de executivos e novas formas de fazer negócio.
"São empresas bastante expostas a mudanças de tendência dos hábitos dos consumidores", diz Bruno Waga, analista da gestora Opportunity, que participou dos IPOs de Méliuz e Enjoei.
Abrindo caminhos
Analistas veem a chegada das empresas de tecnologia como parte de um processo de diversificação da representação da economia na bolsa. Os segmentos de destaque entre as companhias com forte pegada tecnológica devem continuar sendo varejo e serviços financeiros.
A fila de IPOs em análise na CVM conta com pelo menos três empresas com perfil semelhante ao de Mosaico, Mobly, Méliuz e Enjoei:
- Bemobi Mobile, clube de assinaturas de aplicativos - período de reserva terminou no último dia 5; estreia nesta quarta (10);
- Westwing, e-commerce de decoração - período de reserva termina nesta segunda, com estreia na quinta (11);
- W2W, e-commerce de vinhos - oferta temporariamente suspensa.
O céu é o limite?
A máxima "retornos passados não são garantia de retornos futuros" sempre vale, ainda mais para empresas diferentes. O voo das ações do setor pode ser interrompido a qualquer momento em caso de novas informações que frustem investidores. Faz parte da dinâmica do mercado.
Mas o fato é que para essas empresas retornarem ao nível do IPO teria de ser um tombo.
O analista da Opportunity diz ver entre as novatas um desafio de manter a mesma cultura organizacional com o ritmo grande de crescimento. Na parte interna, adquirir mão de obra qualificada é um dos grandes problemas do ramo de tecnologia.
Waga comenta que outro risco para as techs é justamente aquilo que fez delas o que elas são: a inovação. "Todos esses negócios são muito novos, lidando com o que tem de mais recente no comportamento humano."
O analista diz que ainda caberá a essas empresas serem ágeis para se adaptar, diante de novas tecnologias. Gabriel Levy, colega do mesmo fundo, acrescenta que o histórico das empresas conta a favor.
"São companhias que já tiveram muitos concorrentes que ficaram pelo caminho até chegarem à bolsa", diz o especialista.
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar
Ibovespa sobe 0,24% e bate novo recorde; dólar avança e termina dia cotado em R$ 5,4248
As bolsas norte-americanas não funcionaram nesta sexta-feira (4) por conta de um feriado, mas o exterior seguiu no radar dos investidores por conta das negociações tarifárias de Trump
Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%
Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu
Ibovespa vale a pena, mas vá com calma: por que o UBS recomenda aumento de posição gradual em ações brasileiras
Banco suíço acredita que a bolsa brasileira tem espaço para mais valorização, mas cita um risco como limitante para alta e adota cautela
Da B3 para as telinhas: Globo fecha o capital da Eletromidia (ELMD3) e companhia deixa a bolsa brasileira
Para investidores que ainda possuem ações da companhia, ainda é possível se desfazer delas antes que seja tarde; saiba como