‘London Fork’: O que é a nova atualização do Ethereum que animou até o JP Morgan
A nova atualização deve trazer a moeda para um novo patamar de finanças descentralizadas e consumo de energia
O bitcoin (BTC) aprovou sua mais recente atualização, o chamado “taproot”, que vai permitir a criação de aplicações dentro da blockchain da criptomoeda. O movimento pode tornar a rede mais competitiva em relação a outras moedas que surgiram depois.
O ethereum (ETH) não deve ficar para trás, após anunciar que deve sofrer uma atualização no próximo mês. Batizada de “hard fork London”, a Proposta de Melhoria do Ethereum 1559 (EIP-1559) deve reduzir taxas e tornar a moeda deflacionária.
Para uma atualização avançar, é preciso que a rede entre em consenso, da mesma forma que acontece com o bitcoin.
As novidades devem incluir desde atraso no ajuste de dificuldade até criação de novos contratos, mas Orlando Telles, diretor de Research da Mercurius Crypto, comenta os principais pontos que mexem diretamente com a moeda.
Estabilização de taxas
Com a febre dos NFTs, o mercado viu as taxas de transação, ou gas fees, subirem vertiginosamente. Somando a isso, o avanço no uso das DeFis, as finanças descentralizadas, também aqueceu a blockchain da ethereum em um momento de forte alta do mercado.
Dessa forma, as taxas de transação chegaram perto da casa dos US$ 50, mas voltaram a cair para os US$ 4,50, de acordo com o The Block Data Dashboard. Mas essa oscilação é ruim tanto para os mineradores, que recebem as taxas, quanto para os usuários, que pagam pelas transações.
A partir do hard fork London, a blockchain terá uma espécie de gatilho que aumenta ou diminui o valor das negociações. Fazendo um paralelo com o bitcoin, é semelhante ao ajuste de dificuldade de resolução de blocos para os mineradores, que ajuda a manter o hashrate de mineração mais ou menos constante.
Você pode conferir tudo sobre hashrate de mineração e como surge um bitcoin clicando aqui.
Queima de éter
O EIP-1559 também trará a possibilidade de que os tokens sejam queimados em rede, tornando a moeda deflacionária. Em outras palavras, isso significa que o estoque e ethereum passa a ser limitado, como acontece hoje com o bitcoin.
Pelas leis do mercado, com a oferta limitada e a demanda ajustando o preço, o éter pode caminhar para um momento de estabilidade. Vale lembrar que as criptomoedas são conhecidas por uma alta volatilidade, o que acaba afastando muitos investidores.
Com uma estabilidade maior, o ethereum poderia se tornar uma moeda de reserva de valor, como o dólar, por exemplo. Mas essa atualização caminha para um momento ainda mais importante do éter: o ethereum 2.0.
Atualização 2.0: o Ethereum definitivo
Voltando alguns passos, o hard fork é uma das formas da rede chegar no consenso. Quando uma atualização não agrada a todos, é feita uma nova votação pela divisão da moeda em dois segmentos: um deles segue a atualização e o outro não.
Foi o que aconteceu com o ethereum classic. Um dos programadores encontrou uma falha na blockchain que abria espaço para o roubo de moedas. A rede então fez uma votação para corrigir o erro e desfazer algumas transações.
Mas parte da rede não concordou, o que fez o ethereum se dividir em ethereum classic (ETC) e o ethereum (ETH). Com o tempo, o ETC acabou caindo em desuso porque se provou ser uma blockchain muito frágil e chegou até a sofrer um ataque de manipulação de rede, conhecido como ataque dos 51%.
Orlando afirma que as próximas atualizações devem caminhar para o ethereum 2.0, uma blockchain que permitiria uma escalabilidade de aplicações dentro dessa blockchain. “Isso deve acontecer entre 5 e 10 anos, é uma aplicação de longo prazo, mas com certeza deve influenciar no preço do ethereum daqui para frente”, comenta ele.
Ainda é cedo para dizer, mas a atualização deve caminhar nos próximos anos para uma ampla utilização do modelo de prova de participação (proof-of-stake, PoS) e deixar de lado a prova de trabalho (proof-of-work, PoW). Isso faria o consumo energético da mineração cair em até 99%, segundo Orlando Telles.
JP Morgan de olho
A atualização chegou a chamar a atenção até mesmo de respeitosas entidades do mercado financeiro. O CEO da JP Morgan, Jamie Dimon, afirmou que as blockchains devem caminhar para uma eficiência energética sustentável para se tornarem mais populares.
Em um relatório assinado por ele e dois analistas do JP Morgan, a atualização para o ethereum 2.0 até o ano que vem deve trazer um avanço na indústria 4.0, incluindo a adoção de DeFis e outras formas de finanças descentralizadas.
Os retornos do PoS, de acordo com estimativas, podem chegar a ordem dos US$ 40 bilhões, o que beneficiaria mineradores, exchanges e, é claro, usuários.
Enquanto isso não ocorre, por volta das 13h30, o ETH avançava levemente 0,47%, aos US$ 2.114,01. Na semana, a moeda se recupera 17,08%.
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