É importante o governo passar mensagem de disciplina fiscal, diz Campos Neto
Em entrevista, presidente do BC diz também que autoridade monetária só atua no câmbio quando entende que ele está disfuncional
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou nesta terça-feira (13) que o governo precisa passar a mensagem de disciplina fiscal e expressar que, após gastos excepcionais de combate à covid-19, o Brasil retomará o caminho do ajuste.
Em entrevista à “Bloomberg TV”, Campos Neto reconheceu que a incerteza fiscal está impondo um prêmio à curva de juros, e a reversão disso depende de "fazer o dever de casa".
Nos últimos dias, os ruídos no mercado financeiro se ampliaram após o Broadcast revelar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em elaboração pelo Ministério da Economia para destravar novos programas de ajuda a empresas e trabalhadores e, no mesmo texto, liberar R$ 18 bilhões em obras fora do teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação.
A notícia mexeu com a curva de juros e contribuiu para o dólar ganhar força ante o real na sessão desta segunda-feira (12).
Para o presidente do BC, o Brasil precisa "fazer o dever de casa", para voltar a atrair capitais externos. Após saída de estrangeiros, o fluxo externo se estabilizou, afirmou ele.
Atuação no câmbio
Campos Neto também tratou da questão do câmbio, dizendo que a instituição somente age no quando entende que ele está "disfuncional".
"Nunca fizemos venda regular de dólar, agimos na disfuncionalidade", disse ele na entrevista.
Mais uma vez, Campos Neto reforçou que a autoridade monetária não tem uma meta para o nível de câmbio e que o olhar da instituição não é para a cotação do real em si, mas sim como isso afeta a inflação.
Nesse ponto, o presidente do BC ressaltou que outros países emergentes também têm assistido a um aumento na inflação de alimentos.
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