O Banco Central começou o ano sinalizando a manutenção dos juros na mínima histórica de 2% por um longo período. Mas pode terminar 2021 elevando a Selic para 8,25% ao ano, de acordo com as projeções do Credit Suisse.
O banco suíço decidiu revisar as estimativas depois da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de acelerar o ritmo de alta da taxa básica de juros para 1 ponto percentual.
Com o ajuste, a Selic passou para 5,25% ao ano, e os diretores do BC já indicaram uma nova alta da mesma ordem na próxima reunião.
Antes da decisão de ontem do Copom, a expectativa do Credit Suisse era que os juros encerrassem o ano em 7,25% ao ano. Agora, os economistas Solange Srour e Lucas Vilela esperam que o BC promova mais três altas consecutivas de 1 ponto percentual nos juros.
Embora a decisão de alta na reunião de ontem tenha vindo em linha com o que o mercado esperava, o tom adotado no comunicado veio mais duro com a inflação do que as expectativas iniciais, segundo os economistas.
“O documento confirma nossa visão de que o Banco Central está mais preocupado com a inflação e vai implementar ‘o que for preciso’ para ancorar as expectativas de inflação”, escreveram os economistas.
A projeção do Credit Suisse para os juros no fim do ano supera — e muito — as estimativas do mercado reunidas no último boletim Focus do BC, que apontam para uma Selic de 7% em dezembro deste ano. É provável que esse número também seja revisado para cima na próxima divulgação do relatório, na segunda-feira.