O universo do marketing e dos negócios é repleto de jargões que podem parecer obscuros para os não iniciados. Volta e meia um deles “entra na moda”. Para quem investe em ações, eles costumam aparecer nos releases de resultados de empresas, fatos relevantes e relatórios de analistas de ações.
Eu e um amigo analista costumamos brincar com esses termos, especialmente aqueles que vêm do inglês - é call pra lá, startar pra cá, fazer um closing no deal acolá… A gente fala que um dia ainda vamos fazer um dicionário português-Faria Limês com todas essas palavras e expressões de “business”.
Mas alguns jargões de fato encapsulam uma boa dose de significado. Duas expressões comuns hoje em dia - ecossistemas e avenidas de crescimento - estão entre eles.
Nos segmentos em consolidação, temos visto grandes empresas abrindo novas “avenidas” para continuar crescendo e criando ecossistemas de marcas que estejam presentes em diversas áreas da vida dos clientes e estágios da sua jornada de consumo.
Entre as varejistas, essa característica tem ficado muito clara nas recentes fusões e aquisições. Não se trata mais apenas de entrar numa loja e comprar uma roupa, um sapato, uma televisão ou um videogame.
As grandes empresas querem te oferecer conteúdo (entretenimento, notícias ou reviews dos produtos que você deseja), serviços financeiros, auxílio na construção de uma identidade ou estilo de vida, acesso a uma gama de vendedores para aquilo que você está buscando e até mesmo destinação para os bens de consumo dos quais você quer se desfazer - seja por venda, doação ou descarte.
Hoje tivemos duas notícias de aquisições no varejo feitas por empresas que estão justamente construindo seus ecossistemas de marcas e tentando abrir novas avenidas de crescimento.
O Magazine Luiza reforçou ainda mais a sua presença no segmento de tecnologia e games com a aquisição do site KaBuM!, plataforma de e-commerce especializada neste segmento. O negócio se junta a duas aquisições recentes do Magalu de empresas de conteúdo, os sites Jovem Nerd e Canaltech.
Nesta matéria, o Victor Aguiar destrinchou todos os aspectos da transação bilionária, que envolve pagamento em dinheiro, ações e bônus de subscrição. De quebra, o Magalu ainda anunciou uma oferta de ações e algumas projeções operacionais para os próximos anos.
Já as Lojas Renner mostraram que o fast fashion também pode ser sustentável e adquiriram o brechó online Repassa. Trata-se do primeiro movimento inorgânico da companhia para a criação do seu “ecossistema de moda e lifestyle” após a oferta de ações em que a varejista captou R$ 4 bilhões.
O valor da transação não foi divulgado, mas a companhia falou das sinergias a serem conquistadas ao expandir sua atuação para o e-commerce de peças usadas. Eu trago todos os detalhes nesta matéria.
PALAVRA DO ANALISTA
• Marcopolo (POMO4) é a ação que tem tudo para se valorizar com o pós-pandemia e a retomada da vacinação; papel desponta como uma das melhores oportunidades de compra do Brasil - confira a análise neste link.
MERCADOS
• Ontem o discurso de Jerome Powell ajudou os mercados a digerirem a alta na inflação dos EUA. Hoje, porém, a fala do presidente do Fed teve o efeito oposto. Por aqui pesaram também as discordâncias em torno da reforma tributária, e o Ibovespa voltou a derrapar. Já o dólar aproveitou o cenário para recuperar parte das perdas de ontem e foi a R$ 5,11.
• A XP revelou suas apostas para a composição da próxima carteira teórica do Ibovespa, que entrará em vigor em setembro. Conheça as duas empresas que a corretora acha que vão passar a integrar a lista das ações mais negociadas da bolsa brasileira.
• Com a ação precificada abaixo do desejado no seu IPO, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), “joia da coroa” do grupo Votorantim, estreou na B3 hoje em forte alta. Saiba mais.
EMPRESAS
• E a fila dos IPOs não diminui. Hoje foi a vez da Monte Rodovias, que controla três rodovias no Nordeste, protocolar seu pedido junto à CVM.
• A Itália seguiu os passos do Reino Unido e proibiu a exchange de criptomoedas Binance de operar no país. A agência reguladora do país estendeu ainda o alerta aos ativos digitais em geral, destacando a alta volatilidade e complexidade das negociações. Entenda o caso.
ECONOMIA
• As mudanças no texto da reforma do imposto de renda agradaram ao mercado financeiro, mas agora desagradaram aos Estados e municípios, que ficaram com a conta e podem perder até R$ 27 bilhões com as alterações. Especialistas defendem novos ajustes no texto.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.