O peso da credibilidade
Sabe quando algo parece ser bom demais para ser verdade? Pois é, essa foi a sensação que tive quando surgiu a informação de que o lendário Warren Buffett estava investindo na resseguradora IRB Brasil.
A história tem menos de um ano, mas já se tornou um clássico do mercado financeiro, junto com a infame “bolha do alicate” (essa pérola fica para outro dia).
Para quem não se lembra do episódio IRB/Buffett, vamos recapitular. No ano passado, enquanto a empresa lidava com acusações de que teria manipulado seus resultados, surgiu a informação de que o “guru de Omaha” teria aumentado a participação em ações da resseguradora.
Vamos combinar que o timming era muito conveniente, né? Em meio a um escândalo gigantesco, surge uma boia de salvação na figura de um dos principais investidores do mundo, dando um voto de credibilidade à empresa.
À época, eu trabalhava em outro lugar. Quando o repórter responsável pela cobertura da empresa compartilhou essa informação com a redação, dava para ver a incredulidade no rosto de todos. “Como assim o Buffett tá entrando nessa? Não pode ser verdade”.
No fim, não era. A Berkshire Hathaway, holding que concentra os investimentos de Buffett, negou que detinha ações do IRB, resultando não só na queda de seus principais executivos e das ações, mas na perda do ativo mais valioso que uma empresa tem: sua credibilidade.
Desde então, muita coisa mudou no IRB. A administração é outra e as manipulações foram endereçadas. Ela inclusive chegou a registrar lucro nesse começo de ano, após acumular um prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2020, e já se ouve por aí gente dizendo que as ações estão muito baratas. Será mesmo?
O Ruy Hungria fala um pouco mais sobre todo esse episódio do nosso mercado acionário e responde o que muita gente quer saber: chegou a hora de comprar as ações da IRB? Não deixe de conferir.
O que você precisa saber hoje
MERCADOS
O encaminhamento da votação do Orçamento de 2021 e o avanço da vacinação nos Estados Unidos possibilitaram que o Ibovespa fechasse ontem em alta, após iniciar o dia em queda. O principal índice da B3 subiu 1,50%, a 113.749 pontos. Já o dólar avançou 0,55%, a R$ 5,67, refletindo a cautela em relação à pandemia.
O que mexe com os mercados hoje? Os investidores devem repercutir o Orçamento aprovado para 2021, que arrisca o cumprimento do teto de gastos. Os dados de inflação dos Estados Unidos também devem dar rumo aos negócios.
EMPRESAS
A JHSF tem grandes planos para o futuro. Entre eles estão avançar no desenvolvimento do seu próprio Vale do Silício e pagar mais dividendos aos acionistas, conforme revelou o CEO da empresa, Thiago Alonso, em conversa com a repórter Julia Wiltgen transmitida ao vivo no canal do Seu Dinheiro no YouTube. Confira os destaques da live.
O ano começou com boas perspectivas para os IPOs, mas a recente turbulência nos mercados está afugentando companhias que tinham planos de listar ações na bolsa em 2021. Apenas em março, seis empresas deixaram de lado os planos para abrir capital na B3.
A Petrobras está de olho na concorrência. A empresa vê que a entrada de novas companhias nos setores de exploração e produção pode resultar na perda de oportunidades de compra de áreas no pré-sal.
ECONOMIA
Depois de muita demora e negociações entre governo e oposição, o Congresso aprovou o Orçamento para 2021. Mas isso não quer dizer que ele veio sem polêmicas. O projeto prevê mais emendas para parlamentares e cortes nas despesas obrigatórias de Previdência Social, gerando riscos para o cumprimento do teto de gastos.
O Instituto Butantan anunciou na manhã de hoje a criação de uma vacina 100% nacional contra a covid-19. O imunizante, que ganhou o nome de Butanvac, terá o pedido de registro para testes clínicos ainda hoje e a produção pode começar já em maio.
Investimentos em renda fixa, mesmo que isentos, precisam ser informados no imposto de renda 2021, assim como aplicações em COE. Confira aqui o guia completo de como realizar a declaração.
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