A culpa é minha, então a coloco em quem eu quiser.
A máxima anedótica parece servir como uma luva às queixas do presidente Jair Bolsonaro.
Na maioria das vezes a culpa é da oposição ou da imprensa, mas agora ele tem reclamado também que os agentes do mercado financeiro ficam “nervosinhos” com “qualquer negocinho”.
Mais perceptível na disparada do dólar e das taxas dos contratos de juros futuros, o nervosismo nos mercados ocorre por causa de um “negocinho” acontecido no fim da semana passada: a implosão do teto de gastos.
A deterioração das expectativas derivada da “licença para gastar” provocou uma debandada na equipe econômica e ontem à noite fez o Banco Central elevar a taxa Selic em 1,5 ponto porcentual, para 7,75% ao ano.
Antes do estouro do teto de gastos, a aposta majoritária dos analistas era de um aumento de 1 ponto porcentual na taxa básica de juro.
Pelos cálculos do próprio Banco Central, o tal “negocinho” adicionou R$ 47,7 bilhões à dívida bruta nacional, dificultando ainda mais uma recuperação econômica já complicada.
Mas nem tudo é terra arrasada pela alta do juro. O aperto monetário ressuscitou a renda fixa, com alguns CDBs voltando a pagar taxas de 1% ao mês ou mais.
A Julia Wiltgen resolveu então ir atrás das opções mais rentáveis dentro de uma modalidade de investimento que há décadas faz a cabeça do brasileiro.
Se você, como eu, prefere a segurança da renda fixa, certamente vai gostar dessa notícia.
O que você precisa saber hoje
ESQUENTA DOS MERCADOS
Bolsa deve refletir taxa de juros mais alta em dia de PIB dos EUA. A agenda de balanços conta com Petrobras e Vale, enquanto o exterior deve sentir cautela antes da inflação nos EUA amanhã.
SER CONSERVADOR COMPENSA
Como ficam os seus investimentos em renda fixa com a Selic em 7,75%. Até a poupança ganha da inflação projetada. Veja como fica o retorno das aplicações conservadoras de renda fixa agora que o Banco Central elevou a Selic mais uma vez.
COMPARATIVO
Saiba o que mudou no novo comunicado do Copom sobre a Selic. Confira em detalhes a posição atual do Banco Central a respeito da Selic depois de a taxa básica de juros ter sido elevada a 7,75% ao ano.
NA DÚVIDA, ADIA
No restabelecimento da presença obrigatória em Brasília, governo fica sem quorum e retira PEC dos Precatórios. Nova tentativa de votação é esperada para hoje, mas o temor de que não haja deputados em quantidade suficiente para a aprovação persiste.
REFERÊNCIA EM SP
Na corrida do setor de saúde, Rede D’Or (RDOR3) garante fôlego com a compra do Hospital Santa Isabel. Ativo está avaliado em R$ 280 milhões. Porém, conforme explica a empresa, seu endividamento líquido será deduzido na conta final da transação.
DÉCIMO ANDAR
Meu principal fundo imobiliário para capturar a retomada dos escritórios é um legítimo FII de lajes corporativas triple A. Fundo dispõe de um dos melhores portfólios (se não o melhor) do mercado e seus ativos apresentam bastante qualidade técnica e ótimas localizações, diz o colunista Caio Araujo.
CRYPTO NEWS
Sobrevivendo aos altos e baixos do bitcoin: veja sete ensinamentos para os ciclos de criptomoedas. Manter a saúde mental e financeira é um desafio para os investidores do mundo cripto, especialmente em meio ao bull market atual.
Um abraço!
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua manhã". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.