Moro num país tropical, que eu já não sei se é abençoado por Deus, mas que é bonito por natureza. Mas no próximo mês de fevereiro, ao contrário do que diz a canção do Jorge Ben, não tem Carnaval. A festa foi cancelada pela pandemia. Mas tem outro evento muito aguardado, pelo menos para os investidores: as eleições para presidentes da Câmara e do Senado.
O evento já está mexendo com o mercado, ainda não tanto porque os escolhidos terão o poder de tocar a agenda de reformas, mas sim por causa do possível (provável?) retorno do auxílio emergencial.
Com o ritmo de vacinação comprometido e ainda sem previsibilidade, dadas as dificuldades de obtenção dos insumos para a produção das vacinas e a falta de um cronograma claro, a sensação é de que a pandemia vai se arrastar por mais tempo do que o inicialmente previsto.
Para complicar um pouco mais, há expectativa de aperto nas medidas de distanciamento social aqui no Brasil, a exemplo do que vem ocorrendo em países desenvolvidos, já que os números de casos, internações e mortes por covid-19 permanecem preocupantes.
Tanto o candidato do governo quanto o da oposição à presidência da Câmara já se mostraram favoráveis ao retorno do auxílio, e hoje mesmo um deles andou dando umas declarações que deixaram os investidores bem preocupados.
Já o candidato governista à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco, chegou a falar que o teto de gastos não pode ser “intocado” e se colocou contra a venda da Eletrobras.
A pressão que o retorno dos estímulos fiscais pode fazer nas contas públicas voltou a dar o tom negativo nos mercados locais nesta quinta, como conta a Jasmine Olga.
EMPRESAS
• O diretor-presidente da Copel, Daniel Slaviero, sinalizou que interferências políticas na companhia paranaense de energia elétrica são coisa do passado. Em teleconferência, ele apresentou ao mercado os pilares que nortearão a nova política de governança corporativa da empresa.
• A nova política para dividendos da Copel pode resultar em “pagamentos significativos” no curto prazo, de acordo com o Goldman Sachs. Veja o que dizem - e calculam - os analistas.
• A Cury bateu recorde de lançamentos e vendas em 2020. A construtora lançou 17 empreendimentos no ano passado, totalizando R$ 1,541 bilhão, com vendas líquidas de R$ 1,346 bilhão. Confira as prévias operacionais da companhia.
• A Hapvida notou nas últimas semanas um aumento de atendimentos de urgência e internações por covid-19 em algumas regiões onde atua. Ainda assim, a companhia está conseguindo realizar normalmente procedimentos cirúrgicos eletivos. Entenda.
• O Procon de São Paulo multou o C6 Bank em R$ 7 milhões, por práticas abusivas relacionadas à operação de crédito consignado. A entidade diz que recebeu reclamações de consumidores em todo o estado.
ECONOMIA
• O IGP-M, a chamada inflação do aluguel, criou uma pressão sobre os custos das lojas, e está levando lojistas de shopping centers a voltarem a negociar a revisão dos seus contratos de locação. As discussões começaram a chegar à Justiça, como você confere nesta matéria.
• Com o fim do forward guidance na decisão do Banco Central de manter a Selic em 2% ao ano, a pergunta que está na cabeça de todos no mercado é quando os juros vão começar a ser elevados. Veja o que dizem os economistas de diferentes instituições financeiras.
OPINIÃO
• O que fazer para se aposentar rápido? O colunista Rodolfo Amstalden diz receber com frequência esta pergunta dos seus leitores. No texto de hoje, ele fala sobre o assunto e sugere que a resposta pode não estar nos livros de economia e finanças, mas em um grande clássico da literatura mundial.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua noite", a newsletter diária do Seu Dinheiro. Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.