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Rodolfo Amstalden: quando ser qualitativo ou quantitativo nos seus investimentos

30 de setembro de 2021
11:30
Imagem: Shutterstock

Breve digressão de teoria do valor sob a perspectiva moderna.

Um delicioso sorvete de morango com uma minúscula gotícula de merda em sua cobertura ainda continua sendo um sorvete de morango?

Ou vira um sorvete de merda?

A analogia, muito útil para questionar modelos de valuation por soma das partes, remete ao conceito de "minority rule".

Em determinadas situações, a coexistência de uma amostra minoritária, mesmo que ínfima, basta para alterar radicalmente a dinâmica do todo.

Mas peço desculpas em meio ao seu café da manhã. Vamos para outro exemplo, menos escatológico, associado às obras de arte.

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Colecionadores de arte são capazes de pagar qualquer tipo de soma por uma pintura icônica, a despeito de os insumos básicos usados em um quadro terem um custo praticamente desprezível.

Se você interpelar um colecionador e chamá-lo de idiota por ter pago US$ 5 milhões em uma tela preenchida por tinta e envolta por pedaços de madeira, ele vai rir da sua cara. Socialmente, ele estará certo e você estará errado.

No entanto, a coisa muda de figura se estivermos analisando o caso da escultura do rosto de uma deusa egípcia contendo um pequeno pedaço de diamante no meio da testa.

Automaticamente, a escultura em questão negociará sob um múltiplo aderente ao preço da gramatura de diamante ali evidenciada.

De alguma forma, o detalhe em diamante faz com que abandonemos o romantismo puro da arte e adentremos uma feira mercante.

Sentimo-nos tranquilos e felizes ao desembolsar montantes que podem variar de R$ 1 a US$ 1 trilhão por valores que sejam 100% intangíveis.

Porém, a partir do momento em que se misturam aspectos qualitativos com referências quantitativas, o pragmatismo do mundo objetivo acaba roubando nossa atenção.

Enquanto estivermos investindo em um ativo que escapa completamente dos modelos de avaliação por fluxos intertemporais, esse ativo poderá valer qualquer coisa: desde R$ 1 até US$ 1 trilhão.

A partir do momento em que tal ativo, por qualquer que seja o motivo, se enquadrar minimamente no arcabouço de um fluxo de caixa descontado, grudando um lindo diamante em sua própria testa, o romance do intangível estará acabado.

Eis o paradoxo moderno: a perpetuidade só existe em seu ápice — potencialmente infinita — na medida em que não pode ser calculada. Quando puder ser calculada, assumirá um valor modesto e comportado, tornando-se desinteressante aos apreciadores da boa arte.

Ironicamente, portanto, o pico do valuation de um determinado ativo não está no presente e nem no futuro, mas sim em algum ponto intermediário entre o hoje e o amanhã, um ponto de não convergência.

Se os unicórnios quiserem continuar subindo, melhor manterem distância segura da cerca que os separa do pasto dos cavalos.

O mesmo conselho cabe às moedas digitais — que sejam felizes enquanto forem capazes de evitar analogias estritas com as moedas tradicionais.

Toda obra ficcional é um grande choque de realidade.

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