🔴 É HOJE: CONFIRA AS PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE – VEJA COMO PARTICIPAR

‘Sell in May and go away’ e por que tomar cuidado com essa máxima do mercado

3 de maio de 2021
12:24 - atualizado às 15:07

Está escrito entre as máximas do templo do Oráculo de Delfos: “nada em excesso”. É uma ode à prudência e à moderação. 

Há algo curioso, no entanto, sobre essa defesa. Na conversa que tivemos com Eduardo Giannetti na semana passada, naquilo que será o próximo episódio do podcast RadioCash (vai ao ar amanhã), ele identifica uma circularidade na proposição: devemos ser moderados inclusive quanto ao princípio de sermos sempre moderados. Há situações específicas em que precisamos abandonar o comedimento e lançarmo-nos ao arrojo. Nadar em mar aberto se faz necessário. O rompante de criatividade, aquele momento de iluminação que desafia a racionalidade estrita, conduz à evolução.

A arte, que também poderia ser chamada de sensibilidade ou capacidade de julgamento, está justamente em saber identificar os momentos adequados para transgredir a prescrição de prudência. Quando tocar a bola de lado, quando driblar? Quando trocar bolas do fundo de quadra, quando subir à rede no tênis?

Desafios impostos à intuição e ao conhecimento tácito. Claro que a técnica e a ciência podem ajudar. Mas, como construímos, estamos falando de situações extraordinárias para irromper contra a racionalidade, precisamos de algo além.

George Soros insiste em respeitar o mercado. Ele rebate a ideia de que é um investidor contrarian. Na verdade, segundo afirma, 80% do tempo ele está com o consenso. A tendência é sua amiga. Mas, naqueles raros momentos em que você identifica uma oportunidade, você precisa ir na jugular. O leão espera, pacientemente, o instante preciso para abocanhar a zebra; até que ele ataca.

Há muito risco em não arriscar. Se apenas aguardar, continuará com fome. A paciência sobre um momento ideal para avançar sem riscos se transforma em “Esperando Godot”. A situação realmente ideal não existe, porque ela habita o mundo das ideias. Só nos resta o mundo real, onde convivemos com vícios e virtudes, risco e retorno, incerteza e potencial, mazelas e qualidades.

Leia Também

Empiricus existe há 11 anos e meio. Não me lembro de um início de maio em que não tenham me perguntado: “E aí, Felipe, devo vender em maio e ir embora?”, em referência, claro, ao ditado americano “sell in May and go away”. Por conta das férias no hemisfério norte, as Bolsas globais entrariam num período sazonalmente ruim, de baixa atividade. Supostamente, teríamos quatro meses negativos.

Se fosse fácil, não seria difícil. Há mais mistérios entre o “sell” e a Terra do que julga nossa vã filosofia. Decisões de compra e venda não deveriam se apoiar em critérios assim. Também aqui existe uma circularidade no raciocínio. 

Ora, se sabemos que o mês de maio é sazonalmente ruim, já venderemos ao final de abril — afinal, por que esperar a queda? Então, a pressão vendedora já começaria dias antes. Mas, daí, os demais participantes do mercado perceberiam a iminente pressão vendedora ao final de abril. Logo, já começariam a vender antes, talvez em meados de abril. E haveria uma outra classe de participantes que venderia ainda antes. E outra que… Bom, você entendeu… O movimento seria tal que chegaríamos no mês de maio do ano anterior. 

Pela eficiência de mercado, se há algum padrão sazonal nas séries financeiras, ele não pode ser assim tão facilmente identificado, porque seria arbitrado. 

Não se trata apenas de uma abordagem inócua. Sua adoção não seria somente neutra. Ela pode ser destruidora de valor. Não ter mapa é sempre melhor do que dispor de um mapa errado. 

A economia global oferece sinais sucessivos e contundentes de uma recuperação acima das projeções iniciais. Saímos de um mundo de baixo crescimento e de baixa inflação, de anos e anos na chamada “estagnação secular”, para um novo regime, de mais crescimento e mais inflação. Isso é bom para ativos nominais, bom para as ações, para os imóveis, para as commodities, que, por sua vez, ajudam mercados emergentes. O Citi já fala em minério de ferro a US$ 200 por tonelada.

As big techs americanas acabam de soltar resultados muito vigorosos, acima das expectativas e capazes de descartar qualquer suposição de uma bolha irrestrita em Wall Street (pode haver casos isolados de sobreapreçamento excessivo, mas não é algo sistêmico). Buffett manifesta seu arrependimento por ter vendido Apple.

Enquanto isso, os bancos centrais parecem ter mudado sua função de preferências e, dentro do escopo da Regra de Taylor, ponderam maiores preocupações com crescimento e menores com inflação. Ou seja, os juros devem continuar baixos por muito tempo, sob movimentos ainda intensos de compra de ativos. Segue o mundo de muita liquidez.

Internamente, se mantivermos o atual ritmo, devemos vacinar o grupo prioritário até o final de junho. Se repetirmos o padrão internacional de “pent-up demand” (demanda reprimida), a recuperação da economia doméstica pode oferecer resultados importantes. Tudo isso em valuations para cíclicos domésticos que parecem bastante atrativos. 

Depois da confusão do Orçamento “inexequível”, parece termos mudado um pouco a pauta. Agora, se fala em reforma tributária, reforma administrativa e privatização da Eletrobras e dos Correios. Não tenhamos expectativas ingênuas. Muita coisa aí não vai passar. Mas metade já seria bem bom. Dado que o Brasil é o país da mediocridade e da nota 5, faz sentido. 

E vale lembrar que ações são ativos reais e deveriam andar nominalmente. A Bolsa está há um ano e meio mais ou menos parada, com a inflação caminhando para patamares mais altos — isso porque ainda foi sustentada por alta vigorosa de empresas de commodities, cujas receitas estão em dólares. Os domésticos estão amassados.

Talvez a prescrição correta para maio seja um homônimo homófono: céu in May. Mas aprecie com moderação.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda Econômica: Fórum do BCE reúne líderes dos maiores BCs do mundo, enquanto payroll, IPC-Fipe e PIB britânico agitam a semana

30 de junho de 2025 - 7:03

Produção industrial brasileira, confiança dos negócios no Japão e indicadores da China completam a agenda dos próximos dias e movimentam os mercados antes do feriado nos EUA

ALERTA DO BANCO

Brasil é destaque na América Latina para o BIS, mas banco vê pedras no caminho da economia global — e Trump é uma delas

29 de junho de 2025 - 11:21

O relatório anual do BIS mostrou que o cenário internacional também vem pesando na conta das economias ao redor do mundo

LOTERIAS

Quina de São João é a única loteria a ter novos milionários, enquanto Mega-Sena acumula em R$ 52 milhões

29 de junho de 2025 - 9:08

A Quina de São João não foi a única a ter vencedores na categoria principal, mas nenhuma outra loteria fez um novo milionário

RATEIO

Treze apostas dividem prêmio da Quina de São João de 2025; veja quanto cada uma vai embolsar

28 de junho de 2025 - 21:03

Além do prêmio principal, a Quina de São João também contou com vencedores nas demais categorias

UM NOVO MILIONÁRIO?

Sorteados os números da Quina de São João; veja se você é um dos ganhadores

28 de junho de 2025 - 20:03

Resultado do rateio da Quina de São João será conhecido dentro de alguns minutos; acompanhe a cobertura do Seu Dinheiro

TÁ CHEGANDO A HORA!

Já vai começar! Acompanhe ao vivo o sorteio da Quina de São João de 2025

28 de junho de 2025 - 18:57

O prêmio está acumulado em R$ 250 milhões e é o maior valor sorteado na história dessa loteria

CUMPRINDO A PROMESSA

Warren Buffett faz a maior doação em ações da Berkshire Hathaway; veja como fica a fortuna do “Óraculo de Omaha”

28 de junho de 2025 - 16:55

Apesar da doação de peso, o “Óraculo de Omaha” ainda possui 13,8% das ações da Berkshire

É INCONSTITUCIONAL?

Debate sobre aumento do IOF vai parar na mesa do STF: base do governo pede suspensão da derrubada do decreto

28 de junho de 2025 - 13:28

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que recorrer ao STF era uma alternativa para o governo Lula

PREPARE O BOLSO

Conta de luz vai continuar pesando no bolso: Aneel mantém bandeira vermelha em julho

28 de junho de 2025 - 11:58

Apesar da chuva ao longo de junho ter melhorado a situação de armazenamento nas hidrelétricas, julho deve registrar chuvas abaixo da média na maior parte do país

HÁ DEZ ANOS

Samarco ganha licença para ampliar exploração de minério em região atingida por desastre ambiental

28 de junho de 2025 - 11:14

O governo mineiro aprovou por unanimidade o Projeto Longo Prazo, que permite a continuidade da retomada operacional da empresa

LOTERIAS

É hoje! Quina de São João sorteia R$ 250 milhões neste sábado; confira os números mais sorteados

28 de junho de 2025 - 9:14

A Quina de São João ocorre desde 2011 e a chance de acertar as cinco dezenas com uma aposta simples é de uma em mais de 24 milhões

DINHEIRO NO BOLSO

Dividendos e JCP: Itaúsa (ITSA4), Bradesco (BBDC4) e outras 11 empresas pagam proventos em julho; saiba quando o dinheiro cai na conta

28 de junho de 2025 - 8:43

O Bradesco (BBDC4) dá o pontapé na temporada de pagamentos, mas não para por aí: outras empresas também distribuem proventos em julho

EM XEQUE

Mudança da meta fiscal de 2026 é quase certa com queda do decreto do IOF, diz Felipe Salto

27 de junho de 2025 - 9:31

Salto destaca que já considerava a possibilidade de alteração da meta elevada antes mesmo da derrubada do IOF

LOTERIAS

Lotofácil faz 2 quase-milionários; prêmio da Quina de São João aumenta e chega a R$ 250 milhões

27 de junho de 2025 - 6:06

Às vésperas da Quina de São João, Mega-Sena acumula e Lotofácil continua justificando a fama de loteria ‘menos difícil’ da Caixa

LULA VAI ASSINAR?

Senado aprova aumento do número de deputados federais; medida adiciona (ainda mais) pressão ao orçamento

26 de junho de 2025 - 16:27

O projeto também abre margem para criação de 30 vagas de deputados estaduais devido a um efeito cascata

EM BUSCA DE SOLUÇÕES

A escolha de Haddad: as três alternativas do governo para compensar a derrubada do IOF no Congresso

26 de junho de 2025 - 13:51

O ministro da Fazenda ressalta que a decisão será tomada pelo presidente Lula, mas sinalizou inconstitucionalidade na derrubada do decreto

GLOBAL MANAGERS CONFERENCE

O problema fiscal do Brasil não é falta de arrecadação: carga tributária é alta, mas a gente gasta muito, diz Mansueto Almeida

26 de junho de 2025 - 12:29

Para economista-chefe do BTG Pactual, o grande obstáculo fiscal continua a ser a ascensão dos gastos públicos — mas há uma medida com potencial para impactar imediatamente a desaceleração das despesas do governo

RISCO FISCAL NO RADAR

Chegou a hora de investir no Brasil? Agência de classificação de risco diz que é preciso ter cautela; entenda o porquê

26 de junho de 2025 - 12:23

A nota de crédito do país pela Fitch ficou em “BB”, com perspectiva estável — ainda dois níveis abaixo do grau de investimento

VIAGEM AO CENTRO DA META

IPCA-15 desacelera em junho, mas viagem ao centro da meta será longa: BC vê inflação fora do alvo até o fim de 2027

26 de junho de 2025 - 12:07

Inflação vem surpreendendo para baixo em meio à alta do juros, mas retorno ao centro da meta ainda não aparece no horizonte de projeções do Banco Central

“OLHA O AUMENTO!”... “FOI REVOGADO!”

Esquece o aumento do IOF: como ficam as alíquotas depois do Congresso derrubar a medida do governo

26 de junho de 2025 - 10:03

Na última quarta-feira (25), o Congresso derrubou a medida do governo que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); veja como estão as regras agora

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar