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Esquenta dos mercados: Bolsas digerem tom agressivo do Federal Reserve e cenário local aguarda relatório da inflação do BC

Jerome Powell ao lado de um gavião e uma andorinha: o futuro das bolsas depende do presidente do Banco CEntral dos EUA

O Federal Reserve anunciou: a festa do dinheiro na economia irá acabar com a retirada dos estímulos da economia no final de março já programada. Agora, os investidores esperam maiores informações sobre a alta nos juros, que só deve acontecer no segundo semestre do ano que vem, o que dá certo alívio às bolsas — por enquanto. 

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Ainda nesta quinta-feira (16), a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês) devem movimentar os negócios na Europa e consolidar um direcionamento “pós pandemia” dos BCs pelo mundo. 

No panorama doméstico, o relatório trimestral da inflação deve trazer a perspectiva do BC brasileiro para a economia em 2022 e o risco fiscal deve ser o grande protagonista da publicação.

No pregão de ontem, o Ibovespa dava indícios de fechar em queda, mas inverteu o sinal após a reunião do Fed e encerrou o dia com um avanço de 0,63%, aos 107.431 pontos. O dólar à vista, que chegou a superar a casa dos R$ 5,74, desacelerou, mas fechou em alta de 0,25%, a R$ 5,7080.

Confira o que deve movimentar a bolsa hoje: 

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Pós-Fed

O presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, conseguiu tirar um peso das costas do mercado na última quarta-feira. A decisão de manter a taxa de juros entre 0% e 0,25% já era esperada pelo mercado, mas os investidores aguardavam maiores detalhes sobre a retirada de estímulos da economia (tapering).

O Federal Reserve anunciou a retirada de estímulos, ao mesmo tempo em que Powell largou o discurso de inflação transitória. Entretanto, a alta nos juros não deve ocorrer “tão cedo quanto o tapering”, de acordo com o presidente do BC americano. 

De acordo com as perspectivas do Fed, devem acontecer três elevações de juros no ano que vem. Em setembro, última vez que as projeções foram revisitadas, a maioria dos 18 dirigentes via um aumento da taxa básica já em 2022. Até junho, as estimativas indicavam uma subida dos juros apenas em 2023.

Em outras palavras

A retirada de estímulos da economia já era esperada pelo mercado. Mesmo que aconteça antes, os investidores devem ajustar suas carteiras conforme o fechamento da torneira do dinheiro. 

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Quanto à elevação dos juros, é esperado que ocorra uma procura pelos Treasuries, os títulos do Tesouro americano, e outros ativos mais seguros. Esse movimento deve refletir nas bolsas pelo mundo, em especial nos EUA.

Além disso, a saída de recursos de ativos de risco pode influenciar diretamente os países emergentes, como o Brasil, afirma João Beck, economista e sócio da BRA. O ciclo de juros baixos foi crucial para o avanço de ativos de risco como ações e criptomoedas, o que explica as Nova York rondarem as máximas históricas.

Mais Bancos Centrais

A Europa segue de olho na decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês). Apesar do tom “pós pandemia” dos BCs pelo mundo, a variante ômicron ainda é uma preocupação geral dos investidores. 

Mesmo na decisão de juros e tapering do Fed, ainda existe um porém: se a pandemia continuar correndo solta, existe a possibilidade de os planos de voo serem alterados. 

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Relatório trimestral da inflação

No panorama doméstico, a inflação volta ao plano central dos debates com o relatório trimestral da inflação (RTI), divulgado pelo Banco Central.

Após o BC elevar os juros e confirmar o tom mais agressivo (hawkish, no jargão do mercado), os investidores devem analisar as projeções do IPCA  e o que a instituição enxerga como risco fiscal para os próximos meses. 

A inflação para 2021 já superou o teto da meta de 5,25% e atingiu os 10,74% na última leitura. A reação do BC foi elevar os juros para 9,25% na última reunião do ano.

Depois da divulgação do RTI, o presidente do BC, Roberto Campos Neto,  e diretores Fabio Kanczuk (Política Econômica) e Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos) participam de uma coletiva coletiva sobre o relatório

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Bolsas pelo mundo

O alívio gerado por Jerome Powell na tarde de ontem (15) fez os principais índices asiáticos fecharem em alta, apesar da variante ômicron ainda preocupar os investidores. A crise de liquidez na China ainda preocupa, mas os investidores a mantêm abaixo do radar. 

Na Europa, a espera da decisão de política monetária do BCE e do BoE não impede o avanço das bolsas por lá, que aceleraram a alta da abertura. 

Por fim, os futuros de Nova York também operam em alta na manhã de hoje, de olho nos pedidos de auxílio desemprego. 

Agenda do dia

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