Em mais um dia de alta volatilidade nos negócios, o Ibovespa ganhou um pouco mais de fôlego no início da tarde desta terça-feira (18), puxado por ações dos setores financeiros e commodities metálicas.
Por volta das 16h, o principal índice da B3 subia 0,29%, aos 123.291 pontos. O dólar à vista, que avançou em parte da manhã, recuava 0,25%, a R$ 5,2624 no mesmo horário, seguindo a tendência internacional.
Em Wall Street, enquanto o Nasdaq e o S&P 500 avançam, o Dow Jones recua, de olho no avanço do retorno dos títulos do Tesouro americano, que passam por mais uma manhã de alta.
As atenções estão voltadas para as falas dos dirigentes regionais dos Fed de Atlanta e Dallas, com os investidores mais uma vez buscando sinais de possíveis mudanças na política monetária do Banco Central americano.
A escalada inflacionária, após a injeção de recursos por parte dos BCs pelo mundo, é uma preocupação para grandes economias e já começa a ser sentida na realidade.
Depois de um dia de queda, o mercado de juros futuro brasileiro volta a ficar movimentado. O Tesouro realizou um leilão de NTN-B com três vencimentos. Dos 4,8 milhões ofertados, 4,695 milhões foram vendidos. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 4,94% para 4,96%
- Janeiro/2023: de 6,71% para 6,78%
- Janeiro/2025: de 8,17% para 8,25%
- Janeiro/2027: de 8,75% para 8,81%
Perspectivas melhores
Uma pesquisa do Bank of America feita este mês com gestores e investidores da América Latina mostrou uma perspectiva melhor para o índice brasileiro. Subiu de 28% para 45% o total de gestores que veem o índice acima de 130 mil pontos em dezembro.
Além disso, 60% deles acreditam que o real terá uma valorização frente ao dólar, e a moeda americana deve encerrar o ano abaixo dos R$ 5,30.
Dentro de casa
A CPI da Covid está ouvindo hoje o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O depoimento em si não deve afetar a bolsa brasileira, mas pode respingar em Brasília e aumentar a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro.
O maior destaque do noticiário doméstico fica com a Medida Provisória da Eletrobras, que está para ser votada entre hoje ou amanhã na Câmara e deve afetar diretamente as ações da estatal. O texto abre caminho para a privatização da companhia.
Além disso, a reforma administrativa avançou mais uma casa na Câmara dos Deputados. O parecer foi lido ontem (17) e teve um pedido de vistas (adiamento) até quinta-feira (20) para uma nova votação.
Caso seja aprovado, seguirá para uma comissão especial que deve ser presidida pelo deputado Fernando Monteiro (PP-PE) e ter relatoria de Arthur Maia (DEM-BA).
Destaques do pregão
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | R$ | VAR |
CIEL3 | Cielo ON | 3,84 | 4,35% |
TOTS3 | Totvs ON | 31,21 | 2,77% |
MULT3 | Multiplan ON | 25,13 | 2,15% |
CSNA3 | CSN ON | 49,27 | 1,78% |
LWSA3 | Locaweb ON | 23,18 | 1,80% |
Entre as maiores baixas, vale destacar o desempenho das ações do setor de construção, após o Credit Suisse rebaixar a recomendação do segmento tendo em vista as dificuldades de recuperação dos índices macroeconômicos.
Marfrig e Minerva também têm queda firme, de olho na proibição de exportação de carnes do governo alemão, para conter o preço. Confira:
CÓDIGO | NOME | R$ | VAR |
EZTC3 | EZTEC ON | 31,47 | -5,21% |
MRFG3 | Marfrig ON | 17,79 | -3,68% |
BEEF3 | Minerva ON | 9,48 | -3,66% |
JBSS3 | JBS ON | 29,57 | -2,92% |
BRKM5 | Braskem PNA | 52,34 | -2,64% |
Empresas
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- O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que a privatização da Eletrobras é essencial, necessária para o consumidor brasileiro e principalmente para a redução das tarifas de energia elétrica
- A participação da Petrobras na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) do Brasil vem caindo anualmente, e a tendência é de que esse movimento persista também em 2021