Criptomoeda inspirada em meme tem alta de mais de 100% na semana após viralizar no TikTok
Vídeos de influenciadores falando sobre as oportunidades de se ficar rico investindo na criptomoeda viralizaram no TikTok e a cotação do ativo chamou a atenção do mercado
Não tem como negar que o aplicativo TikTok é o que anda fazendo a cabeça da garotada. Atualmente, é difícil encontrar uma música nas paradas de sucesso que não tenha surgido primeiramente em algum 'desafio' na plataforma de vídeos.
Não são somente músicas que se beneficiam do sucesso dentro do TikTok. A última 'moda' mexeu também com o mercado de criptomoedas, mais especificamente a 'Dogecoin', e está levantando dicussões sobre manipulações no mercado.
Se você está familiarizado com os memes da internet, deve se lembrar do cachorro 'doge', que virou febre em 2013. O termo normalmente está relacionado ao cachorro da raça Shiba Inu.
A imagem do cachorro e seus memes ficaram tão populares que em dezembro de 2013 uma moeda digital chamada 'dogecoin' foi lançada. A 'piada' leva como logo justamente a imagem do popular cachorro dos memes e ganhou adeptos, sendo muito utilizada como forma de 'gorjeta' para produtores de conteúdo em redes sociais como o Reddit e Twitter.
Nos últimos anos, no entanto, a moeda não tem recebido grande destaque, ainda que o controverso fundador da Tesla, Elon Musk, tenha classificado a criptomoeda como o seu ativo digital favorito. Mas o mercado da moeda digital voltou a se aquecer na última semana. A alta não segue nenhum fundamento específico ou reflete novidades em torno do protocolo da dogecoin. Trata-se apenas de manipulação nos preços, liderada por jovens no TikTok.
Na semana passada, um vídeo que se tornou viral na plataforma estimula o investimento em 'dogecoins'. No primeiro vídeo a alcançar status de viral, James Galante fala aos seus seguidores sobre a possibilidade de ficar rico investindo no criptoativo, já que o seu valor é praticamente inexistente. "Existem 800 milhões de usuários do TikTok. Quando atingir US$ 1, você terá US$ 10.000. Conte a todos que você conhece", afirma o tiktoker, em vídeo que já foi visto mais de 1 milhão de vezes.
Desde então, milhões de novos vídeos exaltando os benefícios de se investir na criptomoeda surgiram e o impacto foi sentido na cotação da dogecoin.
Na última semana, a moeda chegou a se valorizar mais de 125%, saindo de algo em torno de US$ 0,00230 e chegando ao maior valor nos últimos anos, cotada a US$ 0,005420 no dia 8 de julho. A maior cotação da moeda é de US$ 0,018773, registrado em janeiro de 2018. Na época, a moeda também se beneficiou do boom que levou o bitcoin e outras criptomoedas mais conhecidas ao topo histórico.
Segundo dados do CoinMarketCap, o volume negociado chegou a ter um crescimento de até 1.000% na última quarta-feira, pico do interesse na dogecoin.
A ação dos influenciadores e a disparada do preço da moeda, no entanto, não deve se manter e a tendência e que logo retorne aos níveis pré-Tiktok. A criptomoeda já vem mostrando sinais da perda de interesse dos 'jovens investidores', mesmo que ainda se encontrem em patamares mais elevados do que no período anterior aos virais.
O que deve se manter aquecido são as discussões em torno da manipulação de preços e o "Pump and Dump", um esquema proibido nos mercados tradicionais, que busca estimular a alta de um ativo para se desfazer das posições no momento de alta.
Mesmo a tática podendo ser investigada pela SEC (Comissão de Valores Imobiliários dos Estados Unidos), tem gente querendo se aproveitar da situação.
O CEO do protocolo Tron - uma criptomoeda muito utilizada no GitHub - , Justin Sun, utilizou o Twitter para anunciar que a companhia irá desenvolver novos conteúdos no TikTok como forma de promover o seu produto.
O aplicativo queridinho dos adolescentes já está na mira do governo americano por outras razões, já que pertence à startup chinesa ByteDance. Para o governo, a empresa estaria entregando dados dos usuários ao governo chinês. O presidente americano Donald Trump estuda até mesmo banir o aplicativo no país, como forma de retaliação a China. Na semana passada, funcionários da Amazon foram aconselhados a desinstalarem o aplicativo devido a riscos à segurança.
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