A Caixa Econômica Federal vai retomar o processo de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, braço de seguros e previdência do banco. A operação pode movimentar R$ 15 bilhões.
Anunciado em fevereiro, o processo havia sido interrompido em março deste ano, na esteira da alta volatilidade dos mercados com a crise do novo coronavírus, que derrubou em mais de 30% a bolsa brasileira.
Com a recuperação parcial da bolsa - que chegou até a retomar a emblemática marca dos 100 mil pontos -, a Caixa retorna com as discussões sobre a operação do braço de seguros. O movimento ainda não constitui o lançamento da oferta propriamente dita.
O anúncio da Caixa não é isolado. Nas últimas semanas empresas como a mineradora Aura Minerals e a Ambipar Participações - que atua na área de tratamento de resíduos e de acidentes com produtos químicos e poluentes - fizeram oferta de ações.
À época da interrupção do processo da Caixa Seguridade, a controladora já falava em voltar com o IPO em três meses. Na prática, a controladora havia pedido à CVM que interrompesse a documentação referente ao registro da oferta pública de ações.
Venda de ativos
O IPO da Caixa Seguridade faz parte de uma tentativa da atual gestão de enxugar a estrutura do banco, tirando a participação do estado. A lógica é parecida com o que ocorre hoje com a Petrobras, por exemplo.
No final do ano passado, o presidente do banco, Pedro Guimarães, chegou a declarar que tanto o IPO da Seguridade como da Caixa Cartões eram a prioridade de 2020. A crise evidentemente atrasou os planos.
Quando questionado sobre as loterias e a gestão de recursos, disse que a venda das loterias dependia de uma lei especifíca. "Nós não a temos hoje. Já a abertura de capital da gestora é mais simples, mas precisamos de uma medida provisória", afirmou.
Hoje, no entanto, o Congresso concentra esforço em medidas contra a crise financeira e, nas próximas semanas, deve focar em dicussões sobre a reforma tributária, segundo já indicaram líderes nas últimas semanas.