🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Bruna Furlani

Bruna Furlani

Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.

AS APOSTAS DE 2020

S&P 500 pode subir mais 7% em 2020, e petróleo pode ir além dos US$ 70, diz veterano de Wall Street

Para Byron Wien, vice-presidente da Blackstone, que possui US$ 554 bilhões sob gestão, pagamento de dividendos altos vai dar novo fôlego aos preços das ações americanas.

Bruna Furlani
Bruna Furlani
10 de janeiro de 2020
9:44 - atualizado às 17:58
Byron Wien, vice-presidente da empresa Blackstone Private Wealth Solutions, que tem US$ 554 bilhões sob gestão. Imagem: Divulgação/Blackstone

Depois de crescer mais de 30% em 2019, há quem diga que o S&P 500 não vai parar por aí. Entre os defensores dessa tese está o bilionário e vice-presidente da empresa Blackstone Private Wealth Solutions, Byron Wien, que tem US$ 554 bilhões sob gestão.

Segundo ele, o S&P 500 pode ultrapassar os 3.500 pontos em 2020, o que representaria uma alta de 7% em relação ao fechamento da última quinta-feira (9).

Uma das razões para o otimismo é que o dividend yield das ações que compõem o índice está mais alto do que o retorno dos títulos do Tesouro americano com vencimento de dois anos. O dividend yield é o indicador que mostra quanto do valor de uma ação retorna para o acionista na forma de proventos.

Segundo ele, isso pode ajudar a trazer mais um impulso ao mercado de capitais.

Mas Wien faz uma ponderação: tanto o lucro das companhias como as margens operacionais atingiram o topo e agora estão caindo.

"Por essa razão, estamos otimistas com a alta do índice, mas não pensamos que há espaço para ir além dos 3.500 pontos."

Leia Também

E não é só isso. Outro ativo que pode subir mais é o petróleo. Wien acredita que as tensões entre Estados Unidos e Irã podem fazer com que a cotação do petróleo WTI vá além dos US$ 70 o barril. A última vez em que isso ocorreu foi em outubro de 2018, quando a commodity bateu a casa dos US$ 71,92.

Segundo Wien, o clima de tensão entre Estados Unidos e Irã pode levar ao fechamento de um dos pontos mais importantes de passagem para o fornecimento global de petróleo, o Estreito de Hormuz, o que pode impactar na cotação da commodity.

As duas apostas - petróleo e S&P - fazem parte da lista de surpresas de Wien para 2020. Uma carta é preparada pelo investidor todos os anos. Em 2019, o veterano de Wall Street acertou oito dos dez palpites que deu.

Olho na economia americana

Apesar da possibilidade de subida do S&P em 2020, o ataque norte-americano que levou à morte do general iraniano Qassem Soleimani deve pesar ainda mais para os mercados neste ano. E isso pode impedir maiores altas do principal índice da bolsa americana.

Wien destaca que, se os Estados Unidos entrarem em guerra com os iranianos, os americanos podem reduzir o consumo, o que pode fazer com que a economia precise de mais alguns estímulos para não desacelerar.

Sobre a política monetária, Wien espera que o banco central americano (Fed) corte os juros mais duas vezes ao longo do ano, mesmo que a instituição tenha sinalizado que deve optar pela estabilidade. Com isso, a taxa de juros americana deve terminar 2020 próxima de 1%. Atualmente, ela está entre 1,5% e 1,75%.

Além do perigo de uma possível guerra com o Irã, a falta de medidas mais concretas para a fase 2 do acordo entre Estados Unidos e China assustam o bilionário. A primeira fase deve ser assinada na próxima semana.

"A China não vai desistir de adquirir propriedades intelectuais de empresas americanas e isso pode fazer com que fique cada vez mais difícil chegar a um acordo definitivo."

Diante desse cenário, o veterano de Wall Street diz que o presidente americano Donald Trump deve tentar mais uma vez usar a sua autoridade e poder para estimular o crescimento e afastar a possibilidade de uma recessão.

Para contornar a situação, Wien espera que Trump volte a reduzir os impostos cobrados das empresas para impulsionar o emprego e colocar mais dinheiro nas mãos dos consumidores.

Empresas americanas

Apesar dos estímulos tributários e das novidades apresentadas, as ações de gigantes de tecnologia como Facebook, Amazon, Alphabet e Netflix (FAANGs) não tiveram um bom ano e acumularam desempenho inferior ao S&P ao longo de 2019.

E para 2020, a projeção não é muito melhor. "As empresas de tecnologia devem enfrentar problemas por conta de cunho mais social e político por conta de investigações do governo", aponta o veterano de Wall Street.

Mas não são só elas que podem ser impactadas negativamente neste ano. Na carta, Wien se mostrou mais cético com relação ao lançamento de protótipos de carros autônomos.

"Uma série de acidentes envolvendo veículos experimentais pode fazer com que grandes companhias voltem atrás e anunciem uma pausa no desenvolvimento de tecnologias voltadas para os carros autônomos", destaca.

Fora do setor de tecnologia, a questão muda um pouco. Na opinião de Wien, uma das beneficiadas pode ser a Boeing. Os problemas envolvendo o modelo 737 MAX da companhia devem ser resolvidos, e as entregas da aeronave devem ser retomadas neste ano.

"O modelo tem grandes chances de se tornar conhecido ao redor do mundo ao permitir que companhias aéreas tenham uma operação mais eficiente e aumentem o seu lucro. As ações da companhia devem melhorar em 2020."

Economia mundial também exigirá atenção

E a situação complicada do ponto de vista econômico não é exclusividade dos Estados Unidos. A expectativa de Wien é que a economia na zona do euro também permaneça em desaceleração e que os mercados europeus (fora o Reino Unido) tenham performances inferiores aos mercados norte-americano e asiáticos em 2020.

Entre os motivos para o melhor desempenho do Reino Unido estão o estabelecimento de um acordo seguro em que o conjunto de países deve sair como o grande vencedor em seu "divórcio" com a União Europeia.

Segundo Wien, o Reino Unido pode se beneficiar de um longo período de transição e por isso, o especialista espera que o crescimento econômico por lá exceda os 2%.

A razão, segundo ele, é que haverá aumento de investimentos externos diante de um cenário menos nebuloso para os investidores que acreditam no conjunto de países.

Os erros e acertos de Byron Wien em 2019

Brexit

Apesar de estar mais positivo com a economia do Reino Unido agora, Wien errou no ano passado ao dizer que não seria aprovado algum acordo com relação ao Brexit.

Ouro

Outro ponto que o especialista não acertou foi sobre o ouro. Ao apostar na melhora dos mercados norte-americanos, Wien preferiu não recomendar investimentos em metais como o ouro.

Na avaliação dele, a commodity teria caído US$ 1.000, enquanto o mercado de ações tanto nos Estados Unidos quanto fora teria melhorado.

Alta do S&P 500

Não é à toa que entre as apostas de Wien estavam uma alta de 15% para o S&P 500, que no fim do ano passado subiu mais de 30%.

O bilionário acreditava que o crescimento mais fraco da economia mundial incentivaria o Fed, o banco central dos EUA, a não promover mais aumentos na taxa de juros durante o ano.

Diante desse cenário, Wien esperava que o valor de mercado das empresas voltasse a ficar atrativo depois de um ano ruim para as bolsas americanas, em que todas terminaram no vermelho, no pior resultado em uma década.

A volta dos emergentes (e do Brasil)

Outro acerto do veterano de Wall Street foi sobre os emergentes. Um ano atrás, Wien previu que o Brasil voltaria a ser uma das apostas entre os emergentes, ainda que o gringo não tenha vindo com força para o país.

Na época, ele destacou que o Brasil voltava a chamar atenção diante da ascensão de um governo mais conservador. Na visão dele, o preço das ações por aqui também estava bem atrativo, se comparado aos anos anteriores e aos mercados mais desenvolvidos.

Wien disse também que a contínua expansão da classe média em países como China e Brasil incentivaria o aumento da renda e a confiança do consumidor.

Uma carteira internacional

Mesmo diante de erros e acertos sobre o comportamento da economia no ano passado, Wien preferiu manter a carteira que havia recomendado em 2019 para investidores que estiverem dispostos a receber maior retorno e consequentemente, dispostos a correr maior risco.

Na hora de escolher, o especialista voltou a não apostar no ouro e preferiu separar 10% do patrimônio para investir em ativos de mercados emergentes. A justificativa é que eles têm maior potencial de crescimento, o que poderia oferecer retornos mais atrativos.

Outro detalhe é que a aposta em ativos de mercados europeus ficou em apenas 5%, por conta da expectativa de desaceleração da economia. No caso dos ativos japoneses, a alocação foi semelhante. Na visão de Byron, há melhores oportunidades em outras bolsas que não a japonesa.

Com perspectivas mais negativas para Europa e Ásia, a maior aposta de Wien continua sendo no mercado norte-americano. O veterano de Wall Street alocou cerca de 15% da carteira em ativos dos Estados Unidos.

Já o resto da alocação da carteira foi em ações de multinacionais (empresas de grande porte e bastante líquidas), hedge funds, investimentos no mercado imobiliário e fundos de private equity.

Há também aplicações em commodities agrícolas e recursos naturais, assim como outras formas não muito convencionais de investimento em renda fixa, como em dívidas de mercados emergentes. 

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DIA 100

Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”

29 de abril de 2025 - 19:12

O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro

RELATÓRIO DO 1T25

Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços

29 de abril de 2025 - 18:35

A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral

EM ALTA

Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa

29 de abril de 2025 - 12:02

Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

DIA 99

Trump vai jogar a toalha?

28 de abril de 2025 - 19:45

Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento

FUNDAMENTOS INVERTIDOS

S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA

28 de abril de 2025 - 19:15

Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis

EFEITOS DA GUERRA COMERCIAL

Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta

28 de abril de 2025 - 18:45

Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado

28 de abril de 2025 - 15:26

Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos

GUERRA DOS CHIPS

Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)

28 de abril de 2025 - 13:33

Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês

DIAS 97 E 98

Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade

28 de abril de 2025 - 9:49

Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior

28 de abril de 2025 - 7:03

Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio

CALENDÁRIO ECONÔMICO

Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado

27 de abril de 2025 - 17:12

Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA

AÇÕES EM PETRÓLEO

Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI

26 de abril de 2025 - 16:47

Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.

GUERRA COMERCIAL

Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA

26 de abril de 2025 - 10:17

China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar