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Estadão Conteúdo
B3

Novatos na bolsa passam por teste de estresse com derretimento do mercado

“Sabia que era um investimento de risco, de longo prazo, mas ninguém poderia imaginar que hoje estaríamos vivendo a crise que estamos vivendo”, disse Vechiato

Estadão Conteúdo
22 de março de 2020
18:18 - atualizado às 6:41
Sede da B3, no centro de São Paulo, Ibovespa
Sede da B3, no centro de São Paulo - Imagem: shutterstock

O advogado Walter Vechiato sempre guardou parte do salário para a aposentadoria. Conservador, gostava da caderneta de poupança, dos tradicionais CDBs oferecidos pelos bancos grandes e, de vez em quando, arriscava-se em uma Letra de Crédito Imobiliário (LCI), produto isento de Imposto de Renda. Mas, nos últimos tempos, ele passou a se interessar pelo risco.

A taxa básica de juros (Selic), que baliza os retornos das aplicações de renda fixa, começou a cair a níveis antes inimagináveis, e no instante em que ele percebeu que o seu dinheiro estava rendendo menos, passou a prestar atenção na rentabilidade do lado mais "agressivo" do mercado financeiro, o da renda variável. "Fiz alguns cursos presenciais, que os bancos me ofereceram, e comprei minhas primeiras ações em novembro do ano passado", disse ao jornal O Estado de S. Paulo. "Sabia que era um investimento de risco, de longo prazo, mas ninguém poderia imaginar que hoje estaríamos vivendo a crise que estamos vivendo."

Vechiato ingressou no mercado de ações numa fase em que o interesse pelo tema cresceu muito. Uma combinação de três fatores - a taxa de juros na mínima histórica, a expectativa com o crescimento da economia brasileira e o esforço dos bancos e corretoras para atrair clientes para opções além da velha poupança - fez com que, em abril de 2019, a B3 (a Bolsa paulista) atingisse o primeiro milhão de CPFs cadastrados. Dez meses depois, a Bolsa tinha mais 945 mil novos aplicadores, somando quase 2 milhões de CPFs. O investidor pessoa física vinha sendo o principal responsável pela valorização do Ibovespa, que em 2019 acumulou alta de 31,58%, até encostar em históricos 120 mil pontos antes do carnaval.

Da Quarta-feira de Cinzas para cá, a história é conhecida: a escalada da pandemia do coronavírus, que paralisa a economia, provocou uma sucessão de circuit breakers na Bolsa (mecanismo que interrompe as negociações no mercado para impedir quedas muito bruscas). Nas últimas duas semanas, houve perda de R$ 1,16 trilhão em valor de mercado das 354 empresas com ações listadas no País. "Eu confesso que fiquei assustado, pensei em tirar todo o dinheiro e sair da Bolsa, mas mudei de ideia. As coisas precisam melhorar", afirma Vechiato, que disse que agora, acredita ter "estômago para volatilidade".

Mas nem todos têm esse estômago. O professor Gerson Amorim, por exemplo, percebeu que sofre mais. No fim de fevereiro, ele não resistiu e liquidou metade dos R$ 450 mil que estavam em ações. "Depois eu me arrependi, mas perdi quase R$ 100 mil. A outra parte ficou lá e está encolhendo."

Para a professora de finanças comportamentais da FIA, Paula Sauer, essa é a pior decisão de um investidor. Mas é a mais comum. "É um clássico do efeito manada: corre primeiro e pergunta depois", diz. Segundo ela, com interesse maior em torno da Bolsa, boa parte dos novos aplicadores que ingressaram não sabia o que estava fazendo.

Em Santos, o casal de aposentados Cesar e Sandra Buosi estava, de fato, otimista. Eles sempre gostaram de diversificar, mas dentro da renda fixa. De repente, começaram a testar as ações. "Eu estava com tempo mais livre e a gente foi comprando mais na renda variável", afirma Sandra, que agora não tem mais nenhum centavo em ações. "Quando as ações começaram a cair na Quarta-feira de Cinzas, eu falei, chega, vou voltar para o CDB", diz Cesar.

Liquidez

Para o especialista em planejamento financeiro José Raymundo de Faria Júnior, o casal Buosi, apesar de ter perdido um pouco do patrimônio, tomou a decisão certa, na hora certa. "Naquele momento, a Bolsa ainda não tinha caído tanto", diz. Para ele, o cenário é difícil para os investimentos. Ele ainda recomenda aportes em renda fixa de longo prazo, por achar que a curva de juros pode subir daqui a pouco, e não considera que a Bolsa chegou ao fundo do poço - ela pode descer para 53 mil pontos, diz. "O lugar do dinheiro novo é parado, num (título) de Tesouro Selic, esperando para ver o que acontece. O futuro é muito incerto."

Temor

Em entrevista ao Estado, Paula Sauer, professora em finanças comportamentais da FIA, falou sobre o temor de novos investidores em renda variável diante da crise provocada pelo novo coronavírus.

Os investidores vão fugir da Bolsa?

Sim, a emoção se sobrepõe e muitos investidores se desesperam, não toleram o prejuízo momentâneo, porque absolutamente não pensavam que fosse possível (perder dinheiro). Depois de uma crise assim, parte dos investidores sai com pavor do mercado de renda variável e vai tentar recuperar a perda nas aplicações de renda fixa.

As pessoas que compraram ações sabiam o que estavam fazendo?

A maioria delas não, outras achavam que sabiam.

Não é fácil falar agora?

O brasileiro é um otimista, e acha que na sua vez nada de mal pode lhe acontecer, maximiza as chances de ganho e minimiza, faz vista grossa para os riscos. Pensa que no final tudo vai dar certo.

Passada essa crise, eles voltarão para a renda variável?

Alguns podem voltar quando a Bolsa subir novamente. Mas uma grande parte, não. Muitos vão ficar com a sensação de perda e isso pesa, independentemente da lógica, dos preços e da oportunidade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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