🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Estadão Conteúdo

INDÚSTRIA

Indústria com mais tecnologia tem o menor peso na exportação em 24 anos

De acordo com o economista do Iedi, Rafael Cagnin, a queda nas exportações desses produtos, que somaram US$ 40,2 bilhões no ano passado, coloca a engrenagem do crescimento do País para girar no sentido oposto

indústria, empresa, multinacional
Imagem: Shutterstock

O Brasil está perdendo a corrida para exportar produtos manufaturados de maior valor. A indústria de alta e média/alta tecnologias - que produz itens como veículos, peças automotivas, aviões, máquinas e remédios - respondeu em 2019 por 32% das vendas externas da indústria de transformação, a menor participação desde 1995. O levantamento é do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), e segue os critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com o economista do Iedi, Rafael Cagnin, a queda nas exportações desses produtos, que somaram US$ 40,2 bilhões no ano passado, coloca a engrenagem do crescimento do País para girar no sentido oposto. Como produz itens mais elaborados, que envolvem mais insumos e outras fabricantes na cadeia de fornecedores, a indústria que aplica mais tecnologia tem mais potencial para gerar emprego, renda e injetar dólares na balança comercial.

A disputa entre EUA e China levou a uma forte desaceleração do comércio global em 2019, que deve ter crescido 1,5%, menos da metade do que no ano anterior. Isso causou uma queda generalizada (de 7,9%) das exportações da indústria de transformação nacional, a primeira retração desde 2015.

As turbulências na conjuntura mundial desnudaram problemas estruturais de longa data, como a baixa competitividade dos produtos da indústria brasileira em relação aos concorrentes por causa do elevado custo Brasil.

Segundo Cagnin, o quadro de mais incerteza no mundo prejudicou particularmente as vendas de produtos com maior tecnologia. “Quando o ambiente de negócios é ruim e falta previsibilidade, como em 2019, consumidores e empresas freiam compras de maior valor.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A crise na Argentina, o principal comprador de manufaturados brasileiros na América Latina, sobretudo de carros, também agravou o resultado das exportações da indústria de média/alta tecnologia. No ano passado, o tombo das vendas externas desse segmento foi de 14,2% ante 2018. O resultado foi influenciado por veículos (-24,7%), mas também houve retrações significativas em produtos químicos (-9,6%) e em máquinas (-7,7%).

Leia Também

A queda nas exportações dos fabricantes de alta tecnologia foi ainda mais expressiva: 15,7%, a maior em dez anos. O resultado foi puxado para baixo pela indústria aeronáutica e aeroespacial (-21,9%) e de medicamentos (-2,5%).

No caso dos aviões, cuja produção está concentrada na Embraer, André Castellini, sócio da Bain & Company e especialista do setor, diz que o mercado de jatos regionais está mais disputado e que a empresa está introduzindo um novo modelo. Esses fatores explicariam a retração.

Brasil perde posição em vendas externas

Nono parque industrial do mundo, o Brasil diminuiu ainda mais a pouca relevância que tinha no comércio externo de produtos manufaturados. Em 2008, respondia por 0,81% das vendas externas em valor desses produtos. Dez anos depois, fatia tinha recuado para 0,62%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No mesmo período, caiu da 29.ª posição do ranking dos maiores exportadores de manufatura para o 32.º lugar, de acordo com a Organização Mundial do Comércio. “Houve uma involução bastante firme das exportações brasileiras de manufaturados”, diz Rafael Cagnin, economista do Iedi.

Segundo levantamento da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), em 2019, os produtos manufaturados representaram 34,6% das exportações totais do País, a menor fatia em quase 40 anos. Em 2000, essa participação beirou 60%.

Uma das razões da pequena presença dos manufaturados nas exportações se deve ao forte mercado doméstico, que é o ganha pão da maioria das indústrias brasileiras. Mas o principal obstáculo ao avanço das exportações apontado por empresários e economistas é o custo Brasil, uma série de despesas que torna a produção nacional desvantajosa para o exportador em relação aos concorrentes.

O presidente da AEB, José Augusto de Castro, lembra que, por muito tempo, a taxa de câmbio ancorava as discussões sobre o desempenho das exportações brasileiras. Hoje, ele acredita que o câmbio, ao redor de R$ 4,10, é adequado e que a redução do custo da produção é a questão central do debate. “O custo é definitivo, a taxa de câmbio é temporária, flutua e não é fator de competitividade.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Castro ressalta ainda que o mercado para as vendas de produtos brasileiros está concentrado na América do Sul. “Estamos num mercado que representa 3% das exportações mundiais e os outros 97% estão largados, pois não temos preços competitivos de manufaturados para vender para os EUA, Europa, muito menos para a China.”

Estudo feito pelo Boston Consulting para o Ministério da Economia calculou que o custo de se produzir no Brasil é R$ 1,5 trilhão (22% do PIB) superior na comparação com a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O trabalho considerou 12 áreas vitais para a competitividade, da abertura ao fechamento de um negócio, passando por impostos, burocracia, infraestrutura etc.

“Poderíamos ter um PIB muito maior, caso não tivéssemos esse custo”, afirma José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp e presidente da Abiplast. Assim como Castro, Roriz considera que o câmbio está adequado e o problema é que o custo Brasil afeta a competitividade.

Desincentivos

O presidente executivo da Abimaq, José Velloso, diz que no Brasil há “desincentivos” para exportar. Entre os fatores que desestimulam as exportações, que no ano passado caíram 7% no setor, ele aponta a falta de financiamento e dificuldades de obter ressarcimento de créditos de impostos gerados na compra de matérias-primas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A indústria farmacêutica é outro setor de alta tecnologia que teve recuo nas exportações. Segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, o controle de preços dos remédios no mercado interno inibe investimentos em inovação na indústria. “Exportamos só produto velho.” Hoje, o setor vende no exterior 6% da produção.

Indústria demitiu e deu férias para se ajustar

O ano de 2019 não foi bom para a Fupresa, que fabrica, em Indaiatuba (SP), peças e componentes para caixa de câmbio e motores. Essas autopeças são classificadas como produtos de média/alta tecnologia. A empresa, que tem mais da metade do faturamento voltado para exportação, registrou queda de 15% nas vendas em euros para Alemanha, França e Espanha no ano passado.

Por causa dessa retração, provocada pelo recuo do consumo no mercado europeu, a indústria teve de ajustar a produção. É que essas autopeças feitas para determinados modelos de veículos europeus não são absorvidas no mercado nacional.

A saída encontrada pela companhia foi colocar o pé no freio da produção. “Reduzimos um turno de trabalho, de três para dois, e entre 10% e 15% o número de funcionários”, conta Paulo Butori, presidente da Fupresa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A empresa, que fatura cerca de US$ 30 milhões por ano, chegou a ter 65% da receita vinda do mercado externo em 2018. No ano passado, essa fatia recuou para 55%.

Produtos de média/alta tecnologia, como as autopeças, são fabricados em indústrias que participam de cadeias longas de produção que envolvem muitos outros fabricantes e empregos. Nos cálculos de José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), para cada US$ 1 bilhão exportado de produtos manufaturados são gerados 50 mil empregos diretos e indiretos. Quando a roda da economia gira no sentido contrário, há demissões na cadeia, como ocorreu na Fupresa.

Segundo o Sindipeças, as exportações do setor caíram 11,4% sobre 2018. Dan Ioschpe, presidente da entidade, explica que a queda foi puxada pelo mercado argentino, principal parceiro comercial e que passa por forte crise.

A Marcopolo, por exemplo, fabricante de carrocerias de ônibus, sentiu os efeitos da crise no país vizinho. As exportações totais da companhia caíram 21% em 2019 em número de unidades, um pouco menos que a retração registrada pelo mercado, de 24%. José Luiz Moraes Goes, gerente executivo de Negócios Internacionais para Américas, aponta a crise na Argentina e as turbulências que houve em mercados importantes da América Latina para a empresa, caso do Chile, como fatores que levaram à retração. Além disso, em 2018, a empresa tinha feito uma grande venda para países africanos, evento que não se repetiu em 2019.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Goes diz que não demitiu para ajustar a produção. Mas deu férias coletivas nas cinco fábricas que tem no País. Também aumentou em 20% as vendas de carrocerias de ônibus no mercado doméstico para compensar a queda nas exportações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
TEM PRA TODO GOSTO

Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores

5 de dezembro de 2025 - 6:51

Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).

NAS ENTRELINHAS

Mercado aposta em corte da Selic em janeiro, mas sinais do Copom indicam outra direção, diz Marilia Fontes, da Nord

4 de dezembro de 2025 - 19:42

Para a sócia da Nord, o BC deve manter a postura cautelosa e dar sinais mais claros antes de fazer qualquer ajuste

EFEITOS MASTER

Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos

4 de dezembro de 2025 - 16:04

Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência

CIDADE DE 65 MIL HABITANTES

Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal

4 de dezembro de 2025 - 15:15

Sensação do Brasileirão, o Mirassol arrecadou cerca de um terço do orçamento municipal e levou a pequena cidade paulista ao cenário internacional com a vaga na Libertadores

INFLUÊNCIA

Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?

4 de dezembro de 2025 - 10:39

Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos

SEM RECLAMAÇÕES

Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa

4 de dezembro de 2025 - 7:53

Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).

VAI PISAR NO FREIO?

Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual

3 de dezembro de 2025 - 19:35

A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026

INVESTIMENTOS EM 2026

Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista

3 de dezembro de 2025 - 17:31

Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo

MAIS VENDIDOS

Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo 

3 de dezembro de 2025 - 15:09

Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados

JÁ VIU A SUA?

Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped

3 de dezembro de 2025 - 14:04

Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários

BILIONÁRIA SELF-MADE

De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira

3 de dezembro de 2025 - 12:04

A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária

LUXO

Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami

3 de dezembro de 2025 - 9:29

A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes

MÁQUINA DE MILIONÁRIOS

Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham

3 de dezembro de 2025 - 7:06

A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.

CRIMES FINANCEIROS

Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário

2 de dezembro de 2025 - 18:45

Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master

ASTROS NO PREGÃO

Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão

2 de dezembro de 2025 - 15:28

Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos

MECANISMO CONTRA GOLPISTAS

BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas

2 de dezembro de 2025 - 14:49

Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro

ECONOMIA DE ATÉ 80%

CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação

2 de dezembro de 2025 - 11:19

Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país

EXAUSTÃO MENTAL

A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje

2 de dezembro de 2025 - 10:38

Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional

PARADA PARA MANUTENÇÃO

Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores

2 de dezembro de 2025 - 7:06

Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania

FORA DO CONSENSO

Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano

1 de dezembro de 2025 - 19:11

No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar