🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Estadão Conteúdo

INDÚSTRIA

Indústria com mais tecnologia tem o menor peso na exportação em 24 anos

De acordo com o economista do Iedi, Rafael Cagnin, a queda nas exportações desses produtos, que somaram US$ 40,2 bilhões no ano passado, coloca a engrenagem do crescimento do País para girar no sentido oposto

indústria, empresa, multinacional
Imagem: Shutterstock

O Brasil está perdendo a corrida para exportar produtos manufaturados de maior valor. A indústria de alta e média/alta tecnologias - que produz itens como veículos, peças automotivas, aviões, máquinas e remédios - respondeu em 2019 por 32% das vendas externas da indústria de transformação, a menor participação desde 1995. O levantamento é do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), e segue os critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com o economista do Iedi, Rafael Cagnin, a queda nas exportações desses produtos, que somaram US$ 40,2 bilhões no ano passado, coloca a engrenagem do crescimento do País para girar no sentido oposto. Como produz itens mais elaborados, que envolvem mais insumos e outras fabricantes na cadeia de fornecedores, a indústria que aplica mais tecnologia tem mais potencial para gerar emprego, renda e injetar dólares na balança comercial.

A disputa entre EUA e China levou a uma forte desaceleração do comércio global em 2019, que deve ter crescido 1,5%, menos da metade do que no ano anterior. Isso causou uma queda generalizada (de 7,9%) das exportações da indústria de transformação nacional, a primeira retração desde 2015.

As turbulências na conjuntura mundial desnudaram problemas estruturais de longa data, como a baixa competitividade dos produtos da indústria brasileira em relação aos concorrentes por causa do elevado custo Brasil.

Segundo Cagnin, o quadro de mais incerteza no mundo prejudicou particularmente as vendas de produtos com maior tecnologia. “Quando o ambiente de negócios é ruim e falta previsibilidade, como em 2019, consumidores e empresas freiam compras de maior valor.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A crise na Argentina, o principal comprador de manufaturados brasileiros na América Latina, sobretudo de carros, também agravou o resultado das exportações da indústria de média/alta tecnologia. No ano passado, o tombo das vendas externas desse segmento foi de 14,2% ante 2018. O resultado foi influenciado por veículos (-24,7%), mas também houve retrações significativas em produtos químicos (-9,6%) e em máquinas (-7,7%).

Leia Também

A queda nas exportações dos fabricantes de alta tecnologia foi ainda mais expressiva: 15,7%, a maior em dez anos. O resultado foi puxado para baixo pela indústria aeronáutica e aeroespacial (-21,9%) e de medicamentos (-2,5%).

No caso dos aviões, cuja produção está concentrada na Embraer, André Castellini, sócio da Bain & Company e especialista do setor, diz que o mercado de jatos regionais está mais disputado e que a empresa está introduzindo um novo modelo. Esses fatores explicariam a retração.

Brasil perde posição em vendas externas

Nono parque industrial do mundo, o Brasil diminuiu ainda mais a pouca relevância que tinha no comércio externo de produtos manufaturados. Em 2008, respondia por 0,81% das vendas externas em valor desses produtos. Dez anos depois, fatia tinha recuado para 0,62%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No mesmo período, caiu da 29.ª posição do ranking dos maiores exportadores de manufatura para o 32.º lugar, de acordo com a Organização Mundial do Comércio. “Houve uma involução bastante firme das exportações brasileiras de manufaturados”, diz Rafael Cagnin, economista do Iedi.

Segundo levantamento da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), em 2019, os produtos manufaturados representaram 34,6% das exportações totais do País, a menor fatia em quase 40 anos. Em 2000, essa participação beirou 60%.

Uma das razões da pequena presença dos manufaturados nas exportações se deve ao forte mercado doméstico, que é o ganha pão da maioria das indústrias brasileiras. Mas o principal obstáculo ao avanço das exportações apontado por empresários e economistas é o custo Brasil, uma série de despesas que torna a produção nacional desvantajosa para o exportador em relação aos concorrentes.

O presidente da AEB, José Augusto de Castro, lembra que, por muito tempo, a taxa de câmbio ancorava as discussões sobre o desempenho das exportações brasileiras. Hoje, ele acredita que o câmbio, ao redor de R$ 4,10, é adequado e que a redução do custo da produção é a questão central do debate. “O custo é definitivo, a taxa de câmbio é temporária, flutua e não é fator de competitividade.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Castro ressalta ainda que o mercado para as vendas de produtos brasileiros está concentrado na América do Sul. “Estamos num mercado que representa 3% das exportações mundiais e os outros 97% estão largados, pois não temos preços competitivos de manufaturados para vender para os EUA, Europa, muito menos para a China.”

Estudo feito pelo Boston Consulting para o Ministério da Economia calculou que o custo de se produzir no Brasil é R$ 1,5 trilhão (22% do PIB) superior na comparação com a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O trabalho considerou 12 áreas vitais para a competitividade, da abertura ao fechamento de um negócio, passando por impostos, burocracia, infraestrutura etc.

“Poderíamos ter um PIB muito maior, caso não tivéssemos esse custo”, afirma José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp e presidente da Abiplast. Assim como Castro, Roriz considera que o câmbio está adequado e o problema é que o custo Brasil afeta a competitividade.

Desincentivos

O presidente executivo da Abimaq, José Velloso, diz que no Brasil há “desincentivos” para exportar. Entre os fatores que desestimulam as exportações, que no ano passado caíram 7% no setor, ele aponta a falta de financiamento e dificuldades de obter ressarcimento de créditos de impostos gerados na compra de matérias-primas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A indústria farmacêutica é outro setor de alta tecnologia que teve recuo nas exportações. Segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, o controle de preços dos remédios no mercado interno inibe investimentos em inovação na indústria. “Exportamos só produto velho.” Hoje, o setor vende no exterior 6% da produção.

Indústria demitiu e deu férias para se ajustar

O ano de 2019 não foi bom para a Fupresa, que fabrica, em Indaiatuba (SP), peças e componentes para caixa de câmbio e motores. Essas autopeças são classificadas como produtos de média/alta tecnologia. A empresa, que tem mais da metade do faturamento voltado para exportação, registrou queda de 15% nas vendas em euros para Alemanha, França e Espanha no ano passado.

Por causa dessa retração, provocada pelo recuo do consumo no mercado europeu, a indústria teve de ajustar a produção. É que essas autopeças feitas para determinados modelos de veículos europeus não são absorvidas no mercado nacional.

A saída encontrada pela companhia foi colocar o pé no freio da produção. “Reduzimos um turno de trabalho, de três para dois, e entre 10% e 15% o número de funcionários”, conta Paulo Butori, presidente da Fupresa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A empresa, que fatura cerca de US$ 30 milhões por ano, chegou a ter 65% da receita vinda do mercado externo em 2018. No ano passado, essa fatia recuou para 55%.

Produtos de média/alta tecnologia, como as autopeças, são fabricados em indústrias que participam de cadeias longas de produção que envolvem muitos outros fabricantes e empregos. Nos cálculos de José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), para cada US$ 1 bilhão exportado de produtos manufaturados são gerados 50 mil empregos diretos e indiretos. Quando a roda da economia gira no sentido contrário, há demissões na cadeia, como ocorreu na Fupresa.

Segundo o Sindipeças, as exportações do setor caíram 11,4% sobre 2018. Dan Ioschpe, presidente da entidade, explica que a queda foi puxada pelo mercado argentino, principal parceiro comercial e que passa por forte crise.

A Marcopolo, por exemplo, fabricante de carrocerias de ônibus, sentiu os efeitos da crise no país vizinho. As exportações totais da companhia caíram 21% em 2019 em número de unidades, um pouco menos que a retração registrada pelo mercado, de 24%. José Luiz Moraes Goes, gerente executivo de Negócios Internacionais para Américas, aponta a crise na Argentina e as turbulências que houve em mercados importantes da América Latina para a empresa, caso do Chile, como fatores que levaram à retração. Além disso, em 2018, a empresa tinha feito uma grande venda para países africanos, evento que não se repetiu em 2019.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Goes diz que não demitiu para ajustar a produção. Mas deu férias coletivas nas cinco fábricas que tem no País. Também aumentou em 20% as vendas de carrocerias de ônibus no mercado doméstico para compensar a queda nas exportações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
A SELIC CAI OU NÃO CAI?

“O Banco Central não está dando sinais sobre o futuro”, diz Galípolo diante do ânimo do mercado sobre o corte de juros

12 de novembro de 2025 - 17:01

Em participação no fórum de investimentos da Bradesco Asset, o presidente do BC reafirmou que a autarquia ainda depende de dados e persegue a meta de inflação

PONTO DE VIRADA

Governo Lula repete os passos da era Dilma, diz ex-BC Alexandre Schwartsman: “gestão atual não tem condição de fazer reformas estruturais”

12 de novembro de 2025 - 14:11

Para “arrumar a casa” e reduzir a taxa de juros, Schwartsman indica que o governo precisa promover reformas estruturais que ataquem a raiz do problema fiscal

IMÓVEIS EM LEILÃO

Bradesco (BBDC4) realiza leilão de imóveis onde funcionavam antigas agências

12 de novembro de 2025 - 9:43

Cinco propriedades para uso imediato estão disponíveis para arremate 100% online até 1º de dezembro; lance mínimo é de R$ 420 mil

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Maioria dos fundos sustentáveis rendeu mais que o CDI, bolsa bate novos recordes, e mercado está de olho em falas do presidente do Banco Central

12 de novembro de 2025 - 7:40

Levantamento feito a pedido do Seu Dinheiro mostra que 77% dos Fundos IS superou o CDI no ano; entenda por que essa categoria de investimento, ainda pequena em relação ao total da indústria, está crescendo no gosto de investidores e empresas

UMA BELA BOLADA

Lotofácil 3536 faz o único milionário da noite; Mega-Sena encalha e prêmio acumulado chega a R$ 100 milhões

12 de novembro de 2025 - 6:33

Lotofácil continua brilhando sozinha. A loteria “menos difícil” da Caixa foi a única a pagar um prêmio milionário na noite de terça-feira (11).

SUSTENTABILIDADE

ESG não é caridade: é possível investir em sustentabilidade sem abrir mão da rentabilidade

12 de novembro de 2025 - 6:05

Fundos IS e que integram questões ESG superaram o CDI no acumulado do ano e ganham cada vez mais espaço na indústria — e entre investidores que buscam retorno financeiro

MAIS QUILÔMETROS, MENOS GASOLINA

O carro mais econômico do mercado brasileiro é híbrido e faz 17,5 km/l na cidade

11 de novembro de 2025 - 20:15

Estudo do Inmetro mostra que o Toyota Corolla híbrido lidera o ranking de eficiência no Brasil, com consumo de 17,5 km/l na cidade

CAÇA AO TESOURO

Mesmo com recordes, bolsa brasileira ainda está barata, diz head da Itaú Corretora — saiba onde está o ouro na B3

11 de novembro de 2025 - 19:40

O Ibovespa segue fazendo história e renovando máximas, mas, ainda assim, a bolsa se mantém abaixo da média histórica na relação entre o preço das ações das empresas e o lucro esperado, segundo Márcio Kimura

INVESTIR COM FUTURO

A ‘porta dourada’ para quem quer morar na Europa: por que Portugal está louco para atrair (alguns) brasileiros

11 de novembro de 2025 - 18:11

Em evento promovido pela Fundação Luso-Brasileira na cidade de São Paulo, especialistas falam sobre o “golden visa” e explicam por que este pode ser um “momento único” para investir no país

BILHETERIA DE ESTREIA

“O Agente Secreto” lidera bilheteria, mas não supera “Ainda Estou Aqui” no primeiro fim de semana nos cinemas

11 de novembro de 2025 - 17:40

Filme supera estreias internacionais e segue trajetória semelhante à de “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles

ARRUME AS MALAS

Destino apontado como uma das principais tendências de viagem para 2026 no Brasil é conhecido por seus queijos deliciosos

11 de novembro de 2025 - 17:15

Destino em alta para 2026, a Serra da Canastra é um paraíso de ecoturismo com cachoeiras, fauna rica e o tradicional queijo canastra

LISTA DE PRESENÇA

‘FLOP30’? Ausência de líderes na COP30 vira piada nas redes sociais; criação de fundo é celebrada

11 de novembro de 2025 - 16:46

28 líderes de países estiveram na Cúpula dos Chefes de Estado da COP30. O número é menos da metade do que foi registrado em 2024

PONTO DE VIRADA

A bolha da IA vai estourar? Nada disso. Especialista do Itaú explica por que a inteligência artificial segue como aposta promissora

11 de novembro de 2025 - 15:45

Durante o evento nesta terça-feira (11), Martin Iglesias, líder em recomendação de investimentos do banco, avaliou que a nova era digital está sustentada por sólidos pilares

SANTA TEREZA

O clube que não era da esquina: o que fazer no bairro de BH eternizado pela música de Lô Borges, Milton Nascimento, Skank e Sepultura

11 de novembro de 2025 - 10:28

Movimento de Lô Borges, Milton Nascimento e outros grandes nomes não nasceu na esquina de Santa Tereza, mas tem muitos locais de referência ao grupo

QUAL O CAMINHO PARA A SELIC

Pomba ou gavião? Copom diz que Selic em 15% ao ano por ‘período prolongado’ é suficiente para fazer inflação convergir à meta

11 de novembro de 2025 - 10:03

Assim como no comunicado, a ata não deu nenhuma indicação de quando o ciclo de corte de juros deve começar, mas afirmou que o nível atual é suficiente para controle de preços

ATENÇÕES DIVIDIDAS

Bolão fatura Lotofácil e Dupla Sena salva a noite das loterias da Caixa com novo milionário em SP

11 de novembro de 2025 - 7:01

Prêmio principal da Lotofácil 3535 será dividido entre 10 pessoas; ganhador da Dupla Sena 2884 apostou por meio dos canais eletrônicos da Caixa

CHEGANDO AO FIM...

O oráculo também erra: quando Warren Buffett deixou de ganhar dinheiro por causa das próprias estratégias

10 de novembro de 2025 - 17:11

Mesmo após seis décadas de acertos, Warren Buffett também acumulou erros bilionários — da compra da Berkshire ao ceticismo sobre bitcoin e ao fiasco com a Kraft Heinz

LOTERIAS HOJE

Loterias da Caixa voltam hoje com prêmios milionários; Mega-Sena pode pagar R$ 67 milhões nesta semana

10 de novembro de 2025 - 11:03

Com acúmulos na semana passada, as loterias da Caixa iniciam a semana pagando boladas milionárias

'Oh Lord won't you buy me a BYD'?

Adeus ‘Mercedão’, olá BYD: da cidade de São Paulo ao Flamengo, ônibus elétrico ganha cada vez mais espaço 

10 de novembro de 2025 - 10:17

Algumas cidades, empresas e até o Flamengo já aderiram ao ônibus elétrico e fundo de investimento pode facilitar ainda mais o acesso à esse tipo de veículo

'CAFAKE'

Parece, mas não é: Anvisa proíbe comercialização de marcas de ‘bebida sabor café’ e até de café gourmet

10 de novembro de 2025 - 9:18

Em 2025, a Anvisa já vetou a comercialização de 6 marcas de café ou de ‘bebida sabor café’; entenda como não comprar gato por lebre

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar