Como operar um bear market
O momento é dos ursos. Quem souber se aliar a eles, vai ganhar dinheiro. Aqueles que acham que em breve tudo voltará ao normal terão forte decepção

Antes de mais nada, é preciso que nos conscientizemos que, desde 24 de janeiro deste ano, a Bolsa de Valores de São Paulo iniciou um bear market.
Claro que nesse dia ninguém sabia disso, a não ser que tivesse bola de cristal. O Ibovespa fizera uma máxima de todos os tempos a 119.593,10 e tudo indicava que os 150 mil eram questão de meses.
A razão para essa alta era simples. Embora a economia não estivesse respondendo como se esperava, a rentabilidade dos fundos e dos títulos de renda fixa se aproximava de zero. Em alguns casos, tornara-se negativa.
Poucas coisas são tão bullish para o mercado de ações quanto a falta de alternativa de investimentos com retorno positivo.
Veio então o coronavírus e, com ele, o pânico. E pânico nos highs é garantia certa de crash.
De suas máximas, também alcançadas no início deste ano, até as mínimas recentes, o índice Industrial Dow Jones da NYSE caiu 37%, o S&P 500, 34%, o Nasdaq, 30%, e o nosso Ibovespa aterrorizantes 45,80%.
Leia Também
Leia também:
- PIB do Brasil pode cair 4% neste ano. A previsão é de Paulo Guedes
- SPX Capital zera posições relevantes na bolsa brasileira em meio à crise
- [Premium] Os melhores fundos imobiliários para investir em abril
- Receba notícias e dicas de investimento por e-mail
O curioso é que todos os quatro índices acima citados atingiram seu low no dia 23 de março. Pudera! Nessa data:
- O Ministério da Saúde da Espanha anunciou que o coronavírus já contaminara 33 mil pessoas, com 2.182 mortos;
- O Reino Unido, após uma resistência inicial do primeiro-ministro Boris Johnson, foi posto em lockdown, após o próprio Johnson ter feito um teste que acusou positivo para o Covid-19;
- O coronavírus chegou para valer nos Estados Unidos, com 13.119 casos positivos e 125 mortos só na cidade de Nova York. Detalhe: atualmente esses números decuplicaram.
De lá para cá, os mercados de ações começaram a se recuperar. Pena que se trata apenas de rali típico de bear market e não um caso de inversão de tendência.
Mesmo que ao longo dos próximos meses a pandemia reverta, restará a conta a ser paga. Nos Estados Unidos, por exemplo, foram gastos trilhões. Quinhentos bilhões será o déficit do orçamento no Brasil. Por enquanto.
A recessão mundial é inevitável, havendo riscos de depressão. Nada parecido com a dos Anos Trinta (ocasião em que o governo americano se omitiu), mas mesmo assim depressão. Fala-se em queda de dois dígitos nos PIBs de diversos países.
Quem teve a sorte, ou o reflexo instintivo, de detectar as mínimas, está com o dedo no gatilho para vender ao primeiro sinal de fraqueza.
Se tiver ganhado 10% ou 15%, vai achar o máximo. Isso poderá equivaler a uma década, ou até mais, de rendimentos de títulos do Tesouro americano.
Para os profissionais, afeitos ao risco, a melhor maneira de se operar um bear market é vender os índices Ibovespa ou S&P 500 em ralis. Com stops curtos, bem entendido.
Já para aqueles que só gostam de operar do lado long (comprado), sugiro procurar barganhas, empresas que não têm o menor risco de quebrar e estão cotadas abaixo do que seria razoável tendo em vista as perspectivas futuras.
Eu já disse isso em outra crônica, mas não custa repetir. Nos próximos 12 ou 24 meses dificilmente o Ibovespa voltará a testar as máximas a 119.500. O mesmo acontecerá com o Dow, o S&P e o Nasdaq.
Um quarto de hotel ou poltrona de avião (que, aliás, não decolou) são as mercadorias mais perecíveis do mundo. Uma vez não ocupadas, jamais se recuperarão. Os restaurantes não servirão, ao mesmo tempo, dois steak au poivre para a mesma pessoa.
Ninguém irá rodar em dobro com o carro quando puder sair de casa. Petróleo não consumido, não será queimado duas vezes para compensar.
Quando a doença for embora, sobrarão os números. Números negativos, bem entendido, a não ser os dos déficits. Ou positivos, se estivermos falando de inflação futura ou de aumento de impostos.
O momento é dos ursos. Quem souber se aliar a eles, vai ganhar dinheiro. Aqueles que acham que em breve tudo voltará ao normal terão forte decepção.
Em 1980, a Petrobras se beneficiava com a queda do petróleo e perdia com a alta. Pois produzia apenas pequena parte do consumo brasileiro. Era importadora do produto e, por decisão do governo Figueiredo, não repassava integralmente os preços para os consumidores.
Quando, em 22 de setembro de daquele ano, o Iraque invadiu o Irã, disseram que a guerra duraria apenas algumas semanas. Eu acreditei nessa previsão e aproveitei a queda dos papéis da Petrobras para comprar um bom lote no mercado futuro.
O conflito durou simplesmente oito anos. Evidentemente fiz um stop logo no início, não sem antes me lascar todo.
Jamais “treidei” pandemias. Estou aprendendo agora. Mas de bear markets entendo bem, porque alguns doeram no meu bolso.
Desde o começo do ano, estamos em um deles. Resta saber operá-lo.
XP aponta seis ações defensivas para enfrentar o novo choque de 50% imposto pelos EUA — e duas possíveis beneficiadas
Enquanto a aversão a risco toma conta do mercado, a XP lista seis papéis da B3 com potencial para proteger investidores em meio ao tarifaço de Trump
Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452
Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados
Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora
A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar
Ibovespa sobe 0,24% e bate novo recorde; dólar avança e termina dia cotado em R$ 5,4248
As bolsas norte-americanas não funcionaram nesta sexta-feira (4) por conta de um feriado, mas o exterior seguiu no radar dos investidores por conta das negociações tarifárias de Trump