🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Mercados agitados

Copom, política e exterior: a semana cheia trouxe ganhos ao Ibovespa e pressão ao dólar

O Ibovespa acumulou ganhos de mais de 4% na semana, sustentado pelo bom humor externo e pelo corte nos juros. Mas, no mercado de câmbio, a cautela falou mais alto: o dólar saltou mais de 5% no período, mostrando preocupação com o cenário político

Selo Mercados FECHAMENTO Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

O tripé corte na Selic, otimismo externo e tensão política no Brasil deu as cartas para os mercados domésticos nesta semana. Uma combinação explosiva e imprevisível — e que gerou reações distintas no Ibovespa e no dólar à vista.

A bolsa, por exemplo, teve um saldo positivo: o Ibovespa fechou o pregão desta sexta-feira (19) em leve alta de 0,46%, aos 96.572,10 pontos e, com isso, acumulou ganhos de 4,07% na semana — um desempenho bastante firme e que leva a crer que os investidores estão otimistas, não?

Bem, nem tanto. No câmbio, os últimos dias foram bastante turbulentos: por mais que o dólar à vista tenha recuado 0,98% hoje, a R$ 5,3180, a divisa americana vinha de uma sequência de sete altas consecutivas. Assim, o alívio de hoje foi insuficiente para reverter o quadro de pressão e, no acumulado da semana, a moeda americana teve um salto de 5,46%.

  • Podcast Touros e Ursos desta semana já está no ar! Eu e a Julia Wiltgen discutimos o novo corte na Selic e as implicações para os seus investimentos:

Esse comportamento não muito comum — em geral, bolsa e dólar não andam na mesma direção — mostra que o mercado enxerga riscos no radar, mas também vê oportunidades interessantes adiante. É uma espécie de encruzilhada: o investidor quer estar posicionado para aproveitar um rali, mas também quer proteger a carteira para o caso de o cenário piorar.

E, de fato, o tripé citado no começo do texto traz informações que, muitas vezes são conflitantes. O exterior, por exemplo, esteve bem humorado com as perspectivas de recuperação da economia americana, muito embora a possibilidade de uma segunda onda do coronavírus não esteja descartada. Um otimismo cauteloso, digamos.

E o que dizer do Copom? Juros baixos estimulam a migração de recursos para a bolsa, dada a queda na rentabilidade dos investimentos em renda fixa. Por outro lado, esse cenário de estímulo monetário só ocorre por causa das fraqueza econômica e das incertezas em relação ao ajuste fiscal — um quadro que nem de longe é animador.

Leia Também

Quanto às tensões em Brasília... bem, o governo teve uma semana difícil: a prisão de Fabrício Queiroz pode trazer desdobramentos comprometedores à família Bolsonaro — o que, fatalmente, provocaria uma deterioração no cenário político. E, por enquanto, o mercado espera para ver o que poderá acontecer.

Cadê a Selic que estava aqui?

O corte de 0,75 ponto na Selic veio em linha com as projeções do mercado — as curvas de juros de curto prazo já precificavam esse movimento. Mas o BC promoveu algumas mudanças em sua comunicação: o Copom deixou a porta aberta para mais uma "redução residual".

Ou seja: uma eventual nova baixa na taxa de juros, se concretizada, será menos intensa — provavelmente de 0,25 ponto. E, considerando as menções à ociosidade da economia e à recuperação lenta do nível de atividade, a perspectiva é de manutenção da Selic em níveis baixos por algum tempo.

Esse é um quadro traz implicações para a bolsa e para o câmbio. A Selic mais baixa diminui a rentabilidade das aplicações em renda fixa, estimulando uma migração de recursos para o mercado de ações, que pode oferecer retornos mais atrativos. Assim, o corte nos juros tende a dar impulso ao Ibovespa e à bolsa.

Por outro lado, a queda na Selic provoca uma redução no chamado "diferencial de juros" entre EUA e Brasil — a subtração entre as taxas brasileira e americana. E, quanto menor esse número, menos atrativas são as aplicações no país para os investidores que buscam retornos fáceis.

Claro, esse é um dinheiro de caráter mais especulativo. Ainda assim, é um montante relevante de moeda estrangeira que deixa de entrar no país — o que diminui a oferta de dólares por aqui e acaba pressionando a taxa de câmbio.

Enquanto isso, lá fora...

...os investidores seguem assumindo uma postura mais positiva, de olho na recuperação da atividade dos EUA, na reabertura das economias da Europa e numa evolução positiva das relações comerciais entre americanos e chineses.

Claro que esse bom humor só é sustentável porque há uma espécie de escudo protegendo as bolsas globais: a inundação de liquidez proveniente dos governos e bancos centrais, que abriram os cofres para injetar recursos na economia durante a pandemia de coronavírus.

Com tantos estímulos financeiros no mundo todo, boa parte desse dinheiro acaba sendo direcionada às bolsas — e, convenhamos: com recursos de sobra, fica mais fácil enxergar o lado positivo das coisas.

Mas, por mais que o otimismo seja predominante, há fatores de risco que são difíceis de serem desprezados. Em destaque, há o medo em relação a um novo avanço nos casos de coronavírus no mundo — o que, se confirmado, provocaria uma retomada das inciativas de isolamento social e, consequentemente, causaria novos danos à economia global.

De qualquer maneira, a blindagem da liquidez abundante tem servido para manter as bolsas em alta — e, de certa maneira, tem dado um empurrão para o Ibovespa, apesar das tensões domésticas.

Suspense em Brasília

Por aqui, o panorama político volta a ganhar papel de destaque, desta vez por causa da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro — filho do presidente Jair Bolsonaro.

O nome de Queiroz é associado a diversas ilicitudes e, com sua prisão, há o entendimento de que a família Bolosnaro poderá ser diretamente comprometida. E, se de fato os desdobramentos do caso forem nessa direção, a perspectiva é de forte turbulência em Brasília.

Nas últimas semanas, o cenário político passou por alguma estabilização, com os atritos entre governo, Congresso e STF diminuindo um pouco. Mas, com os acontecimentos recentes, não seria surpreendente ver uma nova escalada nessas tensões — e mesmo o apoio que vem sendo costurado pelo governo com o Centrão poderia ser abalado.

Pensando nessa lógica, o mercado automaticamente vê crescer a percepção de risco em relação às reformas e ao ajuste fiscal, já que, num ambiente tão nervoso, as pautas econômicas tendem a serem deixadas de lado — o que, no médio e longo prazo, causaria danos ao nível da atividade brasileira e reduziria a confiabilidade do país no âmbito internacional.

Ao menos nesta semana, a bolsa não se mostrou fortemente abalada pelo noticiário político. O câmbio, no entanto, acusou a pressão: ao verem a potencial deterioração no quadro em Brasília, os investidores correram para a segurança do dólar, buscando algum tipo de 'hedge' para a carteira.

Resta saber se, conforme o caso Queiroz for evoluindo, essa proteção via dólares será suficiente — ou se uma correção na bolsa será necessária para adequar o Ibovespa aos riscos que se desenham no horizonte.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DECOLANDO

Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)

12 de junho de 2025 - 18:23

Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco

MEXENDO NA BOLSA

Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças

12 de junho de 2025 - 17:40

Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras

MOVIMENTO INÉDITO

Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria

12 de junho de 2025 - 16:49

Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3

NA MIRA DO LEÃO

Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras

12 de junho de 2025 - 15:48

O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso

MENOS RENDIMENTOS

Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto

12 de junho de 2025 - 13:52

Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores

DE CARA NOVA

Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11

12 de junho de 2025 - 13:02

Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial

AJUSTES NO PORTFÓLIO

Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3

12 de junho de 2025 - 9:16

O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?

ANOTE NA AGENDA

Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber

11 de junho de 2025 - 19:40

A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos

CARTA MENSAL

Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”

11 de junho de 2025 - 16:04

Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação

A MAIOR ALTA DO IFIX

Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje

11 de junho de 2025 - 12:19

Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII

DE OLHO NA CONTA

Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber

11 de junho de 2025 - 11:39

A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu

11 de junho de 2025 - 10:39

Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas

QUE SE FAÇA LUZ

Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%

10 de junho de 2025 - 19:29

A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado

COMPRAR OU VENDER

Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta  preço-alvo das ações BBSA3

10 de junho de 2025 - 18:00

Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço

É A HORA

Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos

10 de junho de 2025 - 13:25

De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%

OPORTUNIDADE À VISTA

Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG

10 de junho de 2025 - 12:39

Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG

LEÃO COM MAIS APETITE

“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?

9 de junho de 2025 - 17:23

Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos

LÁ VAMOS NÓS DE NOVO…

FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda

9 de junho de 2025 - 17:14

De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF

É PARA COMPRAR

UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”

9 de junho de 2025 - 13:10

Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA

A ESTRATÉGIA DO FII

Maior fundo imobiliário de renda urbana da B3 vende imóvel locado pelo Insper por R$ 170 milhões; veja o que muda para os cotistas

9 de junho de 2025 - 12:11

O FII anunciou nesta segunda-feira (9) que firmou um acordo para a venda total do edifício localizado na Rua Quatá, em São Paulo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar