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Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Mau começo

Ibovespa abre o mês com o pé esquerdo e cai 2,81%, acompanhando o pessimismo externo

O Ibovespa passou a sessão desta quarta-feira no campo negativo, mas ao menos conseguiu sustentar o nível dos 70 mil pontos. Ações de empresas ligadas ao setor de viagens — como companhias aéreas e de turismo — voltaram a reportar perdas expressivas hoje

azar pé esquerdo bolsa Ibovespa
Imagem: Shutterstock

Quem esperava por uma mudança de ares no Ibovespa e nas bolsas globais com a virada do mês, se deu mal: o sinal negativo dominou os mercados acionários nesta quarta-feira (1), refletindo a postura mais defensiva assumida pelos investidores desde os primeiros minutos da sessão.

O índice brasileiro terminou o pregão de hoje em baixa de 2,81%, aos 70.966,70 pontos e, com isso, já acumula perdas de 3,35% nesta semana. Como consolo, ao menos o Ibovespa conseguiu sustentar o nível dos 70 mil — na mínima, chegou a cair 4,73%, aos 69.568,56 pontos.

Essa nova rodada de perdas na bolsa local ocorreu em linha com o tom visto nos mercados externos. Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 4,44%, o S&P 500 recuou 4,41% e o Nasdaq fechou em baixa de 4,41%; na Europa, as principais praças registraram quedas de mais de 3%.

  • Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica por trás da sessão desta quarta-feira. Veja abaixo:

No câmbio, o dia também foi de bastante estresse: o dólar à vista encerrou em alta de 1,27%, a R$ 5,2628, cravando um novo recorde nominal de fechamento — a moeda americana nunca tinha terminado uma sessão acima dos R$ 5,20.

Tivemos fatores externos e domésticos influenciando as negociações por aqui nesta quarta-feira. E, por mais que ambos os fronts trouxessem alguns elementos positivos, a cautela acabou prevalecendo entre os investidores — o que derrubou as bolsas e levou o dólar para cima.

Futuro sombrio

Os investidores globais mostraram-se mais receosos desde o início da sessão de hoje, repercutindo as sinalizações preocupantes emitidas ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em pronunciamento, ele disse que as próximas semanas serão 'muito dolorosas' — a previsão oficial da Casa Branca é de cerca de 240 mil mortos no país por causa do coronavírus.

Esse tom mais alarmante assumido pelo governo americano mexeu com a confiança dos agentes financeiros, e nem mesmo os dados mais animadores da economia dos EUA serviram para injetar ânimo nas negociações.

Mais cedo, a ADP reportou um corte de 27 mil empregos no setor privado do país em março, resultado melhor que o projetado pelos analistas consultados pelo Wall Street Journal, de fechamento de 125 mil vagas no período.

Também durante a manhã, foi a vez dos dados PMI de atividade do setor industrial superarem as expectativas: o indicador caiu de 50,7 em fevereiro para 48,5 em março — a projeção era de baixa mais acentuada, a 47,3.

Nada disso, no entanto, ofuscou as declarações pessimistas de Trump e do governo americano quanto ao futuro.

Alívio e cautela no Brasil

O mau humor visto lá fora acabou colocando em segundo plano um eventual alívio causado pelo tom mais conciliador adotado pelo presidente Jair Bolsonaro. Ontem, em pronunciamento à nação, ele assumiu a existência da crise do coronavírus e reforçou os esforços do governo para prestar auxílio econômico emergencial.

Mas, apesar dessa fala mais amena, fato é que os ânimos em Brasília continuam bastante tensos. A medida de apoio aos trabalhadores informais aprovada pelo Senado, liberando o pagamento do auxílio de R$ 600, ainda precisa da sanção presidencial, o que provoca irritação em parte da classe política.

No ministério da Economia, fala-se em entraves para a disponibilização dos recursos, prevista para depois do dia 16 de abril. O próprio ministro Paulo Guedes chegou a condicionar a liberação do auxílio à aprovação de uma PEC, o que criou mal-estar.

Juros curtos quase estáveis

Apesar do tom mais pressionado do dólar à vista, as curvas de juros futuros de curto prazo exibiram um tom relativamente estável nesta quarta-feira. Os investidores dividiram-se entre a cautela global e a percepção de que a Selic deverá ser cortada para dar sustentação à economia brasileira — ao fim do dia, os DIs curtos tiveram ligeira alta:

  • Janeiro/2021: de 3,23% para 3,25%;
  • Janeiro/2022: de 4,05% para 4,21%;
  • Janeiro/2023: de 5,41% para 4,49%;
  • Janeiro/2025: de 6,75% para 6,96%.

Top 5

As exportadoras voltaram a aparecer entre os ativos de melhor desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira, pegando carona na valorização do dólar — um efeito que eleva a receita desse tipo de companhia. Veja abaixo as maiores altas do índice:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
JBSS3JBS ON21,77+7,03%
SUZB3Suzano ON37,38+4,44%
MRFG3Marfrig ON9,20+3,95%
VIVT4Telefônica Brasil PN51,12+3,54%
BRFS3BRF ON15,61+3,45%

No lado oposto, destaque para as ações ligadas ao setor de viagens — vale lembrar que, ontem, Donald Trump disse estar analisando uma suspensão nas viagens entre os EUA e diversos outros países, incluindo o Brasil:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
AZUL4Azul PN14,85-15,38%
CVCB3CVC ON9,40-15,32%
GOLL4Gol PN9,98-12,23%
VVAR3Via Varejo ON4,65-11,93%
MRVE3MRV ON11,00-10,13%

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