Ibovespa abre o mês com o pé esquerdo e cai 2,81%, acompanhando o pessimismo externo
O Ibovespa passou a sessão desta quarta-feira no campo negativo, mas ao menos conseguiu sustentar o nível dos 70 mil pontos. Ações de empresas ligadas ao setor de viagens — como companhias aéreas e de turismo — voltaram a reportar perdas expressivas hoje

Quem esperava por uma mudança de ares no Ibovespa e nas bolsas globais com a virada do mês, se deu mal: o sinal negativo dominou os mercados acionários nesta quarta-feira (1), refletindo a postura mais defensiva assumida pelos investidores desde os primeiros minutos da sessão.
O índice brasileiro terminou o pregão de hoje em baixa de 2,81%, aos 70.966,70 pontos e, com isso, já acumula perdas de 3,35% nesta semana. Como consolo, ao menos o Ibovespa conseguiu sustentar o nível dos 70 mil — na mínima, chegou a cair 4,73%, aos 69.568,56 pontos.
Essa nova rodada de perdas na bolsa local ocorreu em linha com o tom visto nos mercados externos. Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 4,44%, o S&P 500 recuou 4,41% e o Nasdaq fechou em baixa de 4,41%; na Europa, as principais praças registraram quedas de mais de 3%.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica por trás da sessão desta quarta-feira. Veja abaixo:
No câmbio, o dia também foi de bastante estresse: o dólar à vista encerrou em alta de 1,27%, a R$ 5,2628, cravando um novo recorde nominal de fechamento — a moeda americana nunca tinha terminado uma sessão acima dos R$ 5,20.
Tivemos fatores externos e domésticos influenciando as negociações por aqui nesta quarta-feira. E, por mais que ambos os fronts trouxessem alguns elementos positivos, a cautela acabou prevalecendo entre os investidores — o que derrubou as bolsas e levou o dólar para cima.
Futuro sombrio
Os investidores globais mostraram-se mais receosos desde o início da sessão de hoje, repercutindo as sinalizações preocupantes emitidas ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Leia Também
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em pronunciamento, ele disse que as próximas semanas serão 'muito dolorosas' — a previsão oficial da Casa Branca é de cerca de 240 mil mortos no país por causa do coronavírus.
Esse tom mais alarmante assumido pelo governo americano mexeu com a confiança dos agentes financeiros, e nem mesmo os dados mais animadores da economia dos EUA serviram para injetar ânimo nas negociações.
Mais cedo, a ADP reportou um corte de 27 mil empregos no setor privado do país em março, resultado melhor que o projetado pelos analistas consultados pelo Wall Street Journal, de fechamento de 125 mil vagas no período.
Também durante a manhã, foi a vez dos dados PMI de atividade do setor industrial superarem as expectativas: o indicador caiu de 50,7 em fevereiro para 48,5 em março — a projeção era de baixa mais acentuada, a 47,3.
Nada disso, no entanto, ofuscou as declarações pessimistas de Trump e do governo americano quanto ao futuro.
Alívio e cautela no Brasil
O mau humor visto lá fora acabou colocando em segundo plano um eventual alívio causado pelo tom mais conciliador adotado pelo presidente Jair Bolsonaro. Ontem, em pronunciamento à nação, ele assumiu a existência da crise do coronavírus e reforçou os esforços do governo para prestar auxílio econômico emergencial.
Mas, apesar dessa fala mais amena, fato é que os ânimos em Brasília continuam bastante tensos. A medida de apoio aos trabalhadores informais aprovada pelo Senado, liberando o pagamento do auxílio de R$ 600, ainda precisa da sanção presidencial, o que provoca irritação em parte da classe política.
No ministério da Economia, fala-se em entraves para a disponibilização dos recursos, prevista para depois do dia 16 de abril. O próprio ministro Paulo Guedes chegou a condicionar a liberação do auxílio à aprovação de uma PEC, o que criou mal-estar.
Juros curtos quase estáveis
Apesar do tom mais pressionado do dólar à vista, as curvas de juros futuros de curto prazo exibiram um tom relativamente estável nesta quarta-feira. Os investidores dividiram-se entre a cautela global e a percepção de que a Selic deverá ser cortada para dar sustentação à economia brasileira — ao fim do dia, os DIs curtos tiveram ligeira alta:
- Janeiro/2021: de 3,23% para 3,25%;
- Janeiro/2022: de 4,05% para 4,21%;
- Janeiro/2023: de 5,41% para 4,49%;
- Janeiro/2025: de 6,75% para 6,96%.
Top 5
As exportadoras voltaram a aparecer entre os ativos de melhor desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira, pegando carona na valorização do dólar — um efeito que eleva a receita desse tipo de companhia. Veja abaixo as maiores altas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
JBSS3 | JBS ON | 21,77 | +7,03% |
SUZB3 | Suzano ON | 37,38 | +4,44% |
MRFG3 | Marfrig ON | 9,20 | +3,95% |
VIVT4 | Telefônica Brasil PN | 51,12 | +3,54% |
BRFS3 | BRF ON | 15,61 | +3,45% |
No lado oposto, destaque para as ações ligadas ao setor de viagens — vale lembrar que, ontem, Donald Trump disse estar analisando uma suspensão nas viagens entre os EUA e diversos outros países, incluindo o Brasil:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
AZUL4 | Azul PN | 14,85 | -15,38% |
CVCB3 | CVC ON | 9,40 | -15,32% |
GOLL4 | Gol PN | 9,98 | -12,23% |
VVAR3 | Via Varejo ON | 4,65 | -11,93% |
MRVE3 | MRV ON | 11,00 | -10,13% |
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar
Ibovespa sobe 0,24% e bate novo recorde; dólar avança e termina dia cotado em R$ 5,4248
As bolsas norte-americanas não funcionaram nesta sexta-feira (4) por conta de um feriado, mas o exterior seguiu no radar dos investidores por conta das negociações tarifárias de Trump
Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%
Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu
Ibovespa vale a pena, mas vá com calma: por que o UBS recomenda aumento de posição gradual em ações brasileiras
Banco suíço acredita que a bolsa brasileira tem espaço para mais valorização, mas cita um risco como limitante para alta e adota cautela
Da B3 para as telinhas: Globo fecha o capital da Eletromidia (ELMD3) e companhia deixa a bolsa brasileira
Para investidores que ainda possuem ações da companhia, ainda é possível se desfazer delas antes que seja tarde; saiba como
Os gringos investiram pesado no Brasil no primeiro semestre e B3 tem a maior entrada de capital estrangeiro desde 2022
Entre janeiro e junho deste ano, os gringos aportaram cerca de R$ 26,5 bilhões na nossa bolsa — o que impulsionou o Ibovespa no período
As nove ações para comprar em busca de dividendos no segundo semestre — e o novo normal da Petrobras (PETR4). Veja onde investir
Bruno Henriques, analista sênior do BTG Pactual, e Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, contam quais são os papéis mais indicados para buscar dividendos no evento Onde Investir no Segundo Semestre, do Seu Dinheiro
Ibovespa faz história e chega aos 141 mil pontos pela primeira vez na esteira dos recordes em Nova York; dólar cai a R$ 5,4050
O Ibovespa acabou terminando o dia aos 140.927,86 pontos depois de renovar recorde durante a sessão
Banco do Brasil (BBAS3): enquanto apostas contra as ações crescem no mercado, agência de risco dá novo voto de confiança para o banco
A aposta da S&P Global Ratings é que, dadas as atividades comerciais diversificadas, o BB conseguirá manter o ritmo de lucratividade e a estabilidade do balanço patrimonial
Na contramão do Ibovespa, Petrobras (PETR4), Prio (PRIO3) e Brava (BRAV3) garantem ganhos no dia; saiba o que ajudou
A commodity está em alta desde o início da semana, impulsionado por tensões no Oriente Médio — mas não é só isso que ajuda no avanço das petroleiras
S&P 500 e Nasdaq renovam máximas históricas, mas um dado impede a bolsa de Nova York de disparar; Ibovespa e dólar caem
No mercado de câmbio, o dólar à vista continuou operando em queda e renovando mínimas depois de se manter no zero a zero na manhã desta quarta-feira (2)
Onde investir: as 4 ações favoritas para enfrentar turbulências e lucrar com a bolsa no 2º semestre — e outras 3 teses fora do radar do mercado
Com volatilidade e emoção previstas para a segunda metade do ano, os especialistas Gustavo Heilberg, da HIX Capital, Larissa Quaresma, da Empiricus Research, e Lucas Stella, da Santander Asset Management, revelam as apostas em ações na bolsa brasileira
Bresco Logística (BRCO11) diz adeus a mais um inquilino, cotas reagem em queda, mas nem tudo está perdido
O contrato entre o FII e a WestRock tinha sete anos de vigência, que venceria apenas em setembro de 2029
Gestora lança na B3 ETF que replica o Bloomberg US Billionaires e acompanha o desempenho das 50 principais empresas listadas nos EUA
Fundo de índice gerido pela Buena Vista Capital tem aplicação inicial de R$ 30 e taxa de administração de 0,55% ao ano
Ibovespa em 150 mil: os gatilhos para o principal índice da bolsa brasileira chegar a essa marca, segundo a XP
A corretora começa o segundo semestre com novos nomes em carteira; confira quem entrou e as maiores exposições
Ibovespa fecha primeiro semestre de 2025 com extremos: ações de educação e consumo sobem, saúde e energia caem
Entre os destaques positivos estão a Cogna (COGN3), o Assaí (ASAI3) e a Yduqs (YDUQ3); Já na outra ponta estão RaiaDrogasil (RADL3), PetroRecôncavo (BRAV3) e São Martinho (SMTO3)