O secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou nesta quinta-feira, 9, não ter dúvidas que o relatório da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência será votado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados no fim de maio ou no princípio de junho.
Marinho falou durante na abertura do 31º Fórum Nacional, organizado pelo economista Raul Velloso, no Rio. O evento aconteceu no dia seguinte à longa audiência na Comissão Especial com a participação de Marinho e do ministro da Economia, Paulo Guedes, o secretário especial comparou a reforma da Previdência a um remédio para crianças.
"Ontem, a apresentação (na Comissão Especial) mostrou que a mensagem que é dada para a Nova Previdência é que ela é como se fosse um remédio para criança. Ela pode até não gostar do gosto do remédio, mas aquilo vai fazer com que ela cresça, se restabeleça", comentou Marinho.
O secretário especial disse que o governo federal apresentou os "microdados e memórias de cálculo" da proposta de reforma previdenciária "com transparência absoluta". "A sociedade precisa participar do debate", afirmou Marinho.
Tudo pronto no 1º semestre
Mais tarde, Marinho também reavaliou a expectativa de que a proposta seja votada no Plenário da Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre.
"Se o relatório for votado em junho, há condições de se resolver na Câmara no primeiro semestre", afirmou Marinho a jornalistas, ao deixar o Fórum Nacional.
Na entrevista, Marinho explicou que a convicção de que o relatório seria votado entre maio e junho na Comissão Especial foi baseada no cronograma anunciado pelo relator da PEC, Samuel Moreira (PSDB-SP).
Marinho também avaliou positivamente a articulação política em torno da aprovação da reforma no Congresso.
Segundo ele, na audiência de quarta-feira da Comissão Especial o "ambiente mudou radicalmente", na comparação com a participação do ministro em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). "Discutimos o projeto", afirmou.
O secretário também defendeu o engajamento dos governadores na articulação para aprovar a reforma, mas reconheceu que nem todos apoiam as mudanças previdenciárias. Ainda assim, segundo Marinho, todas as estimativas de impacto fiscal divulgadas pelo Ministério da Economia até agora não incluem Estados e municípios.
Ou seja, caso o Congresso opte por retirar as demais esferas de governo da reforma, não terá efeito de desidratar o impacto fiscal estimado em R$ 1,2 trilhão em dez anos.
*Com Estadão Conteúdo.