Dá para ganhar dinheiro em meio ao caos? Ô se dá!
Simplesmente tire partido dos preços baixos gerados pelo caos. Depois acelere.
Embora não tenhamos doutorado como a Argentina, o Brasil tem pelo menos mestrado em caos. Caos político, caos econômico, caos na saúde, caos na educação, caos na segurança pública.
Nenhum país vive em caos permanente. Nem mesmo os mais pobres e conturbados da África. Mesmo porque, nesses casos, o caos deixa de ser caos para se tornar normalidade. Crianças se desviam de um corpo putrefato no meio da rua e seguem em frente chupando seu talo de cana.
Se pudéssemos classificar o caos de 0 a 10, sendo 10 o momento em que a /bomba atômica atingiu a cidade de Hiroxima e 0 a rainha da Inglaterra perdendo o salto do sapato e quase indo ao chão, sendo amparada por um oficial da Scotland Yard, diria que o Brasil tem nota 6. Seis caindo, bem entendido. Jair Bolsonaro deu um gostinho de como podemos voltar ao caos em pouco tempo na última semana. Resolveu dar uma de Dilma e se meteu no preço do combustível. Doeu no bolso do acionista da Petrobras, que levou um talo de mais de R$ 30 bilhões em um único dia.
Mas para não ser catastrófico, começo pelo lado bom. Nossa inflação está dentro das metas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional, as taxas de juros, nominais e reais, estão na mínima de todos os tempos. O sistema bancário é sólido. Gilmar Mendes fora, vivemos a plenitude de um Estado Democrático de Direito.
O reverso da medalha é que temos um déficit fiscal gigantesco, causado principalmente pelo rombo previdenciário. Embora todo mundo saiba disso, não se consegue encontrar uma solução. Nem mesmo a mais simples delas, que seria fixar a idade mínima para aposentadoria em 65 anos para todo mundo (homens, mulheres, civis, militares, eclesiásticos, etc.) e elevar substancialmente a alíquota do imposto de renda para os aposentados do serviço público.
Barnabés, que ganham até R$ 10 mil, ficam como estão.
Já as Marias Candelárias (e os Mários Candelários, pra ninguém me chamar de machista), cujos contracheques oficiais vão de R$ 10 mil a R$ 20 mil, taca-lhe neles uma alíquota de 30%; de 20% a 30%, 40%; de 30% a 405, 50%; de 40% a 50%, 60%; e assim por diante até 90%, sempre observando o efeito cascata e somando todos os penduricalhos das aposentadorias.
Leia Também
O ano dos bilionários: nunca houve tantos super-ricos quanto em 2025, e eles nunca foram tão endinheirados
Loterias da Caixa: Quina sorteia R$ 7,5 milhões nesta segunda; Timemania, com R$ 61 milhões, lidera premiações da semana
Isso sim, seria uma revolução. O Ibovespa iria a 300 mil.
Só que tudo esbarra nos interesses corporativos. A reforma, se sair, vai ser uma vitória de Pirro, obrigando Paulo Guedes, se é que o ministro da Economia tem palavra, a utilizar o plano B: desviar dinheiro da educação, da saúde, da segurança e das obras públicas para pagar os aposentados.
Podemos chamar isso de caos?
Com certeza. Caos político, que vai se transformar em caos econômico, que vai se transformar em caos social.
Caos de se ter saudade da Dilma?
Bem, isso não sei. Mas de Temer, com certeza. Foi ele quem pôs a inflação e os juros lá embaixo.
E a bolsa vai resistir?
Numa situação assim, eu duvido. Como se o que escrevi acima não bastasse para derrubar a Bolsa, o mercado americano de ações também está levando um tombaço devido a indícios claros de início de recessão.
E como ganhar dinheiro no Brasil nesses casos?
O mais óbvio é adquirindo, sem a menor pressa, ações de empresas exportadoras, que vão lucrar muito com a desvalorização do real. Ou então comprando dólares, como fazem os argentinos. Lá eles guardam debaixo do colchão. Aqui é possível se dolarizar através dos fundos cambiais.
Não está convencido? Renda-se à História
Saindo do Hemisfério Sul, vamos pegar outros exemplos de como se pode ganhar no caos.
Após a bomba atômica
Comecemos no caos completo, aquele do Japão imediatamente após Hiroshima e Nagasaki. Com o parque industrial e a frota pesqueira destruídos, naquele instante o Japão era mais pobre do que o Haiti. A população, quase toda desempregada, vivia de sopas ralas de soja misturada com capim. Nesse instante, surgiu um salvador: general Douglas MacArthur, comandante das forças americanas de ocupação. Ele chamou os principais empresários japoneses, todos falidos, e perguntou: “De quanto vocês precisam para reerguer seus negócios?”
Algumas semanas mais tarde, MacArthur, números na mão, viajou a Washington e obteve financiamento semelhante aos números do Plano Marshall de reconstrução da Europa, também devastada.
Essas empresas, tais como Mitsubishi, Sumitomo, Nakajima e Nissan, renascidas dos escombros da guerra, contrataram pessoal. O iene, que jamais sofreu um corte de zeros, começou a girar novamente. As companhias abriram seus capitais aos investidores locais, que podiam comprar ações até em padarias ou postos de gasolina, não raro só uma de cada vez.
Foi uma das maiores pechinchas da História.
Black Monday
Outra grande oportunidade de se ganhar dinheiro em cima do desespero dos outros aconteceu na segunda-feira 19 de outubro de 1987, dia da maior queda de todos os tempos, em termos percentuais, na Bolsa de Valores de Nova York, conhecido como Black Monday.
Quem comprou o S&P500 futuro naquela manhã, quando o mercado fez suas mínimas, deu uma tacada gigantesca. Poucas coisas são tão lucrativas como operar calcado no pânico dos outros.
Ataque às torres gêmeas
Por falar em pânico, nenhum momento foi tão propício a se ganhar dinheiro como nos segundos que se seguiram à colisão do United Airlines 175 contra a Torre Sul do World Trade Center, em Nova York. Como, 14 minutos e 12 segundos antes, o American Airlines 11 atingira a Torre Norte, era óbvio que se tratava de um atentado terrorista sincronizado.
Antes que os mercados fossem suspensos, o que não demorou muito tempo para acontecer, foi possível vender, no mercado de Chicago, contratos futuros de S&P500 (índice de 500 ações) à descoberto. Pôde-se também comprar puts (opções de venda) desses contratos. Era preciso ter muito estômago para fazer isso naquela hora, mas teve gente que fez.
Tsunamis e terremotos
Esse tipo de coisa volta e meia acontece. É um tsunami que varre o litoral de países asiáticos ou um terremoto como o de Kobe, no Japão, ocorrido na terça-feira 17 de janeiro de 1995.
O evento japonês derrubou o índice Nikkei, de ações da Bolsa de Tóquio, naquela época negociado na Simex, em Cingapura.
Acelere quando os outros tiram o pé
Em suas memórias, o lendário piloto argentino de Fórmula 1 Juan Manuel Fangio relata sua experiência pessoal por ocasião do pior desastre já ocorrido no automobilismo.
Em 11 de junho de 1955, durante a disputa das 24 Horas de Le Mans, o Mercedes Benz pilotado pelo francês Pierre Levegh, após colidir com outro carro, projetou-se contra o público nas arquibancadas, matando 83 espectadores, mais o próprio Levegh.
“Como eu sabia que naquela hora todo mundo estava tirando o pé”, conta Fangio, “acelerei meu carro ao máximo”. Junto com seu companheiro de equipe, Stirling Moss, o lendário argentino venceu a corrida.
Você está certo, caro leitor. Exagerei nos exemplos. Mas eles aconteceram. Então não há de ser uma queda da Bolsa, mesmo que seja uma das grandes, que vai alijá-lo do mercado.
Simplesmente tire partido dos preços baixos gerados pelo caos. Depois acelere.
Renda da população deve continuar subindo no curto prazo: isso é bom ou ruim para a economia? Veja qual o impacto na inflação e nos juros
Mesmo com desaceleração da atividade econômica, renda deve continuar em alta; no entanto, isso não preocupa tanto os economistas
XP vê início dos cortes da Selic em março, mas não descarta começo mais cedo: sinais são positivos, e um dado atrapalha
Com a desaceleração da inflação e valorização do câmbio, BC pode começar ciclo de cortes da Selic, mas gastos do governo ainda preocupam
Ao Cade, entidades se posicionam contra fusão Petz (PETZ3) e Cobasi, que criaria gigante de R$ 7 bilhões
Além disso, alegam que a fusão Petz-Cobasi eleva em 35% o risco de fechamento de pet shops de bairro
Relator de PL sobre fim da escala 6×1 apresenta novo texto, com jornada de no máximo 40 horas semanais
Prates também colocou um dispositivo que dá a possibilidade de regime de trabalho na escala 4×3, com limite máximo de 10 horas diárias
Metrô de SP testa operação 24 horas, mas só aos finais de semana e não em todas as linhas; veja os detalhes
Metrô de SP amplia operação aos fins de semana e avalia se medida tem viabilidade técnica e financeira
Salário mínimo de 2026 será menor do que o projetado; veja valor estimado
Revisão das projeções de inflação reduz o salário mínimo em R$ 3 a estimativa do piso nacional para 2026, que agora deve ficar em R$ 1.627
A nova elite mundial: em 2025, 196 bilionários surgiram sem herdar nada de ninguém — e há uma brasileira entre eles
Relatório da UBS revela que 196 bilionários construíram fortuna sem herança em 2025, incluindo uma brasileira que virou a bilionária self-made mais jovem do mundo
Banco Central desiste de criar regras para o Pix Parcelado; entenda como isso afeta quem usa a ferramenta
O Pix parcelado permite que o consumidor parcele um pagamento instantâneo, recebendo o valor integral no ato, enquanto o cliente arca com juros
FII com dividendos de 9%, gigante de shoppings e uma big tech: onde investir em dezembro para fechar o ano com o portfólio turbinado
Para te ajudar a reforçar a carteira, os analistas da Empiricus Research destrincham os melhores investimentos para este mês; confira
Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores
Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).
Mercado aposta em corte da Selic em janeiro, mas sinais do Copom indicam outra direção, diz Marilia Fontes, da Nord
Para a sócia da Nord, o BC deve manter a postura cautelosa e dar sinais mais claros antes de fazer qualquer ajuste
Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos
Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência
Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal
Sensação do Brasileirão, o Mirassol arrecadou cerca de um terço do orçamento municipal e levou a pequena cidade paulista ao cenário internacional com a vaga na Libertadores
Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?
Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos
Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa
Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).
Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária