Bem-vindo ao segundo mandato Temer
Precisamos parar de perseguir o que é certo, qual a essência da verdade e da realidade nos mercados. A nós, basta ganhar dinheiro

A gente assistiu à final da Copa de 2002 virado. Estávamos em Porto Seguro, viagem de formatura do Ensino Médio. Acho que na época ainda era Colegial, sei lá. Um clássico.
O quarto estava uma zona. Tinha umas 25 pessoas ali. Mal conseguia identificar quem era quem. Lembro do Reboco me passando uns negócios, uma mulherada berrando no fundo, o André tomando uma bebida estranha. Eu pergunto em voz baixa, pra mim mesmo ou sei lá pra quem: “Quanto tá o jogo, hein?”.
Voltei ao planeta Terra com a galera gritando “pentacampeão”. Uns cinco minutos depois, alguém me passou o celular: “Ó, tá tocando faz tempo”. “Ah, brigado.”
“Alô.”
“E agora, hein?”
“Quem é?”
“Porra, filho, como quem é?”
(Hhhraam, aquela limpada na garganta)
“Fala pai, tudo bem?”
“Este Lula é um rabudo do caralho, hein?”
“Oooorra, muito rabudo...”
Respondi de susto. Confesso que, na época e naquela altura, não entendi nada. Não tinha como entender. Depois, fui perceber o quanto o velho tinha razão.
Liberal revertido?
Aos recém-chegados em Bolsa, vale o lembrete: o governo Lula 1 representou um dos maiores bull markets da história do mercado de capitais brasileiro. Cara, era o Lula, entendeu? Esse mesmo que está aí preso. Você acha que o Lula era reformista? Liberal convertido?
Leia Também
Lula foi encontrado – assim mesmo, na voz passiva – pela herança das reformas estruturantes e liberais do governo FHC, tanto em nível micro como macro, por um cenário internacional de grande calmaria, canonicamente chamado na literatura de Grande Moderação (baixa volatilidade de juros, PIB e inflação) e pela entrada da China como grande comprador de matérias-primas, que se traduziu em grande valorização das matérias-primas e ganhos de 40 por cento nos termos de troca brasileiros. Foi isso que permitiu um crescimento econômico mais vigoroso, expansão do salário mínimo acima da média e melhora do índice de Gini.
Resultado acachapante
No dia depois da eleição, somos encontrados por Jair Bolsonaro. Pra mim, o resultado foi acachapante, inclusive convergiu para aquele traçado aqui mesmo neste espaço na sexta-feira: Bolsonaro terá mais votos nas urnas do que as pesquisas sugerem e deve ficar bem próximo de ganhar no primeiro turno.
Se querem minha visão sobre o comportamento de curto prazo dos mercados como desdobramento do resultado das eleições, aqui as antecipo: alta vigorosa dos ativos de risco brasileiros – impacto brutal sobre juro longo e estatais, incluindo aqui as estaduais (Copel, Copasa, Cemig e Sanepar). A questão está praticamente decidida – a não ser que haja um daqueles cisnes bem negros, Bolsonaro está eleito. Câmbio pode buscar algo como 3,60 reais por dólar, o que pode indicar underperformance de exportadoras.
Reformas
Valorizações podem ser muito maiores do que o consenso supõe neste momento. Senado veio bem alinhado a Bolsonaro e provavelmente vamos retomar a discussão sobre a reforma da Previdência ainda neste ano – curiosamente, Bolsonaro herdará as reformas estruturantes feitas no governo Temer, da mesma forma que Lula herdou de FHC. Isso, combinado a preços de commodities interessantes, faz toda a diferença.
Agora, há um papo inteligentinho querendo dizer que os mercados exageram no otimismo com Bolsonaro, que não há a menor chance de negociação das reformas com ele e que Paulo Guedes vai logo abandonar o barco. Essa conversa pseudodescolada é, na verdade, bastante clichê. Além de Paulo Guedes, há no entorno de Bolsonaro 40 economistas, alguns com formação sólida em Chicago, realmente comprometidos e engajados com o processo.
A aprovação de reformas depende de vários fatores, incluindo questões exógenas, como o ambiente externo, a sorte, o weltanschauung, o zeitgeist do momento. O que há de concreto agora é que eliminamos por completo o risco de um cenário de cauda muito negativo, os preços dos ativos estão atrativos e vamos voltar a discutir reformas no curtíssimo prazo.
Ibovespa nos 100 mil pontos?
O que vai acontecer depois que o Ibovespa bater 100 mil pontos? Não sabemos. Neste momento, há um dinheiro na mesa para pegar. Você pode pegá-lo ou continuar se perguntando se aquele dinheiro deveria estar mesmo ali ou se vai continuar ali num segundo momento.
Enquanto o mundo se debruça para entender se Bolsonaro é ou não liberal, os mercados vão subindo. O capital não tem ideologia. Aliás, você acha mesmo que o próprio Bolsonaro está preocupado com isso? Precisamos parar de perseguir o que é certo, qual a essência da verdade e da realidade nos mercados. A nós, basta ganhar dinheiro. Não é um concurso de educação moral e cívica. Elegemos um presidente e queremos saber como isso afeta o preço dos ativos. Pela enésima vez, X não é F(X). Entender a realidade é muito mais difícil do que compreender como ela afeta o seu portfólio.
Se você ainda não entendeu a essência da coisa: hoje começou formalmente o Segundo Mandato Temer, aquela tese que dizia sobre a imposição inexorável da agenda liberal e reformista, cuja materialização tinha entre seus pilares a migração do pêndulo da esquerda para a direita – se houve um erro na antevisão, foi de ter achado que o pêndulo pararia na centro-direita; a força motriz era tão forte que o negócio passou atropelando tudo e foi mais ainda à direita. A ideia do bull market estrutural está aí. Touché!
Mercados iniciam a segunda-feira eufóricos, empurrados pelo resultado das eleições de ontem. Não há nada além disso. O resto é conversa fiada.
Ibovespa Futuro abre em alta de 5,5 por cento, dólar e juros futuros derretem.
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?
Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço
É recorde: Ações da Brava Energia (BRAV3) lideram altas do Ibovespa com novo salto de produção em abril. O que está por trás da performance?
A companhia informou na noite passada que atingiu um novo pico de produção em abril, com um aumento de 15% em relação ao volume visto em março
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles