De olho no vintage: mercado global de segunda mão de luxo cresce mais que o de novos produtos; veja o cenário no Brasil
Aceleração é apontada por um relatório de setembro de 2025 do Boston Consulting Group com a Vestiaire Collective; no Brasil, o setor que movimentou R$ 98 bilhões em 2024 é impulsionado pela percepção de raridade das peças e valor sustentável
Que o mercado de luxo vem enfrentando uma maré difícil, não é novidade. Ao que parece, o desejo pelos produtos de mais alto padrão, atualmente, não envolve buscar o ineditismo e sim aquilo que já tem uma história e claro, raridade. Quem oferece isso é justamente o mercado de second hand, que apresenta hoje demanda global maior do que o de produtos novos.
Segundo um relatório divulgado em setembro deste ano pelo Boston Consulting Group (BCG) e pela plataforma de revenda europeia Vestiaire Collective, o mercado de artigos de luxo de second hand cresce 10% ao ano. Isso representa cerca de três vezes a taxa de crescimento do setor de produtos novos, que é de 3% anualmente. A previsão é de que o segmento de segunda mão atinja US$ 360 bilhões (em torno de R$ 1,926 trilhões) até 2030.
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Especificamente no território brasileiro, segundo o Ecommerce Brasil, esse mercado movimentou cerca de R$ 98 bilhões em 2024 e deve ultrapassar R$ 150 bilhões até 2030. “Na Gringa, esse crescimento é claro no dia a dia, mais procura, mais peças entrando, mais velocidade de vendas”, diz Fabíola Tronolone, especialista em mercado de luxo e Chief Marketing Officer da Gringa, plataforma de revenda de artigos de alto padrão brasileira.
“Sentimos uma nova geração muito mais engajada, que valoriza a história, a qualidade e a durabilidade das peças de luxo, e que vê o second hand como uma escolha sofisticada, moderna e responsável”, diz Gabriela Carvalho, que criou o brechó Peguei Bode, focado em produtos do setor, junto à sua sócia Daniela Carvalho, em 2011.
A mudança de percepção sobre o second hand de luxo no Brasil
“Já são 14 anos de história acompanhando de perto a transformação do comportamento desse consumo no Brasil”, diz Gabriela. No início, conta, existia um forte preconceito em torno do second hand. “Ninguém queria assumir que comprava ou vendia peças usadas. Hoje, esse cenário mudou completamente.”
A fundadora afirma que nos últimos três anos, observou um crescimento expressivo no Peguei Bode, tanto em número de clientes quanto no volume de produtos consignados e vendidos. “As pessoas entenderam que comprar e vender peças de luxo de segunda mão não é apenas uma boa oportunidade financeira, mas também uma forma de consumo consciente, mais alinhada aos valores atuais de sustentabilidade e curadoria inteligente”, afirma.
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Fabíola, por sua vez, relata um movimento parecido: “O brasileiro está aprendendo agora o valor de ser ‘seller’, ao transformar peças paradas em dinheiro, e ´buyer’, ao acessar produtos muitas vezes em estado impecável, por um preço menor, usar, revender e recomeçar. É um movimento de educação e quebra de preconceito, muito mais cultural do que econômico.”
Bel Pedroso, que comanda o e-commerce de artigos de luxo de segunda mão Faircloset, lançado em 2015, também aponta para esta mudança no olhar dos consumidores brasileiros. Hoje, a percepção está alinhada aos atuais valores de moda responsável e busca por originalidade. “As pessoas estão mais conscientes sobre sustentabilidade, circularidade e autenticidade em geral e isso se reflete na busca por produtos com história e valor duradouro”.
Bel afirma que, no caso da plataforma Faircloset, essa procura se intensificou bastante nos últimos dois anos. Atualmente, relata, o e-commerce vive um momento de alta demanda, tanto no que diz respeito à quem quer vender, quanto garimpar.
Na segunda mão, o ápice da exclusividade
Em uma era em que o número de consumidores de luxo no mundo é significativamente maior do que em períodos anteriores, como indica a Bain & Company, a diferenciação é, naturalmente, ainda mais buscada.
“Exclusividade, no olho do resale, deixa de ser sobre poder comprar e passa a ser sobre conseguir encontrar”, diz Fabíola Tronolone, especialista em mercado de luxo e CMO da Gringa. Esse cenário se reflete no fato de muitas clientes buscarem, segundo a executiva, peças raras, edições limitadas e modelos vintage que nunca foram vendidos no Brasil ou que já não são encontrados nas lojas.
“Você pode encontrar um Rolex que teria fila de espera, uma bolsa de coleção especial da Yves Saint Laurent ou uma Chanel vintage que nem existe mais. Ou seja, não é sobre gastar menos, é sobre acessar o inacessível”.

Mas nem só pelo difícil acesso as peças se tornam exclusivas, como aponta Bel Pedroso, do Faircloset. O que confere o caráter único a elas, é justamente a sua história. “Hoje, o luxo está muito mais ligado à autenticidade e à singularidade. Uma bolsa vintage Chanel ou um blazer Dior dos anos 1990 trazem um charme que o ‘novo’ muitas vezes não têm”. Para Bel, a dificuldade de encontrar alguém que tenha a exata mesma peça é o que torna o luxo do second hand ainda mais exclusivo. “Essa é a minha parte favorita”, conta.
Quem compra nos brechós de luxo do Brasil?
No Faircloset, como descreve Bel Pedroso, o público é majoritariamente feminino, entre 25 e 55 anos, “com um olhar apurado para moda e lifestyle”. Segundo a CEO, há colecionadoras, compradoras conscientes — que valorizam o consumo circular e buscam investir com propósito —, e fashionistas práticas. Esse último grupo é o que gosta de renovar o guarda-roupa com peças de alto padrão, sem pagar o preço cheio das lojas.
Na Gringa, Fabíola observa quatro perfis bem definidos de clientes, alguns semelhantes aos do Faircloset. “O primeiro é o das vendedoras que transformaram o closet em investimento. Compram, usam, revendem e reinvestem. O segundo é o das colecionadoras de peças raras e difíceis de encontrar, dispostas a pagar mais pelo objeto certo”. Há também as consumidoras que “entenderam o second hand como uma porta de entrada legítima para construir estilo, patrimônio e identidade”, afirma.

Já o quarto grupo, é também observado por Gabriela Carvalho no Peguei Bode: o das consumidoras mais jovens. Por meio dos produtos da Gringa, de acordo com Fabíola, elas desejam entrar no universo do luxo de forma mais acessível e inteligente. Já na percepção de Gabriela, essas clientes enxergam o second hand como uma forma sustentável de consumir luxo, unindo desejo, investimento e propósito.
Sexto sentido para o luxo
O principal público do Peguei Bode, todavia, é formado por mulheres entre 35 e 50 anos, “independentes, bem-sucedidas e com alto poder de decisão sobre o próprio consumo”, como descreve a fundadora. “São clientes que valorizam qualidade, tradição e atemporalidade — e que preferem investir em produtos que realmente duram ‘para sempre’, tanto em estilo quanto em valor”.
Como aponta Gabriela, elas já têm uma relação madura com o luxo: buscam peças icônicas, bem cuidadas e com procedência garantida, mais do que apenas seguir tendências. “Muitas já conhecem profundamente as grifes e seus modelos”, afirma.
“O olhar de quem garimpa luxo é quase um sexto sentido. Tudo começa pelo repertório: cultural, estético e histórico, que se torna necessário para ter capacidade de enxergar o valor antes que o mercado o reconheça”, diz Luiza Tonelli, designer e dona da Lamê Vintage Shop.
As marcas e produtos mais buscados
No Peguei Bode, as bolsas são o carro-chefe. “Modelos como Hermès Birkin e Kelly são desejo absoluto e representam o ápice do luxo e da exclusividade”, diz. Inclusive, Gabriela conta que já vendeu uma Birkin Crocodilo do Himalaia por R$ 1 milhão e uma mini Hermès Kelly Picnic por R$ 500 mil. Atualmente, as bolsas partem de R$ 1000 e vão até R$ 150 mil.

“Também há uma procura constante por peças da Chanel — especialmente as clássicas Flap Bags e edições limitadas — além de Bottega Veneta, Gucci e Cartier, que unem design atemporal e alto valor de revenda”, acrescenta.
Louis Vuitton e Gucci lideram a procura na Gringa, como indica Fabíola. “Principalmente por serem as marcas mais reconhecidas no Brasil e por apresentarem uma relação sólida entre desejo e valor”. Isto é, despertam desejo constante entre diferentes públicos porque entregam um valor que vai além do seu preço e sua função, com o prestígio associado a sua posse. Bolsas, carteiras e joias estão entre os produtos mais buscados.
Atualmente, na Gringa, as peças variam em torno de R$ 500 e podem chegar até R$300 mil.
Já no Faircloset, segundo Bel Pedroso, as marcas mais buscadas são Chanel, Louis Vuitton e Hermès, que também tem os modelos mais caros e raros da plataforma.
Os tesouros escondidos
“Para mim, existem muitos tipos de tesouros vintage”, diz Luiza Tonelli. Um exemplo citado por ela são as peças do designer o belga Dries Van Noten. Suas criações, aponta, carregam um processo inovador de estamparia (que combina técnicas artesanais e digitais), história e relevância cultural. “Sempre que encontro algo de coleções passadas dele, sinto como se tivesse descoberto uma pequena joia. São peças que traduzem uma visão estética muito à frente do seu tempo.”

Mas também, ela destaca como tesouros produtos sem assinatura de designers famosos, mas que guardam técnicas e materiais que já não são mais encontrados. “Lembro de um grande lote de óculos da marca brasileira Montclair, que produzia nos anos 1970 e 1980 e não existe mais. Eram peças de estoque remanescentes, nunca usadas, ainda com o certificado original da época.”
De acordo com Luiza, o acetato era de uma qualidade excepcional, e as lentes, de cristal puro, algo praticamente impossível de achar nas produções atuais por conta de seu alto custo. “Para mim, isso também é luxo: preservar algo que carrega o tempo, a história é um tipo de excelência que já não se fabrica.”
O verdadeiro valor de uma peça, na sua visão, está na soma de fatores como o material, o processo de confecção e a relevância histórica, e não apenas na etiqueta. “Há marcas que se mantêm valorizadas pelo nome, mesmo quando a produção é massiva, e outras que, apesar de discretas, entregam qualidade e raridade inquestionáveis”.
Um bom negócio
Segundo a empresa britânica especializada em análise e pesquisa Art Market Research, as bolsas de luxo foram os itens que mais se valorizaram entre 2012 e 2022, com uma alta de 83% nos preços no mercado de revenda.
Globalmente, um caso recente impressionante foi das bolsas Chloé Paddington usadas, que saltaram de US$ 217 (cerca de R$ 1.158) em 2024 para US$ 724 (em torno de R$ 3.867) este ano, no brechó americano The RealReal.
O motivo, de acordo com Fabíola, é a combinação de desejo, escassez e cultura. “Um exemplo perfeito é essa bolsa da Chloé, depois de voltar aos holofotes entre celebridades e influenciadoras”. A CMO da Gringa também relata que modelos antigos da Fendi e Dior, como a Baguette e a Saddle, respectivamente, tiveram aumento de preço. “No second hand, moda e memória caminham juntas: quando a demanda cresce e a oferta some, o valor dispara.”

Além disso, há o fator da escassez como impulsionador dos valores. “Se um modelo saiu de linha, mas tem design icônico, o preço naturalmente sobe”, diz Bel Pedroso, do Faircloset. No Brasil, ela observa esse fenômeno com as bolsas Chanel Diana e Gucci Jackie, por exemplo.
“Até marcas como Alaïa, que estavam mais discretas, reconquistaram espaço após o sucesso das sapatilhas com tachas e dos sapatos transparentes”, complementa Gabriela Carvalho, do Peguei Bode.
A união entre grifes e brechós
Este movimento de valorização das peças no mercado de segunda mão, tem revelado um movimento curioso, de acordo com um artigo do Wall Street Journal, de 19 de outubro deste ano. As grifes estão começando a monitorar o mercado de second hand em busca de pistas sobre quais de seus produtos antigos têm caído novamente no gosto dos consumidores.
Segundo o jornal, os algoritmos dos revendedores, que precificam os produtos com base na velocidade de vendas, na atividade de busca dos clientes, entre outros outros fatores, fornecem um barômetro preciso da demanda do consumidor e mostram rapidamente quando um item está voltando à moda.
Nos Estados Unidos e Europa, por exemplo, já existem parcerias entre grifes e brechós de luxo para programas sustentáveis ou recompra certificada. Nos EUA, Burberry e Stella McCartney colaboram com o The RealReal. Já na Europa, por exemplo, clientes selecionados da Alexander McQueen podem vender peças diretamente autenticadas pela própria marca e pela plataforma de revenda Vestiaire Collective. Além disso, recebem créditos para novas compras.
E no Brasil, como fica essa parceria?
“No nosso país, esse movimento ainda está começando, mas já percebemos um olhar atento das marcas para o que circula no mercado secundário”, diz Bel Pedroso.
A fundadora do Faircloset relata, inclusive, que algumas grifes entram em contato com a plataforma para entender como suas peças vintage estão performando. Assim, podem medir melhor a força do seu legado e estar por dentro do valor de revenda de um produto. “O luxo contemporâneo entendeu que o after market é parte da história da marca, e não uma ameaça”, diz Bel.
Fabíola, por sua vez, confirma que o movimento no Brasil ainda é tímido, mas inevitável: “À medida que o mercado local se estrutura e plataformas como a Gringa ganham escala e credibilidade, a aproximação entre marcas e resale será questão de tempo”, conclui.
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