Magazine Luiza (MGLU3) salta 17% e lidera ganhos do Ibovespa após balanço — mas nem todos os analistas estão animados com as ações
A varejista anunciou o quinto lucro trimestral consecutivo no 4T24, com aumento de rentabilidade e margem, mas frustrou do lado das receitas; entenda

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) iniciaram o pregão desta sexta-feira (14) no azul, liderando os ganhos do Ibovespa após a divulgação do resultado do quarto trimestre de 2024.
Por volta das 11h30, os papéis MGLU3 subiam 17,14%, cotados a R$ 9,91, com uma valorização acumulada de 52% desde o início do ano.
No acumulado de 12 meses, porém, o Magalu perdeu mais da metade do valor de mercado na bolsa.
- LEIA TAMBÉM: A ação de um banco resiliente é a aposta deste analista para quem quer receber dividendos e investir ‘sem sustos’; conheça o papel.
Entre os pontos positivos do balanço, a varejista anunciou o quinto lucro trimestral consecutivo, com aumento de rentabilidade e margem.
Veja os principais destaques do balanço do 4T24:
- Lucro líquido: R$ 294,8 milhões (+38,9% a/a);
- Lucro líquido ajustado: R$ 139,2 milhões (+37,1% a/a);
- Receita líquida: R$ 10,79 bilhões (+2,3% a/a);
- Vendas totais (GMV): R$ 18 bilhões (+3% a/a);
- Lojas físicas: R$ 19,2 bilhões
- E-commerce 1P (com vendas de estoque próprio): R$ 27 bilhões
- E-commerce 3P (marketplace): R$ 18,7 bilhões
- Ebitda ajustado: R$ 846,2 milhões (+11,9% a/a);
- Margem Ebitda ajustada: 7,8% (+0,6 ponto percentual);
- Geração de caixa operacional: R$ 2,1 bilhões.
No entanto, mesmo com o resultado amplamente em linha com o esperado no quarto trimestre, nem todos os analistas estão otimistas com o Magazine Luiza ou dispostos a colocar as ações MGLU3 na carteira.
Leia Também
Um balanço do resultado do Magazine Luiza (MGLU3) no 4T24
Na avaliação do JP Morgan, o Magazine Luiza (MGLU3) entregou uma série de resultados fracos para o quarto trimestre.
Apesar do avanço da rentabilidade, os analistas consideram que as tendências de receitas foram mais fracas que o antecipado no trimestre, com crescimento abaixo dos pares tanto online quanto offline, e com uma lucratividade aquém do previsto.
Além disso, a ausência de geração de fluxo de caixa da varejista preocupa o banco norte-americano. Nas contas dos analistas, houve uma queima de caixa de aproximadamente R$ 750 milhões no 4T24 e uma geração tímida de cerca de R$ 20 milhões no acumulado de 2024.
“Esperamos uma reação negativa no preço das ações devido às tendências pobres de fluxo de caixa e ao crescimento fraco das receitas”, projetou o banco.
O BTG Pactual também destaca um desempenho fraco do Magalu no e-commerce, apesar das operações em lojas físicas terem apresentado “números decentes”.
Para o banco, a rentabilidade da varejista foi outra vez o destaque do balanço e deve continuar nos próximos trimestres em meio ao cenário macroeconômico adverso, com altas taxas de juros e desaceleração econômica.
Os analistas preveem novas pressões daqui para frente, vindas do crescimento mais lento do GMV (volume bruto de mercadorias, indicador que mensura a performance de vendas) online devido à exposição a categorias altamente cíclicas, como eletrônicos e eletrodomésticos, e à perspectiva competitiva acirrada no canal online.
Além disso, as altas taxas de juros no Brasil devem bater diretamente nos resultados da Luizacred, a joint venture do Magalu e do Itaú Unibanco com foco em cartões de crédito, e levar a um alto custo de financiamento, impactando os resultados financeiros da varejista.
A XP Investimentos avalia o balanço do Magazine Luiza (MGLU3) no quarto trimestre como misto, com desempenho ainda fraco da receita, com desacelerando trimestral, mas com melhorias na margem Ebitda e geração de caixa.
Para os analistas, a maior alavancagem operacional e a Luizacred sustentaram a melhora da rentabilidade no 4T24.
O Goldman Sachs vê o resultado do 4T24 como “outro conjunto de indicadores em melhoria”, embora ligeiramente abaixo das expectativas devido ao crescimento das receitas menor que o esperado.
Os analistas também destacaram o avanço tímido do GMV no canal online do Magalu, de 1,1% no comparativo anual. A título de comparação, o Mercado Livre (MELI34) expandiu o volume bruto de mercadorias no Brasil em cerca de 32% no quarto trimestre.
- VEJA MAIS: Onde investir em março? Analistas recomendam as melhores ações, fundos imobiliários, BDRs e criptomoedas para este mês
O que fazer com as ações MGLU3 agora?
O JP Morgan possui recomendação “underweight”, equivalente a venda, para o Magazine Luiza (MGLU3).
“Reconhecemos que os juros mais altos nos próximos trimestres devem pressionar o resultado final da empresa, mas os últimos trimestres mostraram melhores tendências de rentabilidade e fluxo de caixa, sustentando nossa recomendação de compra”, avaliou o BTG.
Na avaliação da XP, apesar do balanço misto, o Magalu é uma ação de risco elevado devido ao cenário macroeconômico deteriorado e ambiente competitivo agressivo, o que sustenta a recomendação neutra para os papéis MGLU3.
O Goldman Sachs também tem classificação neutra para o Magalu.
Por que essa empresa ‘queridinha’ de Luiz Barsi e em recuperação judicial quer engordar o capital em até R$ 1 bilhão
Essa companhia prevê uma capitalização por subscrição privada de ações, ao preço de emissão de R$ 1,37 por ação, e por conversão de dívidas
“Desinteresse dos jovens pela faculdade é papo de redes sociais, não realidade”, diz CEO da Cogna (COGN3), dona da Anhanguera e outras
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o CEO da Cogna, Roberto Valério, questina a narrativa de que a Geração Z estaria “largando a faculdade” e fala sobre o avanço da inteligência artificial no mercado de trabalho
“Se não fosse pela nova regulação do EaD, a ação da Cogna (COGN3) teria subido mais”, diz CEO da empresa — que triplicou na bolsa em 2025
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Roberto Valério falou sobre o impacto do novo marco regulatório para o ensino à distância (EaD), as avenidas de crescimento e preocupações do mercado sobre a recente aquisição da Faculdade de Medicina de Dourados
Azul (AZUL4) apresenta plano de reestruturação à Justiça dos EUA, e audiência de confirmação ganha data; veja os objetivos da aérea
Empresa brasileira pretende eliminar US$ 2 bilhões em dívidas em tempo recorde
Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) avançam 3% com rumores de venda de ativos na Argentina
A venda faz parte da estratégia de reduzir a dívida da holding; no entanto, há o temor de que a instabilidade argentina possa adiar ou desvalorizar a negociação
JHSF (JHSF3) dispara mais de 10% na B3 após anunciar veículo de investimento bilionário; entenda o que pode mudar para as ações
A iniciativa prevê a venda de ativos já entregues ou em desenvolvimento em seus principais empreendimentos nos complexos Cidade Jardim e Boa Vista
Vale (VALE3) avança no controle de risco, e S&P eleva rating de crédito da mineradora
A agência indica que a companhia melhorou consideravelmente sua supervisão e seus controles nos últimos anos
Carros voadores colidem durante ensaio para show aéreo; veja o vídeo
Acidente durante preparação para o Changchun Air Show reacende debate sobre segurança dos carros voadores; ao menos uma pessoa ficou ferida
Cogna (COGN3) inicia processo de saída da Vasta da Nasdaq — e BTG enxerga pontos positivos na jogada
Caso a oferta seja bem-sucedida, a Vasta deixará de ser registrada na SEC e passará por deslistagem na Nasdaq
Nova bolsa de derivativos A5X capta R$ 200 milhões em terceira rodada de investimentos. O que isso significa para a B3 (B3SA3)?
Valor arrecadado pela plataforma será usado para financiar operações e ficar em dia com exigência do BC
Itaú BBA inicia cobertura das construtoras brasileiras de baixa renda e já tem sua favorita
Para o banco, as construtoras estão em seus melhores dias devido à acessibilidade no nível mais alto já registrado
99 Food acelera investimentos no Brasil e intensifica batalha com iFood pelo delivery de comida brasileiro
A companhia agora prevê investir R$ 2 bilhões no primeiro ano de operação. O que está por trás da estratégia?
Prio (PRIO3) recebe aval final do Ibama e obtém licença para instalação dos poços de Wahoo, no Espírito Santo
Com a autorização, a petroleira iniciará a interligação submarina (tieback) de até onze poços à unidade flutuante de Frade
BTG eleva preço-alvo da Vale (VALE3) e prevê dividendos extraordinários, mas não muda recomendação; é hora de comprar?
Estratégia comercial e redução de investimentos contribuem para elevação do preço-alvo do ADR para US$ 11, enquanto valuation e fluxo de caixa fazem o banco “pensar duas vezes”
Itaú BBA sobre Eletrobras (ELET3): “empresa pode se tornar uma das melhores pagadoras de dividendos do setor elétrico”
Se o cenário de preços de energia traçado pelos analistas do banco se confirmar, as ações da companhia elétrica passarão por uma reprecificação, combinando fundamentos sólidos com dividend yields atrativos
O plano do Google Cloud para transformar o Brasil em hub para treinamento de modelos de IA
Com energia limpa, infraestrutura moderna e TPUs de última geração, o Brasil pode se tornar um centro estratégico para treinamento e operação de inteligência artificial
Banco Master: quais as opções disponíveis após o BC barrar a venda para o BRB?
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, há quatro cenários possíveis para o Master
Pague Menos (PGMN3) avalia emissão de R$ 250 milhões e suspende projeções financeiras: o que está em jogo?
Com um nível de endividamento alarmante para acionistas, a empresa pretende reforçar o caixa. Entenda o que pode estar por trás da decisão
Ânima Educação (ANIM3) abocanha fatia restante da UniFG e aumenta aposta em medicina; ações sobem na bolsa hoje
A aquisição inclui o pagamento de eventual valor adicional de preço por novas vagas de medicina
Natura (NATU3) vai vender negócios da Avon na América Central por 1 dólar… ou quase isso
A transação envolve as operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana; entenda a estratégia da Natura