Por que o Brasil vai surpreender se evitar uma crise fiscal em 2025, segundo a consultoria global Gavekal – e o que ela diz sobre outros desafios
Estudo aponta os principais fatores do Brasil e mundo que podem ajudar (ou atrapalhar) os investidores globais neste ano
O ano mal começou, mas dá para prever quais serão os principais fatores que poderão surpreender os investidores globais em 2025? De acordo com o relatório da consultoria global Gavekal Research, intitulado "Global Strategy: The Contrarian Report", isso não só é possível, como fácil de entender se dividido em 10 tópicos.
A análise reúne os dez temas centrais que precisam ser cuidadosamente levados em conta pelos investidores globais antes de suas decisões e inclui um estudo sobre o potencial desempenho dos ativos brasileiros, mesmo diante das preocupações com as políticas econômicas do governo Lula. Se de fato esses cenários se concretizarem, o mercado pode se surpreender positivamente com cada tema.
A análise sobre a economia brasileira, assinada pelo analista Udith Sikand, aponta que a reabertura da China e a possível desvalorização global do dólar podem ser oportunidades para que as commodities exportadas pelo país sejam mais valorizadas durante o ano. Há outros motivos, além destes que, se concretizados, podem surpreender o mercado.
Gavekal: Brasil está mais para Grã-Bretanha e Japão do que para AL
“Problemas fiscais fizeram o real brasileiro despencar em 2024. A relação dívida pública/PIB do Brasil, de 85%, é alta para uma economia de mercado emergente. No entanto, o país tem uma alta relação de receita do governo/PIB, mais típicas de economias desenvolvidas, como a Grã-Bretanha e o Japão”, afirma Sikand.
E ainda ressalta que, embora o Brasil enfrente desafios políticos, não há risco iminente de instabilidade semelhante à de outros países da região latino-americana. Tudo, então, aponta que, ainda subvalorizados, os ativos brasileiros têm potencial para um desempenho positivo em 2025.
O estudo aponta que os frequentes conflitos entre o presidente Lula e o BC, no ano passado, que aumentaram ainda mais a preocupação com os altos custos da dívida pública e o comprometimento do governo com o corte de gastos, não devem ser fatores que podem atrapalhar a economia do país neste ano.
Leia Também
Como é o foguete que o Brasil vai lançar em dezembro (se não atrasar de novo)
Liquidação do Banco Master não traz risco sistêmico, avalia Comitê de Estabilidade Financeira do BC
A expectativa da consultoria para que isso surpreenda o mercado é de que este tipo de atrito diminua com a chegada de Gabriel Galípolo ao comando do BC, uma pessoa bem quista pelo mercado e que já se provou ser favorável ao aumento de juros. A condição para isso seria a de Lula cumprir sua promessa de conceder a Galípolo autonomia e permanecer atento às necessidades de reformas fiscais.
Aí, sim, acredita Sikand, a moeda brasileira estaria pronta para dar retorno novamente.
Quais são os outros desafios para os investidores globais em 2025?
Além do tópico destinado especificamente para o Brasil, o estudo completo aponta outros nove fatores para estar atento antes de investir em 2025 – cada um deles assinado por um analista especializado no tema dentro da consultoria chinesa.
Contamos mais sobre eles a seguir:
Redução nas recompras de ações nos EUA
De acordo com o estudo, as recompras de ações nos EUA devem diminuir em 2025 devido ao aumento dos custos de financiamento. Entre 2020 e 2021, muitas empresas emitiram grandes quantidades de dívida a taxas historicamente baixas, inferiores a 2%.
No entanto, com a maioria desses títulos vencendo em 2025, elas precisarão refinanciá-los a taxas muito mais altas, atualmente em torno de 5,35%. Este aumento significativo nos custos de rolagem da dívida limitará a capacidade das companhias de continuar financiando recompras de ações, o que pode resultar em uma desaceleração dessas recompras.
Valorização do euro frente ao dólar americano
O euro deve ganhar força frente ao dólar até o meio do ano, afirma a pesquisa.
Isso porque, apesar das expectativas de desvalorização, a moeda está em um nível historicamente competitivo em termos reais. Além disso, fatores como o fim esperado da guerra na Ucrânia e possíveis mudanças nas políticas fiscais da zona do euro – particularmente na Alemanha, após as eleições de fevereiro – podem impulsionar a valorização.
Estas mudanças podem contrariar as previsões de cortes agressivos nas taxas de juros do Banco Central Europeu, acredita o analista responsável.
Preços de energia permanecem altos
Os preços de petróleo e gás devem permanecer firmes em 2025, desafiando previsões de excesso de oferta. A projeção de superávit no mercado é considerada pequena e pode ser facilmente eliminada por políticas como as sanções dos EUA à Rússia ou a pressão sobre o Irã, que poderia reduzir até 1 milhão de barris por dia da oferta global.
Além disso, é improvável que políticas domésticas nos EUA resultem em um aumento significativo na produção.
Recuperação do mercado imobiliário chinês
Após três anos de crise, o mercado imobiliário da China mostra sinais de estabilização. Embora os preços continuem baixos, os volumes de vendas pararam de cair em 2024 e começaram a se recuperar, especialmente em grandes cidades, aponta o relatório.
Com isso, a promessa do governo chinês de “parar a queda” do setor em setembro de 2024 gerou melhorias e, se as vendas continuarem aumentando, o mercado imobiliário pode se recuperar mais rapidamente do que o esperado.
Recuperação do mercado imobiliário comercial nos EUA
O mercado imobiliário comercial nos Estados Unidos deve se recuperar em 2025,de acordo com as expectativas dos analistas, impulsionado pelo aumento do retorno ao trabalho presencial.
O estudo aponta que a proporção de ofertas de emprego remotas está diminuindo, enquanto a presença de funcionários nos escritórios ainda está abaixo do esperado pelos empregadores.
Com uma oferta limitada de novos edifícios e condições mais favoráveis de financiamento — devido à regulamentação bancária menos rígida e spreads mais estreitos nos mercados de CMBS (Commercial Mortgage-Backed Securities) — espera-se que as empresas ocupem mais espaço, o que deve resultar em melhores retornos e recuperação para o setor.
Estagnação do franco suíço
O franco suíço, que historicamente funciona como refúgio seguro em tempos de incerteza. Tanto que a moeda subiu 15% nos últimos três anos, a maior valorização do G10 entre todas, apoiada por “políticas imprevisíveis de Donald Trump e convulsões políticas não resolvidas na Alemanha e França”, afirma o analista responsável por essa parte do estudo.
Mas, para o próximo ano, a valorização deve ficar aquém, graças à política do Banco Nacional Suíço (SNB), que provavelmente intervirá para combater a deflação, um risco real na economia do país. O SNB projeta que a inflação suíça ficará entre 0% e 1% em 2025-26.
“Grande parte do risco de deflação na Suíça decorre da força do franco, o que significa que a Suíça está importando deflação”, explica o documento.
O mais provável, acredita a consultoria, é que o SNB pode recorrer a medidas como taxas de juros negativas ou intervenções no mercado cambial para evitar a apreciação excessiva do franco, o que reduziria a competitividade da economia suíça.
Conflito econômico contínuo entre Índia e China
Para além de todo otimismo até aqui, a análise da Gavekal Research acredita que, apesar de encontros diplomáticos entre Índia e China em 2024, as relações entre os dois países continuarão tensas em 2025.
A criação de dois novos condados pela China em uma área disputada nos Himalaias reforçou as rivalidades, o que deve limitar os avanços nas relações comerciais com a possível redução das restrições indianas a investimentos chineses.
Por outro lado, empresas indianas que fornecem tecnologia para cadeias globais, como a Apple, e fornecedores americanos que competem com fabricantes chineses serão beneficiados por essa tensão.
Impacto disruptivo dos veículos autônomos
Por mais de uma década os veículos autônomos pareciam estar quase lá na esquina, perto, mas quase impossível de serem alcançados de fato. Em 2025, porém, a promessa é de que eles definitivamente sigam por um caminho concreto, afirma o estudo.
A Waymo, do Google, está liderando a frota nos Estados Unidos, com robotáxis ativos em São Francisco, Los Angeles e Phoenix. Em 2025 serão lançados carros em Austin e Atlanta e testes devem começar em Miami e Tóquio.
Isso sem contar com os planos avançados das concorrentes Baidu e Tesla.
Os veículos autônomos prometem viagens mais produtivas, seguras e confortáveis, com potencial para reduzir o tráfego, acidentes e a dependência de viagens aéreas regionais. Se realmente todas essas vantagens vingarem, a tendência é da tecnologia transformar o transporte e abrir novas oportunidades econômicas em vários setores, acredita a Gavekal.
Boom deflacionário na China
Em períodos em que a preferência dos investidores por liquidez aumenta, os títulos terão melhor desempenho que as ações, e a economia chinesa poderá enfrentar uma crise deflacionária, traz o estudo.
Esse "boom deflacionário" chinês em 2025 seria caracterizado por baixa inflação e desempenho superior das ações em relação a outros ativos, reflexo da redução na preferência por liquidez entre os investidores chineses.
Essa afirmação é sustentada no documento pelo fato de que, no último ano, a proporção entre retornos de ações e títulos se estabilizou na China, indicativo de que os investidores chineses estão mais confiantes com relação à economia do país.
A proposta do FGC para impedir um novo caso ‘Banco Master’ sem precisar aumentar o colchão do fundo
Com maior resgate da história do FGC, o caso Banco Master acelera discussões sobre mudanças nas regras do fundo e transparência na venda de CDBs
Pagamentos do Bolsa Família e Gás do Povo chegam a beneficiários com NIS final 8 nesta quarta (26)
O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS
Quanto vai ser o salário mínimo de 2026 e o que ainda falta para ele entrar em vigor
O novo piso salarial nacional para 2026 já foi proposto, mas ainda aguarda aprovação; saiba o que ainda falta
Mega-Sena paga prêmio de quase R$ 15 milhões na ‘capital nacional do arroz’; bola dividida deixa Lotofácil em segundo plano
Enquanto a Mega-Sena saiu para uma aposta simples, a Lotofácil premiou um total de 11 apostadores; as demais loterias da Caixa acumularam ontem (25).
2026 sem alívio: projeções do Itaú indicam juros altos, inflação resistente e dólar quase parado
Cenário deve repetir 2025, apesar de R$ 200 bilhões em impulsos fiscais que turbinam o PIB, mas mantêm pressão nos preços
Um problema para o sistema elétrico? Por que a Aneel quer cortar o excedente de energia renovável
Agência aprova plano emergencial para evitar instabilidade elétrica em a excesso de energia solar e eólica
Uma vaca de R$ 54 milhões? Entenda o que faz Donna valer mais que um avião a jato
Entenda como Donna FIV CIAV alcançou R$ 54 milhões e por que matrizes Nelore se tornaram os ativos mais disputados da pecuária de elite
Foi vítima de golpe no Pix? Nova regra do Banco Central aumenta suas chances de reembolso; entenda como funciona
Nova regra do Banco Central reforça o MED, acelera o processo de contestação e aumenta a recuperação de valores após fraudes
BRB no centro da crise do Master: B3 exige explicações sobre possíveis operações irregulares, e banco responde
Em março, o banco estatal de Brasília havia anunciado a compra do Master, mas a operação foi vetada pelo Banco Central
Nova lei do setor elétrico é sancionada, com 10 vetos do governo: veja o que muda agora
Governo vetou mudança na forma de averiguar o preço de referência do petróleo, pois a redefinição da base de cálculo “contraria o interesse público”
Um conto de Black Friday: como uma data que antes era restrita aos Estados Unidos transformou o varejo brasileiro
Data que nasceu no varejo norte-americano ganhou força no Brasil e moldou uma nova lógica de promoções, competição e transparência de preços.
Lotofácil tem 24 ganhadores, mas só 3 vão receber o dinheiro todo; Timemania pode pagar (bem) mais que a Mega-Sena hoje
Seis bilhetes cravaram as dezenas válidas pela Lotofácil 3545, sendo três apostas simples e três bolões; todas as demais loterias sorteadas ontem acumularam
13º salário atrasou? Saiba o que fazer se o empregador não realizar o pagamento da primeira parcela até sexta-feira (28)
O prazo limite da primeira parcela do 13° é até a próxima sexta-feira (28), veja o que fazer caso o empregador atrase o pagamento
Seu Dinheiro figura no Prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças 2025
Site contou com três jornalistas na primeira seleção que escolhe os 50 mais admirados do país
“O Banco Central não se emociona”, diz Galípolo; juro vai se manter restritivo até que inflação chegue à meta de 3%
Em evento da Febraban, o presidente do BC destacou o papel técnico da autarquia para controlar a inflação, sem influência da “questão midiática”
Defesa de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, pede habeas corpus para o banqueiro ao STJ
Ele recebeu voz de prisão de um policial federal à paisana no momento em que passava no raio-x do Aeroporto de Guarulhos para sair do Brasil na segunda-feira passada (17)
STF mantém prisão preventiva de Bolsonaro; entenda o que acontece agora
A ministra Cármen Lúcia foi a última a votar e apenas acompanhou o relator, sem apresentar voto escrito. Além dela, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram para confirmar prisão preventiva
Taxa Selic vai voltar para um dígito, segundo economistas, mas só em 2028 — já a inflação deve continuar acima da meta por bastante tempo
Boletim Focus desta segunda diminuiu a projeção de juros para 2026 e 2028, projetando pela primeira a Selic em 9,75% em 2028
Agenda da semana tem IPCA-15, inflação nos Estados Unidos e feriado de Ação de Graças em Wall Street
Semana traz agenda intensa de indicadores que incluem a prévia da inflação local e o PCE, índice de inflação favorito do Federal Reserve
Balanço do G20: Lula defende governança soberana em minerais críticos e IA e promete data para assinatura de acordo Mercosul-UE
Presidente discursou no evento sobre minerais como terras raras e inteligência artificial; a jornalistas, prometeu assinatura de acordo comercial para 20 de dezembro