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Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

SEM BOLA DE CRISTAL, MAS COM SINAIS

A decisão é o que menos importa: o que está em jogo na Super Quarta com as reuniões do Copom e do Fed sobre os juros

O Banco Central brasileiro contratou para hoje um novo aumento de 1 ponto para a Selic, o que colocará a taxa em 14,25% ao ano. Nos EUA, o caminho é da manutenção na faixa entre 4,25% e 4,50% — são os sinais que virão com essas decisões que indicarão o futuro da política monetária tanto aqui como lá

Carolina Gama
19 de março de 2025
6:07 - atualizado às 20:18
Super Quarta juros Copom Fed Selic Banco Central Bacen
Imagem: iStock.com/3dmitry/Tippapatt (Montagem: Anna Zeferino)

Investidores, guardem a bola de cristal. Nesta Super Quarta não será necessário recorrer a adivinhação para saber o que vai acontecer: o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) deve manter os juros entre 4,25% e 4,50%, e o Banco Central brasileiro deve elevar a Selic em um ponto, para 14,25%. No entanto, será preciso saber ler os sinais em ambos os casos para antecipar o futuro. 

No Brasil, o cenário indicado pelo próprio Comitê de Política Monetária (Copom) é de que o ciclo de aperto monetário será pausado nesta quarta-feira (19). Em janeiro, o Copom elevou os juros em um ponto porcentual, para 13,25%, mantendo a indicação de mais um aumento desta magnitude neste mês, condicionando os próximos ajustes à evolução do cenário. 

No entanto, não se pode descartar um forward guidance (orientação futura) que deixe as portas abertas para outras elevações de menor grau — um caso que colocaria os juros aqui no maior nível, 15%. 

Para a Capital Economics, os argumentos parecem estar bem equilibrados tanto para pausa quanto para uma extensão do ciclo de aperto monetário

Por um lado, houve uma clara desaceleração da economia brasileira, com Produto Interno Bruto (PIB) crescendo apenas 0,2% no quarto trimestre de 2024 ante o terceiro trimestre e queda no consumo das famílias. 

"Indicadores-chave apontam para a continuidade de fraqueza [da atividade econômica] este ano. E há alguns sinais de que isso pode estar afetando o mercado de trabalho", diz a consultoria britânica em relatório.

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Por outro lado, o quadro da inflação no curto prazo permanece desafiador. Embora o salto no IPCA tenha sido impulsionado por aumento nos preços de eletricidade, ainda existem pressões provenientes do setor agrícola e da taxa de câmbio. 

"Pelas nossas estimativas, o núcleo de inflação dos serviços subjacentes acelerou para o maior nível desde meados de 2023 neste último mês. Então, como o Copom vai equilibrar isso?", questiona a Capital Economics. 

"A história não nos dá muitas pistas. Enquanto o fim do último ciclo de aperto em 2022 ocorreu apenas quando a inflação atingiu o pico, a economia na época ainda estava muito aquecida. O ciclo anterior a esse (em 2015) terminou antes do pico da inflação, mas à medida que a economia estava mergulhando em uma profunda recessão", acrescenta a consultoria. 

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o Banco Central pode, pela primeira vez, dar sinais mais explícitos de que o ciclo de alta da Selic está chegando ao fim — embora isso não signifique que novos aumentos estejam descartados, apenas que o ritmo do aperto tende a ser mais contido.

“A perspectiva de um fim do aperto monetário começa a abrir espaço, ainda que de forma incipiente, para uma conversa sobre corte de juros — algo que os mercados já começaram a antecipar”, diz. 

Spiess conta mais sua visão sobre a Super Quarta na coluna semanal Insights Assimétricos, publicada toda terça-feira no Seu Dinheiro, e você pode conferir o texto na íntegra aqui

Pesquisa feita pelo BTG Pactual com 58 participantes do mercado financeiro, mostra que a leitura dos sinais do Copom na decisão de hoje será mais importante do que nunca. 

Enquanto 38% dos entrevistados acreditam que o comunicado virá indicando "que o Copom antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros na próxima reunião", 20% acreditam que virá indicando "como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião". 

Outros 36%, no entanto, dizem que o comunicado do Copom virá "sem indicação explícita para a próxima reunião".

O cenário de divisão capturado pela pesquisa do BTG também é visto nas projeções do JPMorgan. O banco norte-americano projeta que a Selic alcançará o pico de 15,25% em junho, mas admite que há um risco de que o Banco Central encerre o ciclo de aperto monetário antes do esperado. 

O JPMorgan entende que o Copom seguirá o forward guidance fornecido e aumentará os juros em 100 pontos-base, para 14,25%, na reunião de hoje. Depois o banco vê elevações de 50 pontos-base em maio e junho, quando a Selic alcançaria o pico deste ciclo de aperto monetário.

“Após a alta de 100 pontos-base desta quarta-feira, a comunicação do Copom deve mudar substancialmente e se tornar mais lacônica sobre decisões futuras, aumentando os graus de liberdade e a dependência de dados", dizem os analistas Cassiana Fernandez, Vinicius Moreira, e Mirella Mirandola Sampaio.

Segundo o trio, o balanço de riscos é onde parte da mudança deve ocorrer. 

Desde o comunicado de janeiro, quando o Copom passou a focar nos riscos de desaceleração do crescimento da economia brasileira, "não apenas os dados econômicos do Brasil continuaram a decepcionar, mas também aumentaram as chances de uma recessão global. Com o risco externo provavelmente retornando à comunicação, haverá fatores de alta e de baixa a considerar na descrição do BC dos riscos para a perspectiva de inflação", afirmam. 

O JP Morgan pondera que mesmo que informações recentes sugiram uma desaceleração da economia brasileira, membros do Copom destacaram recentemente que não está claro se isso representa um desvio significativo do cenário base, que é de moderação econômica gradual.

SELIC vai subir DE NOVO, mas até QUANDO? COMO a decisão de juros MEXE COM O SEU BOLSO

Antes da Selic: a decisão de juros nos EUA

A leitura dos sinais também será fundamental na antecipação do futuro dos juros nos EUA. 

Depois de repetir em diversas ocasiões que o Fed não tem pressa para promover ajustes na taxa referencial, é o que o comunicado — e mais ainda — o que o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, vai dizer na coletiva de hoje que darão essas pistas. 

Vale lembrar que hoje, junto com a decisão, o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Fed também divulga projeções econômicas atualizadas como faz a cada trimestre. 

“O Fed está inquestionavelmente navegando em águas incertas, mas com dados concretos sinalizando pouca razão para preocupação, duvidamos que Powell soe o alarme hoje”, diz Antti Ilvonen, analista sênior do Danske Bank. 

Ele lembra que, embora qualquer coisa diferente de uma decisão que mantenha os juros nos patamares atuais seja uma grande surpresa, os mercados estão precificando uma probabilidade entre 35% e 40% de o Fed retomar os cortes em maio.

“Embora Powell não tenha incentivo para fechar nenhuma porta, não esperamos orientação explícita para um corte em maio. Continuamos a prever três cortes de taxa para 2025, seguidos por mais dois em 2026, o que levaria a taxa terminal para a faixa entre 3,00% e 3,25%, um nível abaixo do preço atual do mercado”, disse Ilvonen. 

Segundo o analista do Danske, com o crescimento do emprego permanecendo sólido nos EUA e o número de demissões ainda baixo, o Fed tem espaço para optar por uma abordagem mais gradual.

A TD Economics é um pouco menos otimista. Dada a atual tempestade de incertezas e as expectativas de inflação se tornando mais desequilibradas, a casa de análise acredita que o Fed deve se manter em compasso de espera até o meio do ano, “momento em que a desaceleração da economia norte-americana deve levar à necessidade de suporte adicional na forma de juros mais baixos”. 

O recente aumento das tensões comerciais alimentou preocupações de que as tarifas de Donald Trump poderiam pesar mais significativamente no crescimento dos EUA neste ano e colocar mais pressão ascendente sobre a inflação. 

O relatório do CPI (sigla para índice de preços ao consumidor) da semana passada mostrou que as pressões inflacionárias diminuíram em fevereiro nos EUA, com a inflação desacelerando para 2,8% na comparação anual, abaixo dos 3% em janeiro. 

“Embora bem-vinda, essa trégua pode ter vida curta, pois os números mais recentes teriam capturado apenas a tarifa inicial de 10% sobre a China que entrou em vigor em 4 de fevereiro”, lembra a equipe de analistas da TD Economics. 

Pesquisas com as empresas norte-americanas indicam que as expectativas de inflação e as intenções de preços subiram nos EUA, sugerindo que as pressões de preços estão aumentando na cadeia de suprimentos. 

Se as tarifas permanecerem em vigor, as empresas eventualmente precisarão aumentar os preços ou absorver custos mais altos elas mesmas — já há sinais de que algumas empresas menores começaram a elevar os preços. 

A pesquisa de confiança de pequenas empresas da NFIB da semana passada mostrou um salto de 10 pontos na parcela de empresas que subiram os preços médios de venda.

A confiança das famílias norte-americanas também vem enfraquecendo rapidamente, impulsionada não apenas pela recente liquidação do mercado de ações, mas também pelas expectativas de aceleração da inflação nos próximos meses. 

De fato, a leitura de março da pesquisa de confiança do consumidor da Universidade de Michigan mostra que, após declínios nos dois meses anteriores, a confiança do consumidor continuou a despencar — caindo em março para o nível mais baixo desde novembro de 2022.

As expectativas de inflação para 2026, por sua vez, aumentaram de 4,3% no mês passado para 4,9% em março, marcando a maior leitura desde novembro de 2022.

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