Trump na sala de aula: Ibovespa reage a tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil
Tarifas de Trump como o Brasil vieram muito mais altas do que se esperava, pressionando ações, dólar e juros
Sobram opções a quem tenta explicar o comportamento de Donald Trump. Há quem considere o presidente dos Estados Unidos um agente do caos. Outros o veem como um elefante numa loja de cristais. Também fica a suspeita de que ele tenha cabulado a aula de matemática.
É o que sugere a imposição de tarifas de 50% a todo e qualquer produto brasileiro exportado aos EUA.
Se o Brasil retaliar, os EUA dobrarão a aposta. A sobretaxa passa a valer em 1º de agosto. Isso se Trump não mudar de ideia antes — algo que tem sido recorrente.
A guerra comercial na qual Trump tanto se empenha já parte de um erro conceitual. Limita-se a considerar superávit como lucro e déficit como prejuízo. Ignora outros aspectos relevantes do comércio internacional.
Nesse sentido, lá se vão 15 anos seguidos nos quais a balança comercial EUA-Brasil pende em favor dos norte-americanos. Na matemática trumpista, portanto, os Estados Unidos acumularam lucro de mais de US$ 400 bilhões nas trocas com o Brasil na última década e meia.
Esse é o saldo da relação comercial “muito injusta” citada por Trump em carta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou o Itamaraty devolver à Embaixada dos EUA em Brasília.
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A imposição de sobretaxas de 50% já soaria absurda se fosse realmente pautada por questões comerciais. Logo no início da carta, Trump explicita a motivação política de sua decisão.
Ele exige a suspensão imediata do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Também se queixa das tentativas de responsabilização das redes sociais pelo Judiciário brasileiro. Há de se notar que Trump não menciona os Brics na mensagem nem deixa muita margem de manobra.
Além de mandar devolver a carta, Lula antecipou que não aceita chantagem e pretende recorrer à Lei de Reciprocidade Econômica, recentemente aprovada pelo Congresso Nacional.
Mas os erros de cálculo de Trump talvez não se limitem à guerra comercial em si. Os EUA têm uma extensa ficha corrida de interferência em assuntos de outros países, inclusive apoiando golpes de Estado. Historicamente, porém, isso era feito de maneira discreta.
Ao se imiscuir abertamente em questões internas do Brasil, é como se Trump estivesse jogando baralho e descartasse um curinga na mão de Lula.
A pouco mais de um ano das eleições e em um momento de popularidade em baixa, o presidente brasileiro nem precisa fazer muita força para se colocar como vítima de interferência indevida por parte de uma potência estrangeira.
A ver como esse curinga será usado.
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Esquenta dos mercados
O Ibovespa fechou em queda de mais de 1% ontem. Já o dólar voltou à casa dos R$ 5,50.
Os investidores já reagiam à notícia de que Trump imporia mais tarifas ao Brasil.
Só não se sabia que seria tanto. Até o momento, o Brasil foi o país castigado com a maior taxa da atual rodada da guerra comercial de Trump.
Além disso, é o único caso até agora no qual a decisão é baseada em motivos políticos, e não estritamente comerciais.
Os potenciais efeitos da sobretaxação ainda não estão claros. A expectativa é de que as tarifas elevem o dólar e, por tabela, aumentem residualmente a inflação. Também é esperada pressão sobre as taxas projetadas de juros no mercado de futuros.
Para hoje, como a realidade mostrou-se bem pior do que a expectativa, nem mesmo uma esperada desaceleração do IPCA deve evitar uma abertura em queda no Ibovespa.
Não há como escapar
A inteligência artificial está em todo canto. Do mercado de trabalho a roteiros de viagem, cada vez mais pessoas usam — ou deveriam usar — a tecnologia para atividades do dia a dia.
Com o avanço da IA no mundo todo, os chamados data centers ganham destaque. Eles são centros de processamento de dados, ou seja, empreendimentos extremamente especializados e de altíssima tecnologia, que funcionam como a infraestrutura física que possibilita a operação da inteligência artificial — mas não se resume apenas a ela.
Apesar de serem pouco conhecidos, esses empreendimentos entraram na mira dos fundos imobiliários, uma vez que o Brasil figura entre os países mais favoráveis para o desenvolvimento de data centers.
Outros destaques do Seu Dinheiro:
PEGOU MAL PRA QUEM?
De Lula aos representantes das indústrias: as reações à tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil. O presidente brasileiro promete acionar a lei de reciprocidade brasileira para responder à taxa extra dos EUA, que deve entrar em vigor em 1º de agosto.
LÁ VAMOS NÓS DE NOVO
Trump cumpre promessa e anuncia tarifas de 20% a 30% para mais seis países. As taxas passarão a vale a partir do dia 1º de agosto deste ano, conforme mostram as cartas publicadas por Trump no Truth Social.
FÁCIL FALAR, DIFÍCIL CONTROLAR A INFLAÇÃO
Não adianta criticar os juros e pedir para BC ignorar a meta, diz Galípolo: “inflação ainda incomoda bastante”. O presidente do Banco Central participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados e ressaltou que a inflação na meta é objetivo indiscutível.
CRÉDITO PRIVADO EM XEQUE
Gestores não acreditam que tributação de títulos isentos vai passar, mas aumentam posição em debêntures incentivadas. Pesquisa exclusiva da Empiricus revela expectativa de grandes gestores de crédito sobre a aprovação da MP 1.303 e suas possíveis consequências.
VALE MAIS QUE CANADÁ E MÉXICO
Nvidia (NVDA34) é tetra: queridinha da IA alcança a marca inédita de US$ 4 trilhões em valor de mercado. A fabricante de chips já flertava com a cifra trilionária desde a semana passada, quando superou o recorde anteriormente estabelecido pela Apple.
PRESSÃO INTERNA
Trump cedeu: os bastidores do adiamento das tarifas dos EUA para 1 de agosto. Fontes contam o que foi preciso acontecer para que o presidente norte-americano voltasse a postergar a entrada dos impostos adicionais, que aconteceria nesta quarta-feira (9).
TRUMP CURTIU?
Fed caminha na direção de juros menores, mas ata mostra racha sobre o número de cortes em 2025. Mercado segue apostando majoritariamente no afrouxamento monetário a partir de setembro, embora a reunião do fim deste mês não esteja completamente descartada.
FAZENDO HISTÓRIA
Bitcoin (BTC) atinge recorde em US$ 112 mil; confira o que está por trás do rali das criptomoedas. O apetite por ativos mais arriscados explica parte do avanço do BTC, que também puxou outros ativos digitais, mas não é o único motivo da alta.
MAIORES DETENTORES DE BITCOIN
Uma brasileira figura entre as 40 maiores empresas com bitcoin (BTC) no caixa; confira a lista. A empresa brasileira tem investido pesado na criptomoeda mais valiosa do mundo desde março deste ano.
CHANCE DOURADA
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato. A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar.
CARTEIRA RECOMENDADA
Isa Energia e CPFL são compra em julho. Confira as recomendações de debêntures, CRI e CRA, LCD e títulos públicos para o mês. BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade na renda fixa agora, diante da perspectiva de taxas menores no futuro.
NOVO OBSTÁCULO
Mais um acionista da BRF (BRFS3) pede a suspensão da assembleia de votação da fusão com a Marfrig (MRFG3). O que diz a Previ? A Previ entrou com um agravo de instrumento na Justiça e com um pedido de arbitragem para contestar a relação de troca proposta, segundo jornal.
LUZ VERDE
Azul (AZUL4) dá mais um passo na recuperação judicial e consegue aprovação de petições nos EUA. A aérea tem mais duas audiências marcadas para os dias 15 e 24 de julho que vão discutir pontos como o empréstimo DIP, que soma US$ 1,6 bilhão.
DESTAQUES DA BOLSA
Ações da Braskem (BRKM5) saltam mais de 10% na bolsa brasileira com PL que pode engordar Ebitda em até US$ 500 milhões por ano. O que impulsiona BRKM5 nesta sessão é a aprovação da tramitação acelerada de um programa de incentivos para a indústria petroquímica; entenda.
REAÇÃO À PRÉVIA OPERACIONAL
Tenda (TEND3): prévia operacional do segundo trimestre agrada BTG, que reitera construtora como favorita do setor, mas ação abre em queda. De acordo com os analistas do BTG, os resultados operacionais foram positivos e ação está sendo negociada a um preço atrativo; veja os destaques da prévia o segundo trimestre.
PRÁTICAS IRREGULARES
A acusação séria que fez as ações da Suzano (SUZB3) fecharem em queda de quase 2% na bolsa. O Departamento do Comércio dos EUA identificou que a empresa teria exportado mercadorias com preço abaixo do normal por quase um ano.
PRÉVIA OPERACIONAL
Cyrela (CYRE3) quase triplica valor de lançamentos e avança no MCMV; BTG reitera compra — veja destaques da prévia do 2T25. Na visão do banco, as ações são referência no setor, mesmo com um cenário macro adverso para as construtoras menos expostas ao Minha Casa Minha Vida.
PROPORÇÃO 1 PARA 3
Em um bom momento na bolsa, Direcional (DIRR3) propõe desdobramento de ações. Veja como vai funcionar. A proposta será votada em assembleia no dia 30 de julho, e a intenção é que o desdobramento seja na proporção de 1 para 3.
FIIS HOJE
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria. Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira.
LOTERIAS
Lotofácil, Quina e Dupla Sena dividem os holofotes com 8 novos milionários (e um quase). Enquanto isso, começa a valer hoje o reajuste dos preços para as apostas na Lotofácil, na Quina, na Mega-Sena e em outras loterias da Caixa.
INFLAÇÃO NA FEZINHA
“Investir na sorte” ficou mais caro: confira os novos preços da Mega-Sena e outras apostas. O reajuste visa ampliar as premiações e fortalecer os repasses sociais, segundo a Caixa.
CARA, MAS NEM TANTO
A cidade mais cara dos EUA para turistas não é Nova York, nem Los Angeles; confira o ranking. Novo levantamento apontou as cidades mais caras dos Estados Unidos para visitantes – e o resultado é um banho de água fria em quem pretendia tirar férias em certo destino de esqui…
A NOVA RIVIERA
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