Quando o sonho acaba: Ibovespa fica a reboque de Wall Street em dia de agenda fraca
Investidores monitoram Fórum Econômico Mundial, decisões de Donald Trump e temporada de balanços nos EUA e na Europa

Abandonar um sonho é uma decisão de grande impacto sobre quem a toma. Oswaldo Montenegro provavelmente tem uma canção sobre isso, mas a memória me falha e o Google não ajuda.
O fato é que, seja na vida pessoal, na profissional ou no mundo dos negócios, a desistência raramente é impulsiva quando envolve sonhos de uma vida inteira.
A decisão exige profunda reflexão quanto às perdas e ganhos, que podem ser emocionais, morais, financeiros ou de outra ordem.
Quando um sonho começa a se dissolver, os primeiros sintomas costumam ser de impotência e frustração. Depois, é comum passar à fase de encontrar culpados.
No entanto, à medida que a situação amadurece e o sonho se aproxima do fim, a razão passa a falar mais alto.
Embora não seja bem vista por quem fica de fora de um sonho compartilhado ou observa à distância, a desistência tem potencial libertador. A vida pode, enfim, seguir seu fluxo. Tanta energia pode ser direcionada a outros objetivos.
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Antes que o texto comece a ganhar ares de autoajuda barata, há um motivo para essa divagação: o fim do “sonho grande” da Cosan.
Na semana passada, a holding de Rubens Ometto vendeu sua participação na Vale. A intenção inicial era desempenhar um papel ativo na gestão da mineradora.
No entanto, em meio a uma prolongada queda de braço pelo comando da Vale, essa ambição não se materializou.
Simultaneamente, o impacto da alta dos juros sobre a dívida da Cosan obrigou a companhia a tomar uma decisão.
Pouco mais de dois anos depois de investir R$ 17 bilhões na Vale, a Cosan vendeu sua fatia com uma perda próxima de R$ 8 bilhões.
Voltando ao campo onírico, sei de muita gente que sonha em viver de renda.
Nesse sentido, os investidores conservadores tendem a preferir manter a maior parte ou a totalidade das suas reservas em ativos de renda fixa pós-fixada (indexada à Selic ou ao CDI), de baixíssima volatilidade e com liquidez diária.
A ideia é poupar, mas manter o dinheiro disponível para resgate a qualquer momento.
A modalidade pode ser adequada para uma reserva de emergência, mas não serve quando a intenção é buscar rentabilidade por prazos mais longos.
Sem se dar conta, o investidor acaba deixando dinheiro na mesa — e não é pouco.
Cálculos feitos por Rafael Winalda, analista do banco Inter, mostram que a diferença de valor acumulado entre um CDB com rendimento de 100% do CDI com liquidez diária e outro sem liquidez diária com prêmio de 2% alcança valores exorbitantes à medida que os prazos se alongam.
O resultado desses cálculos você confere na reportagem da Julia Wiltgen.
Nos mercados financeiros, diante da agenda fraca, o Ibovespa tende a seguir nos embalos de Wall Street.
Lá fora, além do Fórum Econômico Mundial, os investidores monitoram as decisões de Donald Trump e o andamento da temporada de balanços nos Estados Unidos e na Europa.
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ENQUANTO AS TARIFAS NÃO CHEGAM
Trump vira assunto em Davos: o recado da China e a reação internacional em um dos fóruns mais respeitados do mundo. O novo chefe da Casa Branca deve participar do evento na quinta-feira (23), mas já recebeu algumas cutucadas de líderes ao redor do mundo.
TROCA DE CONTROLADORA
CMA CGM recebe autorização prévia para tornar-se controladora da Santos Brasil (STPB3), mas vai precisar remunerar os credores. Francesa comprou a parte da empresa portuária que pertencia à gestora Opportunity.
NO TOPO MAIS UMA VEZ
Do lado de Apple e Google: Itaú (ITUB4) é a marca brasileira mais valiosa do mundo pela 8ª vez seguida; apenas um outro banco nacional está no ranking. Estudo da Brand Finance aponta que apenas duas instituições da América do Sul estão entre as 500 marcas mais valiosas do mundo; ambas são brasileiras.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Caso Mover: Justiça suspende cobrança do Bradesco BBI e protege ações da CCR (CCRO3) durante Stay Period. O banco enviou uma notificação para cobrar dívidas da Mover, antiga Camargo Corrêa, com a possível transferência de 281,5 milhões de ações.
ANTES TARDE DO QUE NUNCA
Após adiar balanço, AgroGalaxy (AGXY3) divulga prejuízo bilionário no 3T24 e ação cai forte na B3. A expectativa era que o resultado saísse em dezembro, mas a companhia atribuiu o atraso ao processo de reestruturação interna após o pedido de recuperação judicial.
EM BAIXA
Tesla perde 26% do valor de marca em 2024 e é superada por duas concorrentes; consultoria ‘culpa’ a postura pública de Elon Musk. Ranking anual feito pela Brand Finance leva em conta como a reputação da marca é percebida pelos consumidores.
NÃO SEI NÃO
Vai decolar? Desconfiança de aprovação da fusão da Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) pelo Cade faz ações caírem. Durante o dia, ações da GOLL 4 e da AZUL4 caíram na bolsa. Já no fim do pregão, os papéis da Gol haviam se recuperado, fechando o dia estáveis. As ações da Azul encerraram com queda de 1,15%, a R$ 4,30.
NOVO PLANO
Tenda (TEND3) anuncia recompra de até 176,3 mil ações; entenda o que significa para os investidores. O anúncio da recompra de ações vem na esteira do cancelamento de outro programa aprovado pela Tenda (TEND3) há uma semana.
NOVA DIRETORIA
Vivara (VIVA3) anuncia novo CFO e ‘tranquiliza’ investidores após meses de incerteza na direção executiva; ação tem recuperação modesta. O CEO Ícaro Borrello continua, temporariamente, como CFO interino da companhia.
Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
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