O que não mata, engorda o bolso: por que você deveria comprar ações de “empresas sobreviventes”
Em um país que conta com pelo menos uma crise a cada dez anos, uma companhia ter muitas décadas de vida significa que ela já passou por tantas dificuldades que não é uma recessãozinha ou uma Selic de 15% que vai matá-la

O que não mata te deixa mais forte – ou, na versão caipira, que é a minha preferida, “o que não mata engorrrda”. Não, essa não virou uma coluna de autoajuda, embora talvez esteja mais fácil ganhar uns trocados vendendo livros do que com a ações na bolsa brasileira ultimamente.
Brincadeiras à parte, a frase de Nietzsche é parte fundamental em meu processo de escolha de uma ação.
Toda vez que começo a analisar uma empresa, faço as seguintes perguntas: essa empresa já passou por dificuldades em sua história? Ela se saiu bem nesse desafio? Melhor do que as rivais?
É óbvio que o processo de análise é bem mais complexo que isso, mas eu garanto que só com essas perguntas você já conseguiria eliminar facilmente mais da metade das suas candidatas.
- VEJA MAIS: Onde investir em março? Analistas recomendam as melhores ações, fundos imobiliários, BDRs e criptomoedas para este mês
Longevidade é um bom sinal para as ações
Se você olhar para a carteira da série Vacas Leiteiras, verá algo em comum: todas as empresas ali possuem, no mínimo, décadas de história – algumas são centenárias, inclusive.
Em um país que conta com pelo menos uma crise a cada dez anos e onde a maioria das empresas não consegue passar dos cinco anos, uma companhia ter muitas décadas de vida significa que ela já passou por tantas dificuldades que não é uma recessãozinha ou uma Selic de 15% que vai matá-la.
Leia Também
Na verdade, o que costumamos ver nessas empresas é exatamente o contrário. Elas estão vivas porque têm disciplina e habilidade de identificar com antecedência os períodos de dificuldade, freando investimentos e protegendo o caixa.
Um exemplo recente é a Gerdau, que recebeu críticas de vários analistas nos últimos anos por distribuir menos dividendos do que poderia (aliás, escrevi sobre isso e você pode conferir aqui).
Dois anos depois, o setor siderúrgico vive uma de suas maiores crises por conta da importação do aço chinês, e se a companhia tivesse cedido aos interesses do mercado, provavelmente estaria em dificuldades financeiras agora.
Apenas como curiosidade, sabe quantos anos de história tem a Gerdau? Mais de 120!
ONDE INVESTIR EM MARÇO: Dividendos | Selic e perspectiva ruim do mercado podem afetar carteira?
Concorrência fragilizada: hora de aproveitar
Quando a crise passa e boa parte do setor está fragilizado, essas companhias tradicionais conseguem abocanhar uma parcela ainda maior do mercado, fazendo aquisições por múltiplos muito baixos que se traduzem em aumento do lucro para os seus acionistas. A SLC Agrícola usou exatamente essa mesma estratégia poucos dias atrás.
Os produtores brasileiros de grãos (soja, milho, algodão, etc) passaram por um ano muito difícil, com a sobreoferta jogando os preços para baixo enquanto quebras de safra afetaram a produção no Brasil.
Com muita experiência adquirida ao longo de sua história, a SLC segurou os investimentos e agora que a concorrência passa por dificuldades está indo às compras.
Ao longo de 2024, a companhia realizou várias pequenas aquisições, e na semana passada anunciou o maior M&A de sua história ao comprar a Sierentz.
Além de agregar 13% de área ao seu portfólio, o múltiplo do negócio ficou abaixo de 3x valor da firma/Ebitda, um preço excelente para as ações e que só foi possível por causa das dificuldades do setor.
Na verdade, esse foi o grande motivo pelo qual inserimos SLC na carteira, porque, historicamente, a empresa se aproveita muito bem dos períodos de baixa das commodities agrícolas para fazer aquisições baratas. E quando o ciclo melhora, ela consegue capturar tanto a alta dos preços como de volume.
Por menos de 5x valor da firma/Ebitda, e com o preço dos grãos próximos do fundo, a companhia está construindo um portfólio de terras robusto, que resultará em um ótimo crescimento de lucros e dividendos no futuro.
Para falar a verdade, com a melhora da produtividade da soja em 2025, já esperamos um avanço nos resultados deste ano. Mas quem tem paciência para esperar a melhora do preço dos grãos, tende a colher ótimos ganhos nessa posição.
É por isso que SLC também está na série Vacas Leiteiras, que você pode conferir aqui.
Um abraço e até a próxima semana!
Ruy
Dividendos e JCP: Magazine Luiza (MGLU3) e TIM (TIMS3) vão depositar mais de R$ 700 milhões na conta dos acionistas
A festa de proventos da bolsa brasileira acaba de receber mais dois nomes de peso; saiba como ter direito às remunerações e quando receber os dividendos
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Goldman Sachs de saída da Oncoclínicas? Banco vende maior parte da fatia em ONCO3 para gestora de private equity; operação reacende discussão sobre OPA
O banco norte-americano anunciou a venda de 102.914.808 ações ordinárias ONCO3, representando 15,79% do capital social total da Oncoclínicas
Investir em Petrobras ficou mais arriscado, mas ainda vale a pena colocar as ações PETR4 na carteira, diz UBS BB
Mesmo com a visão positiva, o UBS BB cortou o preço-alvo para a petroleira estatal, de R$ 51,00 para os atuais de R$ 49,00
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Sem OPA na Oncoclínicas (ONCO3): Empresa descarta necessidade de oferta pelas ações dos minoritários após reestruturação societária
Minoritários pediram esclarecimentos sobre a falta de convocação de uma OPA após o Fundo Centaurus passar a deter uma fatia de 16,05% na empresa em novembro de 2024
Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’
O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso
Bolão fatura sozinho a Mega-Sena, a resposta da XP às acusações de esquema de pirâmide e renda fixa mais rentável: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro
Loterias da Caixa Econômica foram destaque no Seu Dinheiro, mas outros assuntos dividiram a atenção dos leitores; veja as matérias mais lidas dos últimos dias
Engie Brasil (EGIE3) anuncia compra usinas hidrelétricas da EDP por quase R$ 3 bilhões — e montante pode ser ainda maior; entenda
O acordo foi firmado com a EDP Brasil (ENBR3) e a China Three Gorges Energia, com um investimento total de R$ 2,95 bilhões
AgroGalaxy (AGXY3) adia outra vez balanço financeiro em meio à recuperação judicial
A varejista de insumos para o agronegócio agora prevê que os resultados do quarto trimestre de 2024 serão divulgados em 22 de abril
Dividendos e JCP pingando na carteira: Rede D’Or (RDOR3) e outras 4 empresas anunciam mais de R$ 1 bilhão em proventos
Além do gigante hospitalar, a Localiza, Grupo Mateus, Track & Field e Copasa anunciaram JCPs e dividendos; saiba como receber
Por que a ação da Casas Bahia (BHIA3) salta 45% na B3 na semana, enquanto outra varejista desaba 18%?
A ação da varejista acumulou uma valorização estelar superior a 45% nos últimos pregões; entenda o movimento
Fundador do Nubank (ROXO34) volta ao comando da liderança. Entenda as mudanças do alto escalão do banco digital
Segundo o banco digital, os ajustes na estrutura buscam “aumentar ainda mais o foco no cliente, a eficiência e a colaboração entre países”
Ação da Petz (PETZ3) acumula queda de mais de 7% na semana e prejuízo do 4T24 não ajuda. Vender o papel é a solução?
De acordo com analistas, o grande foco agora é a fusão com a Cobasi, anunciada no ano passado e que pode ser um gatilho para as ações
Ozempic na versão brasileira: ação da Hypera (HYPE3) sobe forte após balanço, e remédio para emagrecimento ajuda
Farmacêutica planeja entrar na onda das injeções para emagrecimento tão logo expire a patente do remédio, o que deve acontecer daqui a um ano
Ambipar (AMBP3): CVM manda gestora lançar oferta por ações após disparada sem precedentes na B3
CVM entendeu que fundos que têm como cotista o empresário Nelson Tanure atuaram em conjunto com o controlador da Ambipar na compra em massa que resultou na disparada das ações na B3
Hora de comprar: o que faz a ação da Brava Energia (BRAV3) liderar os ganhos do Ibovespa mesmo após prejuízo no 4T24
A empresa resultante da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta reverteu um lucro de R$ 498,3 milhões em perda de R$ 1,028 bilhão entre outubro e dezembro de 2024, mas bancos dizem que o melhor pode estar por vir este ano
Agora vai, Natura (NTCO3)? Mercado não “compra” a nova reestruturação — mas ações tomam fôlego na B3
O mercado avalia que a Natura vivencia uma verdadeira perda, dada a saída de um executivo visto como essencial para a resolução da Avon. O que fazer com as ações NTCO3 agora?
Efeito Starbucks? Zamp (ZAMP3) tomba 11% na bolsa; entenda o que impactou as ações da dona do Burger King e do Subway
Empresa concluiu aquisição de Starbucks e Subway no Brasil no quarto trimestre e trocou de CEO no mês passado