China mal das pernas? Conglomerado pede falência por não conseguir pagar dívidas e coloca Xi Jinping nas cordas
Não bastasse os problemas com o setor imobiliário, agora o líder chinês vai ter que travar uma batalha contra um outro segmento que ainda pode trazer muita dor de cabeça para Pequim
A segunda maior economia do mundo entrou em 2024 com um mar de promessas de investimento — e não foi à toa: a lista de problemas que podem atrapalhar a expansão da China só aumenta. Agora, um conglomerado pediu falência, colocando o presidente Xi Jinping nas cordas.
O Zhongzhi Enterprise Group entrou com pedido de falência na sexta-feira (5). O conglomerado, que atua como shadow bank, alegou que não tem capacidade de honrar dívidas e não tem ativos suficientes para esses débitos.
Os shadow banks na China operam reunindo as poupanças das famílias e das empresas para oferecer empréstimos para investir em imóveis, ações, títulos e commodities.
A principal questão é que empresas como a Zhongzhi financiaram grandes promotores do setor imobiliário chinês — que vem dando uma dor de cabeça tremenda para o governo de Xi Jinping.
O caso Zhongzhi
A Zhongzhi já havia alertado sobre sua difícil situação financeira em agosto do ano passado, quando a imprensa estrangeira informou que a empresa havia informado aos investidores que estava enfrentando uma crise de liquidez.
Em novembro, o conglomerado declarou insolvência em uma carta aos investidores. Pouco depois, a polícia de Pequim iniciou uma investigação sobre a situação do shadow bank endividado.
A DINHEIRISTA - FUI AMANTE DE UM HOMEM RICO E ELE MORREU. NÃO TEMOS FILHOS. TENHO DIREITOS, DINHEIRISTA?
O efeito sobre as bolsas
Os especialistas já alertam que o pedido de falência do Zhongzhi pode prejudicar a confiança geral do mercado — ainda que os credores da empresa sejam majoritariamente pessoas ricos e não instituições financeiras.
Segundo o Commerzbank, essa situação poderia renovar as preocupações sobre a indústria fiduciária e pode trazer implicações mais amplas e significativas para a indústria imobiliária, que já está em dificuldades.
Hoje, o resultado foi a queda de 1,2% do CSI 300. O índice mais amplo da bolsa chinesa passou boa parte da tarde pressionado pelos papéis do setor imobiliário.
Já as ações de empresas imobiliárias listadas em Hong Kong, como Logan Group, China Vanke, Sunac e Longfor Group, recuaram entre 2% e 4%.
- Leia também: O dia do acerto de contas chegou? A previsão do FMI para a China coloca a segunda maior economia do mundo em xeque
China fecha o cerco às sombras
O governo da China tem tentado nos últimos anos limitar o rápido crescimento da dívida não bancária emitida pelos shadow banks.
Os maiores bancos da China são estatais, o que torna mais difícil para as empresas não estatais recorrerem aos bancos tradicionais para financiamento — o que ajudou a estimular o aumento dos “bancos paralelos”.
O enorme setor imobiliário do país também foi pego no meio de uma repressão aos shadow banks — que eram utilizados por empresas do segmento para comprar terrenos dos governos locais.
A crise imobiliária na China: a pedra no sapato de Xi
A crise imobiliária da China tem sido uma verdadeira pedra no sapato de Xi Jinping.
O mercado imobiliário do país vem sendo atormentado por uma crise de dívida desde 2020, com gigantes como Evergrande e Country Garden lutando para pagar as dívidas — os fluxos de caixa secaram, em grande parte, devido à queda nas vendas de casas.
O crescimento das vendas de casas e dos preços permaneceu lento, mas Pequim deu início a uma desalavancagem mais ampla do até então inchado setor imobiliário — que representa direta e indiretamente cerca de um terço das atividades econômicas da China.
*Com informações da CNBC
Xi Jinping na Rússia: o presidente da China está disposto a pagar o preço pela lealdade de Putin?
O líder chinês iniciou nesta quinta-feira (16) uma visita de Estado de dois dias à Rússia e muito mais do que uma parceria comercial está em jogo, mas o momento para Pequim é delicado
Os juros continuarão altos nos EUA? Inflação de abril traz alívio, mas Fed ainda tem que tirar as pedras do caminho
O índice de preços ao consumidor norte-americano de abril desacelerou para 3,4% em base anual assim como o seu núcleo; analistas dizem o que é preciso agora para convencer o banco central a iniciar o ciclo de afrouxamento monetário por lá
Boas notícias para Milei: Argentina tem inflação de um dígito e Banco Central promove corte de juros maior que o esperado
Os preços tiveram alta de 8,8% em abril, em linha com o esperado pelo mercado, que estimavam um avanço de preços entre 8% e 9%
A vingança da China: EUA impõem pacote multibilionário de tarifas a carros elétricos chineses e Xi Jinping quer revanche
O governo chinês disse que o país tomaria medidas resolutas para defender os seus direitos e interesses e instou a administração Biden a “corrigir os seus erros”
Vitória para Milei: FMI anuncia novo acordo para desembolsar quase US$ 1 bi em pacote de ajuda à Argentina
Segundo o fundo, a Argentina apresenta “desempenho melhor que o esperado”, com queda na inflação, reconstrução da credibilidade, programas de consolidação fiscal, entre outros
Em busca de capital estrangeiro, Macron atrai gigantes como Amazon para impulsionar investimentos na França
O presidente francês garantiu investimentos da Amazon, Pfizer e Astrazeneca, enquanto Morgan Stanley prometeu adicionar empregos no país
Guerra dos chips: Coreia do Sul anuncia pacote de mais de US$ 7 bilhões para a indústria de semicondutores
O ministro das Finanças sul-coreano, Choi Sang-mok, disse que o programa poderia incluir ofertas de empréstimos e a criação de um novo fundo
A fúria de Biden contra a China: EUA preparam tarifaço sobre carros elétricos e energia solar — nem equipamentos médicos vão escapar
O anúncio completo, previsto para terça-feira (14), deve manter as tarifas existentes sobre muitos produtos chineses definidas pelo ex-presidente norte-americano, Donald Trump
Uma resposta a Israel? Assembleia da ONU aprova por maioria esmagadora mais direitos aos palestinos
O projeto de resolução também apela ao Conselho de Segurança que reconsidere favoravelmente o pedido dos palestinos para a adesão plena à organização
Não vai parar: Netanyahu resiste à pressão dos EUA e diz que Israel lutará sozinho contra o Hamas
A sinalização vem depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que cortará o suprimento de alguns itens militares para Israel por conta da ofensiva em Rafah
Leia Também
-
Xi Jinping na Rússia: o presidente da China está disposto a pagar o preço pela lealdade de Putin?
-
‘100 milhões é pouco, é só 1,25% da população global’: o que vem a seguir para o Nubank (ROXO34), segundo o CEO, David Vélez
-
Quando o Nubank (ROXO34) vai pagar dividendos? CFO diz o que o banco digital pretende fazer com os lucros
Mais lidas
-
1
O que fazer com as ações da Petrobras (PETR4) agora? Saiba se é hora de vender ou se a queda abriu oportunidade
-
2
Ex-colega de Campos Neto no BC, gestor da Itaú Asset aposta em Copom mais rígido com os cortes na Selic daqui para frente
-
3
‘100 milhões é pouco, é só 1,25% da população global’: o que vem a seguir para o Nubank (ROXO34), segundo o CEO, David Vélez