🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

DE OLHO NO AGRO

Como ficam as ações das empresas do agronegócio na B3 que atuam no RS após a tragédia climática no Estado?

Para analistas, empresas como Camil (CAML3) e 3tentos (TTEN3) podem compensar eventuais perdas com a alta dos preços em razão da restrição da oferta

Camille Lima
Camille Lima
20 de maio de 2024
6:22 - atualizado às 10:16
Empresas do agronegócio na B3
Empresas do agronegócio na B3 - Imagem: Reprodução / Canva Pro / Montagem Seu Dinheiro

Catástrofe climática e humanitária que entrou para a história do Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul já começam a sinalizar os primeiros efeitos sobre a economia. Para analistas, os impactos devem ser sentidos principalmente na inflação — resultado de uma pressão adicional à oferta de commodities

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Afinal, o Rio Grande do Sul responde por cerca de 70% da oferta de arroz do Brasil. Já em relação à soja, a expectativa é que a região fosse responsável por 15% da produção brasileira na safra 2023/2024. Enquanto isso, o Estado detém cerca de 11% da produção de aves e em torno de 17% da oferta de suínos no Brasil. 

De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), os prejuízos financeiros causados ​​à agricultura e pecuária pelas chuvas na região já ultrapassam a marca de R$ 2 bilhões.

Na avaliação do Itaú BBA, as enchentes podem impactar o crescimento do produto interno bruto (PIB) do país em 2024 em 0,3 ponto percentual — especialmente devido aos impactos na safra de soja e sobre a indústria, com alguma destruição de capacidade instalada.

Já para a inflação, os analistas projetam alta dos preços, especialmente devido ao choque de oferta de arroz e soja, além de outros alimentos in natura. O banco destaca que os riscos são “mais acentuados no caso do arroz que da soja, que conta com um quadro global de oferta mais confortável”. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com o BTG Pactual, ainda é cedo para mensurar com certeza o impacto das chuvas extremas no Estado. Mas uma coisa é clara para o banco: dada a relevância da região para a produção de arroz, soja e proteína do país, é evidente que vêm consequências pela frente, especialmente no bolso do consumidor. 

Leia Também

O impacto econômico também deve se refletir para o investidor na bolsa, que conta com várias empresas do agronegócio listadas com operações no Rio Grande do Sul. Entre elas, estão nomes como Camil (CAML3), 3tentos (TTEN3), BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3)

Nesta reportagem, o Seu Dinheiro traz as projeções de analistas para as companhias e o setor como um todo.

Agronegócio: impactos nas colheitas e carnes

Para o Santander, cerca de 6 milhões de toneladas de grãos podem estar ameaçadas, em especial, as culturas de soja, milho e arroz. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A cultura do arroz é a mais preocupante, pois a produção de arroz do estado representa cerca de 70% da produção nacional”, afirmam os analistas.

Enquanto isso, para a soja, como a maior região produtora não deve ser a mais afetada pelas enchentes, as estimativas iniciais atualmente variam de cerca de 1 a 2 milhões de toneladas perdidas — correspondente a apenas 1% da produção do Brasil.

Segundo o BTG Pactual, apesar das perdas de colheita dos grãos, os impactos não devem ser “necessariamente dramáticos demais”. “Não só a maior parte da oferta parece garantida, mas as importações poderão eventualmente compensar parte do déficit.”

Porém, como a produção de grãos é sazonal e acontece apenas uma vez por ano, os preços mais elevados podem perdurar até o início da próxima colheita e a reposição dos estoques, de acordo com os analistas. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para além das colheitas de soja e arroz, o agronegócio também deve vivenciar impactos do lado da produção de aves e suínos no Rio Grande do Sul — especialmente na questão de cadeia de abastecimento e restrições de trabalho na região.

A Emater, representante do serviço oficial de extensão rural do Rio Grande do Sul, informou que além dos danos provocados nas safras de grãos, o Estado registrou impactos significativos nas pastagens, morte de animais e interrupção da produção leiteira. 

A empresa destacou ainda danos em infraestruturas, com destruição de estradas, pontilhões e pontes, o que deve dificultar a logística de transporte da produção. “Algumas infraestruturas de armazenagem de grãos também foram danificadas, o que pode afetar a produção colhida anteriormente.”

Segundo análise da XP Investimentos, existe a possibilidade de casos específicos de inadimplência em agricultores localizados nas regiões mais afetadas do Estado, que “deverão enfrentar dificuldades devido às perdas de safra”, ainda que a safra 2023/2024 seja a maior da história do RS.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Camil (CAML3) e 3tentos (TTEN3): impulso do aumento dos preços

Principal produtora de arroz do Brasil, a Camil (CAML3) é uma das potenciais beneficiadas da escalada dos preços da commodity agrícola — que deve se estender por mais algum tempo devido à oferta limitada.

“Dada a importância do estado na produção de arroz, vemos um impacto plausível dos aumentos de preços, que historicamente beneficiam a Camil, traduzindo-se em melhores margens”, avalia a XP Investimentos.

E o desempenho das ações na bolsa brasileira já sinaliza esse cenário. As ações da Camil (CAML3) dispararam 23% em um mês — com uma valorização superior a 6% só nos últimos cinco dias.

“Nós somos compradores de Camil, já que continuamos a ver uma sólida história de crescimento financeiro, com novas categorias amadurecendo e margens convergindo para níveis históricos”, escreve o BTG.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Procurada pelo Seu Dinheiro, a assessoria da Camil (CAML3) afirmou que as operações da empresa no Rio Grande do Sul “não foram impactadas pelas chuvas, até o momento”.

“Apesar das limitações logísticas que se apresentam, estamos mantendo o abastecimento do arroz e do feijão no varejo do estado e das demais regiões do país”, disse a empresa, em nota.

Recentemente, o diretor financeiro da companhia, Flávio Vargas, afirmou que aproximadamente 85% da safra do arroz produzido no Rio Grande do Sul já estava colhida antes das fortes chuvas, com a produção concentrada na indústria ou nos armazéns de produtores. 

“Nossa avaliação preliminar é de baixo impacto do fenômeno climático na produção de arroz gaúcho em virtude da colheita avançada”, disse Vargas, em entrevista ao Broadcast Agro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Porém, há uma dificuldade de abastecimento do arroz produzido na região no curto prazo devido às questões logísticas de escoamento. "O maior desafio de atendimento é na região ao norte de Porto Alegre, por conta de rodovias bloqueadas.”

Do lado da soja, a 3tentos (TTEN3) apresenta uma situação parecida. Apesar do cenário grave enfrentado no Rio Grande do Sul, as indústrias da companhia em Ijuí e em Cruz Alta — que representam cerca de 60% da capacidade de esmagamento de soja da empresa em 2024 — seguem operando normalmente. 

Em relação às unidades comerciais, duas lojas localizadas em Santa Maria e em Cachoeira do Sul registraram episódios de acúmulos de água. Entretanto, a empresa afirmou que não houve comprometimento de estruturas ou estoques. 

Enquanto isso, as outras 53 unidades comerciais seguem operando sem avarias ou prejuízo, ainda de acordo com a companhia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O principal gargalo deve ser visto na logística, segundo a XP, já que a quantidade de estradas fechadas ou inoperantes pode afetar potencialmente as vendas de biodiesel e farelo de soja.

Na avaliação do BTG Pactual, considerando o avanço da colheita da soja, a originação de grãos ainda poderá acontecer em condições mais competitivas que no ano passado, segundo os analistas. O banco manteve recomendação de compra das ações TTEN3.

BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3): os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul

Enquanto isso, do lado das empresas de proteínas, a BRF (BRFS3) e a JBS (JBSS3) podem ser as principais impactadas de forma negativa pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Isso porque os efeitos sobre a cadeia de abastecimento e as restrições de trabalho podem levar a perdas nos rebanhos já em produção, ineficiências na conversão alimentar e na gestão de inventários. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vale destacar que, como as proteínas são produzidas durante o ano inteiro, a produção total deverá normalizar assim que as restrições provocadas pelas cheias no Rio Grande do Sul forem resolvidas. 

“Isto provavelmente faria com que o impacto sobre os preços fosse menor do que no caso das culturas de cereais e concentrado no curto prazo”, afirma o BTG. 

Segundo a imprensa, a BRF (BRFS3) e a Seara, da JBS (JBSS3), têm instalações de produção no Rio Grande do Sul que teriam enfrentado restrições, mas já retomaram as operações.

Além disso, como as empresas possuem diversificação geográfica em outros estados do Brasil e no exterior, a cadeia de produção também deve vivenciar efeitos limitados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na avaliação da XP Investimentos, o principal desafio para os frigoríficos é a logística, tanto no transporte de animais e rações, como nas vendas internas e externas.

“Acreditamos que empresas com mais usinas e maior poder de arbitragem, como BRF e Seara, podem mitigar os impactos ou até mesmo se beneficiar de potenciais aumentos de preços”, escrevem os analistas.

Na avaliação de um gestor de fundos com posição em BRF, se outros produtores menos capitalizados de aves e suínos no Rio Grande do Sul também reduzirem o nível de produção no Estado, os preços das proteínas podem subir ainda mais no resto do Brasil. Assim, empresas como a JBS e a própria dona da Sadia e Perdigão poderiam compensar eventuais perdas.

“Os eventos no Rio Grande do Sul também mostram que a BRF é um ativo único. Como a empresa tem planta espalhada no Brasil inteiro, ela consegue mandar produção para outros lugares e enviar proteína de outro lugar para o RS. Isso é algo difícil de reproduzir em qualquer lugar”, afirmou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ACORDO BILIONÁRIO

Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner 

5 de dezembro de 2025 - 14:44

Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses

BRIGA ACALORADA

A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?

5 de dezembro de 2025 - 13:50

Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem

ENVOLVIDO NAS INVESTIGAÇÕES

Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito

5 de dezembro de 2025 - 11:12

O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência

ATENÇÃO,

Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações

4 de dezembro de 2025 - 20:28

A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos

FUMAÇA

Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões

4 de dezembro de 2025 - 16:40

No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono

VAI ESTOURAR?

Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real

4 de dezembro de 2025 - 15:26

Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha

ÁGUA NO CHOPE

Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG

4 de dezembro de 2025 - 13:24

A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher

VAI RECORRER

Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%

4 de dezembro de 2025 - 12:40

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”

SEGURADORAS

De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha

4 de dezembro de 2025 - 11:32

Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO

FATURA PAGA OU NÃO PAGA?

Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas

4 de dezembro de 2025 - 11:16

Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema

DÍVIDAS

Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP

4 de dezembro de 2025 - 9:47

Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras

NÃO É SÓ PELO MINÉRIO

Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado

3 de dezembro de 2025 - 19:42

Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora

APOSTANDO EM TUDO

O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo

3 de dezembro de 2025 - 15:40

A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo

EM FAVOR DA OPA

Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor

3 de dezembro de 2025 - 14:45

O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia

FINTECH GIGANTE

Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central

3 de dezembro de 2025 - 12:34

Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização

ESTREANTES NO MERCADO

Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026

3 de dezembro de 2025 - 11:23

A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026

EFEITOS DA CRISE

Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial

3 de dezembro de 2025 - 10:54

A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras

FORTUNA BILIONÁRIA

A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava

3 de dezembro de 2025 - 10:21

Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas

NADA DOCE, SÓ AZEDO

UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?

2 de dezembro de 2025 - 18:08

O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura

CAPEX E PRODUÇÃO

Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora 

2 de dezembro de 2025 - 17:01

A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar