Sem compromisso com novos cortes na taxa Selic, diretor de política monetária do BC diz que Copom está “aberto às possibilidades”
Vale relembrar que o colegiado decidiu eliminar o “forward guidance” da comunicação no encontro mais recente, em maio. A próxima reunião está marcada para 18 e 19 de junho
![corte selic copom](https://media.seudinheiro.com/uploads/2023/09/corte-selic-copom-715x402.jpg)
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira que o Comitê de Política Monetária (Copom) chegará à sua próxima reunião, de 18 e 19 de junho, "aberto às possibilidades" para a taxa Selic.
O colegiado decidiu eliminar o "forward guidance" da comunicação no encontro mais recente, de maio.
Em palestra na final da Olimpíada Brasileira de Economia, em São Paulo, Galípolo elogiou as explicações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre os trade-offs que a autoridade monetária tem de considerar.
"Muitas vezes os dados não estão indicando para o mesmo lado e é a composição que estamos analisando e é por isso que estamos indo sem um guidance para a próxima reunião, abertos às possibilidades que existem", afirmou Galípolo. "A intenção é justamente não fornecer nenhum tipo de guidance."
O diretor lembrou que as condições financeiras do Brasil se apertaram depois da decisão do Copom de maio, quando a taxa Selic foi reduzida em 0,25 ponto porcentual, para 10,5%.
Ele também destacou que o crescimento da economia vem surpreendendo positivamente, mas evitou uma avaliação sobre se isso responde ou não a um aumento do PIB potencial. Segundo o diretor, ainda é difícil observar um crescimento de produtividade em alguns setores compatível com essa elevação.
- Analista recomenda títulos que podem render bem mais do que o IPCA e do que CDI. Baixe o relatório gratuito aqui.
Além da Selic, Galípolo afasta rumores de racha no BC
O diretor de Política Monetária do BC também fez um esforço para afastar a sensação de que haveria um racha na diretoria da autoridade monetária após a última reunião do Copom para definir os rumos da Selic.
Galípolo afirmou que, embora entenda a simbologia e a semiótica transparecida no último encontro, seria importante "deixar claro" que não houve uma discussão antagônica entre os diretores.
"E quem trabalha com modelos similares ao do BC sabe que 25 pontos-base estão dentro do intervalo de confiança, é uma discussão quase esotérica para inflação, o que não quer dizer que não tenha valor", disse o diretor da autoridade monetária.
Ele voltou a falar do peso do "forward guidance" na decisão de quem votou pela redução de 0,5 ponto porcentual da Selic, pontuando que os diretores mais antigos estão na "volta da vitória", desfrutando de uma credibilidade conquistada nos últimos anos que eventualmente não os vincularia a "entregar o guidance", o que não necessariamente aconteceria com os novos integrantes do BC.
"Se eu acreditar que é verdade o que vemos e lemos, a partir da autonomia, cada diretor vai ser analisado de forma individual", disse Galípolo, pontuando que isso pode provocar diferenças marginais como "aconteceu agora".
- LEIA TAMBÉM: Títulos de renda fixa ‘premium’ estão chamando a atenção dos investidores em meio à queda da Selic; veja como capturar taxas de até IPCA + 7,1%
Argumentou, contudo, que seria equivocado entender que houve um trade off entre o compromisso com a guidance e o compromisso com a meta de inflação - que está "colocado", garantiu.
Galípolo também reconheceu ser curioso que, segundo ele, passe mais tempo defendendo o voto dos diretores que foram favoráveis a uma redução menor da taxa de juros, argumentando que há muito valor no consenso.
"Vejo muito valor no consenso não só por questão conjuntural, é menos fácil errar em nove do que errar sozinho. Todas as vezes temos diálogos francos, honestos. É um volume imenso de informações", disse o diretor, pontuando que ninguém teria se surpreendido com o seu voto ou com o do presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Como os trens do Rio de Janeiro se transformaram em uma dívida bilionária para a Supervia que o BNDES vai cobrar na Justiça
O financiamento foi concedido à concessionária em 2013, para apoiar a concessão do serviço de transporte via trens urbanos na região metropolitana do estado
Lula sanciona criação de título de renda fixa isento de IR para pessoa física para estimular indústria
O projeto apresentado pelo governo federal que institui a LCD foi aprovado neste ano pelo Congresso Nacional
Casa própria ameaçada no Minha Casa Minha Vida? Com orçamento pressionado, governo deve voltar a apertar regras e limitar financiamentos de imóveis usados
O governo estuda alterar as regras para priorizar o financiamento de imóveis novos
Mega-Sena acumula e Lotofácil faz mais um milionário, mas o maior prêmio da noite vem de outra loteria
Enquanto a Mega-Sena e a Quina “se fazem” de difíceis, a Lotofácil continua justificando o nome e distribuindo prêmios na faixa principal
Tributação dos super ricos é prioridade para o Brasil, diz Haddad na reunião do G20
Cooperação internacional é a aposta da área financeira nesta edição do encontro das 20 maiores economias do mundo
Compras na internet: como a “fraude amigável” está gerando um prejuízo de US$ 100 bilhões por ano para o varejo dos EUA
O golpe acontece quando o consumidor faz uma compra na internet com cartão de crédito e, quando recebe o produto ou serviço, solicita o estorno
A privatização da Sabesp (SBSP3) não foi suficiente? Tarcísio agora fala em vender a Petrobras (PETR4) e o Banco do Brasil (BBAS3), mas não tem a caneta
O governador de São Paulo acredita que há espaço para avançar nas privatizações de companhias estatais no Brasil inteiro
Eleições nos EUA não devem afetar relações com o Brasil, diz Haddad; ministro busca parceiros ‘além da China’ e fala em acordos com União Europeia
Haddad destacou que não existe transformação ecológica sem novos instrumentos financeiros e cita os ‘green bonds’ do governo
Depois de mais de 2 anos encalhada, loteria mais difícil de todos os tempos sai pela primeira vez e paga o segundo maior prêmio da história
Abandonado numa caderneta de poupança, o segundo maior prêmio individual da história das loterias no Brasil renderia cerca de R$ 1,5 milhão por mês
Banco Central vai seguir na regulação independente do PL sobre os criptoativos, diz técnico da autoridade monetária
Segundo Nagel Paulino, BC pretende concluir a sua estratégia regulatória de criptoativos até o início de 2025