Em decisão não unânime, Copom abandona a própria sinalização e corta Selic em apenas 0,25 ponto, para 10,50% ao ano
Postura mais conservadora do colegiado já era esperada por boa parte do mercado, mas possíveis sucessores de Roberto Campos Neto não votaram com o presidente do BC e defenderam redução maior nos juros

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortou, nesta quarta-feira (08), a meta da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. Com isso, a Selic passa de 10,75% para 10,50% ao ano.
A nova queda nos juros já era esperada, mas originalmente o Copom havia sinalizado um corte de magnitude maior, de 0,50 ponto percentual, na sua última reunião, realizada em março.
Assim, a queda de 0,25 ponto indica que o colegiado abandonou de fato a sua própria sinalização (forward guidance) e decidiu ficar mais conservador diante do aumento das incertezas em relação ao risco fiscal doméstico e à política monetária americana.
- [Transmissão especial] Como a decisão do Copom mexe com o seu bolso? Especialistas discutem as melhores estratégias para o seu patrimônio com a nova Selic, anunciada neste dia 8 de maio. Receba o link de acesso gratuito aqui.
O principal motivo destacado no comunicado do Copom para o corte mais brando foram as incertezas do ambiente externo. A nota abre com o seguinte parágrafo:
"O ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente referente ao início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos e à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes."
Já no cenário doméstico, o colegiado destacou os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho apresentando dinamismo maior que o esperado. "A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes", diz ainda o comunicado.
Leia Também
Sobre o fiscal, o comitê diz ter acompanhado "com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária" e reafirmou que "uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária."
Decisão não foi unânime, e possíveis sucessores de Campos Neto votaram por corte maior
O resultado da reunião de hoje era muito aguardado pelo mercado, cujas estimativas se “dividiam” (de maneira desigual) entre o corte inicialmente indicado, de 0,50 ponto, e um mais conservador, de 0,25 ponto, possibilidade que concentrava a maior parte das apostas.
A divisão de opiniões não foi vista apenas entre os investidores, mas também no próprio Copom, uma vez que a decisão que reduziu a Selic hoje para 10,50% ao ano não foi unânime.
O presidente do BC e do Copom, Roberto Campos Neto, votou pela redução de 0,25 ponto, junto com outros quatro diretores, totalizando cinco votos a favor da postura mais conservadora; os outros quatro votos foram para a redução de 0,50 ponto, entre eles os de Gabriel Galípolo e Paulo Picchetti, cotados como possíveis sucessores de Campos Neto, cujo mandato termina no fim deste ano.
A divergência de visões entre o atual presidente e seus possíveis sucessores não deve ser bem acolhida pelo mercado, que tem Campos Neto em alta conta e teme pela futura indicação do PT para liderar o BC.
Além disso, os votos de Galípolo e Picchetti indicam uma postura mais 'dovish', isto é, menos dura em relação à inflação, o que é justamente o temor do mercado quanto ao futuro presidente da autarquia.
Ainda assim, o comunicado do Copom diz que "o comitê, unanimemente, avalia que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela."
"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação desancoradas e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", diz o comitê.
- Empiricus Research libera relatórios semanais de renda fixa com recomendações de títulos que podem render acima da Selic. Cadastre-se gratuitamente para receber.
Aumento das incertezas e dos riscos afetou a trajetória da Selic
Na reunião de março, a sinalização do Copom já havia jogado um pouco de água na cerveja do mercado ao tirar o plural do comunicado que anunciou a decisão do corte de juros.
Até então, o colegiado vinha prevendo novas reduções de mesma magnitude (0,50 ponto percentual), no plural; mas, em março, a expressão veio no singular, indicando apenas mais uma queda nessa intensidade.
De lá para cá, dados econômicos e de inflação fortes nos Estados Unidos assustaram, sugerindo que o corte de juros por lá poderia levar mais tempo para ocorrer e ser menos intenso do que o esperado, o que acaba segurando também a queda de juros por aqui.
Além disso, o fiscal doméstico passou a deixar o mercado mais pessimista depois que o Ministério da Fazenda reduziu a meta fiscal do ano que vem de um superávit de 0,5% do PIB para um déficit zero.
Para completar, as fortes chuvas e inundações no Rio Grande do Sul nos últimos dias aumentaram o risco de pressão no fiscal e na inflação, por conta do importante papel do estado na produção de alimentos.
Na semana passada, o presidente do Federal Reserve, o banco central americano, afastou a possibilidade de uma nova alta nos juros, o que era um dos temores do mercado.
Já na sexta-feira (03), o payroll, principal relatório de emprego do país, finalmente mostrou uma desaceleração no mercado de trabalho americano, o que melhorou as expectativas para os cortes de juros por lá.
Mesmo assim, o Copom preferiu manter uma postura mais cautelosa e optou por um corte menor na Selic. "O Comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional devem se manter mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária", diz o comunicado da decisão de hoje.
Sem 'forward guidance': o que o Copom espera daqui para frente
O comitê não se comprometeu, desta vez, com um novo corte na Selic nem com a magnitude deste possível novo corte na próxima reunião do colegiado, a ser realizada em junho.
Em seu comunicado, o comitê apenas ressalta que a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
Sobre os ajustes futuros na Selic, o colegiado deixa os próximos passos em aberto: "O Comitê também reforça, com especial ênfase, que a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta."
O Copom projeta uma inflação de 3,8% para este ano, acima das projeções do último boletim Focus, de 3,7%; para 2025, o comitê espera uma inflação de 3,3%, inferior à estimativa de 3,6% do Focus.
São vistos ainda fatores de risco tanto de alta como de baixa para a inflação. No lado do risco de alta, destacam-se:
- uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e
- uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.
Já entre os riscos de baixa, destacam-se:
- uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e
- os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
ONDE INVESTIR EM MAIO: VEJA OS MELHORES INVESTIMENTOS- AÇÕES, FIIs, BDRS E ALOCAÇÃO DE ATIVOS
Quina 6851 e outras loterias acumulam; Mega-Sena pode pagar R$ 33 milhões hoje, mas não oferece o maior prêmio
Embora a Quina tenha acabado de sair pela primeira vez em outubro, ela já oferece o terceiro maior prêmio da noite desta terça-feira (14)
Lotofácil 3511 começa semana fazendo um novo milionário na próxima capital do Brasil
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta terça-feira (14) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3512
Brasil x Japão: Onde assistir e horário
Amistoso Brasil x Japão: canais, horário de Brasília e prováveis escalações da Seleção
Grupo SBF (SBFG3) está ‘subavaliado e ignorado’? Bradesco BBI vê potencial de 45% para a ação da dona da Centauro
Os analistas acreditam que os preços atuais não refletem a maior visibilidade do crescimento do lucro da empresa
Não é cidade nem campo: o lugar com maior taxa de ocupação de trabalhadores do Brasil é um paraíso litorâneo
Entre os 5.570 municípios do país, apenas um superou a taxa de ocupação 80% da população no Censo 2022. Veja onde fica esse paraíso.
CNH sem autoescola: Governo divulga o passo a passo para obter a habilitação
Governo detalha o novo passo a passo para tirar a CNH sem autoescola obrigatória: EAD liberado, instrutor credenciado e promessa de custo até 80% menor
Pix Automático: está no ar a funcionalidade que pretende tornar mais simples o pagamento das contas do mês
Nova funcionalidade do Pix, desenvolvido pelo Banco Central, torna o pagamento de contas recorrentes automático entre bancos diferentes
Ele foi internado em clínicas psiquiátricas e recebeu até eletrochoques, mas nada disso o impediu de chegar ao Nobel de Economia
Diagnosticado com esquizofrenia paranoide, o criador do “equilíbrio de Nash” superou o isolamento e voltou à razão para, enfim, receber o Nobel.
Agenda da semana tem reunião do FMI, IBC-Br no Brasil, Livro Bege e temporada de balanços nos EUA; confira os destaques dos próximos dias
Em meio à segunda semana de shutdown nos EUA, a agenda econômica também conta com o relatório mensal da Opep, balança comercial do Reino Unido, da Zona do Euro e da China, enquanto o Japão curte um feriado nacional
Ressaca pós-prêmio: loterias da Caixa voltam à cena hoje — e o maior prêmio da noite não está na Lotofácil nem na Quina
Quase todas as loterias da Caixa tiveram ganhadores em sorteios recentes. Com isso, o maior prêmio em jogo nesta segunda-feira está em uma modalidade que não costuma ganhar os holofotes.
Como as brigas de Trump fizeram o Brasil virar uma superpotência da soja, segundo a Economist
Enquanto os produtores de soja nos Estados Unidos estão “miseráveis”, com a China se recusando a comprar deles devido às tarifas de Trump, os agricultores brasileiros estão eufóricos
‘Marota’, contraditória e catastrófica: o que o ex-BC Arminio Fraga acha da política de isenção de IR para alguns investimentos
Em artigo publicado no jornal “O Globo” deste domingo (12), o economista defende o fim do benefício fiscal para títulos como LCI, LCA e debêntures
Município com mais ricos, BlueBank à venda e FII do mês: o que bombou no Seu Dinheiro na semana
Veja quais foram as matérias de maior audiência na última semana
Mega-Sena acumula, mas Espírito Santo ganha novos milionários com a +Milionária e a Lotofácil; confira os resultados
Duas apostas iguais feitas na pequena Santa Maria de Jetiba, cidade de pouco mais de 40 mil habitantes no interior do Espírito Santo, levaram mais de R$ 86 milhões cada uma
Será que é hoje? Mega-Sena tem prêmio estimado em R$ 27 milhões neste sábado (11), mas outros sorteios podem pagar ainda mais
Apostadores também têm outras chances de ficarem milionários com os sorteios de hoje; apostas estão abertas até as 19h nas lotéricas, no site e também no aplicativo Loterias Caixa
Felizardo do Rio de Janeiro acerta cinco dezenas da Quina e leva R$ 33 milhões para casa; veja outros resultados dos últimos sorteios
Também tem milionário novo no pedação em São José dos Pinhais, no Paraná, onde um apostador acertou as dezenas da Dupla Sena
Esse paraíso dos ricos e bilionários já pertenceu ao Brasil e está mais próximo do que você pensa
O país vizinho ao Brasil combina incentivos fiscais e qualidade de vida, atraindo cada vez mais bilionários.
Hora de comprar uma casa própria? Caixa voltará a financiar 80% do valor dos imóveis
Antes do anúncio do novo modelo de crédito imobiliário, limite de financiamento era 70%
Mais crédito imobiliário à vista: Governo lança novo modelo de financiamento para famílias com renda acima de R$ 12 mil
Projeto muda regras da poupança que “travavam” parte dos depósitos no Banco Central e deve liberar mais recursos para o financiamento imobiliário
Como um dos maiores pacifistas de todos os tempos tornou-se a grande omissão da história do Nobel da Paz
O líder da não-violência e da resistência pacífica foi indicado cinco vezes ao Nobel da Paz, mas o comitê hesitou