Dá para lucrar com ESG? Não segundo o CEO desta gigante russa do petróleo. Veja as previsões do executivo sobre a transição energética
Segundo o presidente da petroleira russa Rosneft, Igor Sechin, os objetivos da transição energética em sua forma atual são “ideológicos e irreais”

As teses de investimentos focados em boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) conquistaram os holofotes nos últimos anos, em meio a discussões em torno da necessidade de realizar uma transição energética.
Mas para o CEO de uma gigante do petróleo, apesar das preocupações com o meio ambiente, os objetivos da transição energética em sua forma atual são “ideológicos e irreais”.
Segundo o presidente da petroleira russa Rosneft, Igor Sechin, “não existem fontes lucrativas para a transição 'verde'”.
“Sua implementação é uma ilusão, o que leva à retirada de investimentos do setor de energia tradicional. Ou seja, não haverá nem uma nem outra", disse Sechin.
A declaração foi feita no último sábado (8), no Painel de Energia do 27º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na Rússia.
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Os investimentos em transição energética
Segundo o CEO, apesar dos cerca de US$ 10 trilhões investidos na transição energética nas últimas duas décadas em todo o mundo, as fontes de energia alternativas não conseguiram substituir os combustíveis tradicionais.
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Hoje, a energia eólica e solar fornecem menos de 5% da produção mundial de energia, e os veículos elétricos representam cerca de 3%, de acordo com dados apresentados no painel.
No mesmo período em que foi investido na transição, o consumo de petróleo, gás e carvão cresceu cumulativamente 35%, enquanto sua participação combinada na matriz energética global permaneceu inalterada.
Com isso, para atingir as metas do Acordo de Paris, até 2030 os gastos globais com mudanças climáticas precisarão ser de cerca de US$ 9 trilhões por ano, o que é cinco vezes mais do que foi gasto em 2023, segundo cálculos do painel.
"Obviamente, a agenda climática exigirá a criação de um novo tipo de infraestrutura, como já ocorreu muitas vezes antes", disse o CEO da gigante do petróleo.
Para Sechin, a transição energética deve ser "bem equilibrada e focada em atender aos interesses da maioria", que garantirá o crescimento do consumo de energia nos próximos anos.
“São os países desenvolvidos que representam uma minoria da população mundial hoje e que mais contribuíram para a crise climática, responsáveis por 65% das emissões acumuladas nos últimos 200 anos."
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Transição energética e a demanda pelo petróleo
Na visão do dirigente da petroleira russa, superar a desigualdade energética é impossível sem o fornecimento confiável de petróleo e gás.
"O petróleo é usado para a produção de uma enorme quantidade de bens do dia a dia. Abrir mão do petróleo também significaria abrir mão do modo de vida moderno", afirmou Igor Sechin.
Mesmo com as discussões sobre transição energética, as projeções indicam um aumento do consumo de petróleo.
Segundo a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), a demanda por petróleo deve crescer quase 20%, atingindo 116 milhões de barris por dia (bpd) até 2045.
Ainda nas projeções da Opep, a commodity deve continuar a representar cerca de 30% da matriz energética global nos próximos 20 anos.
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A indústria de petróleo
Somado a isso, Sechin diz que a estocagem de reservas por empresas ocidentais e do Oriente Médio pode gerar uma expectativa de grandes mudanças no mercado.
"A presença desses barris fantasmas, que podem ter um impacto significativo no mercado, neutralizará o efeito dos cortes voluntários de produção realizados pelos principais membros da Opep."
Para a indústria de petróleo russa, o CEO acredita que uma queda nos preços pode significar a possibilidade de remover todas as restrições relacionadas ao teto de preço, enquanto a parte das receitas do orçamento federal aprovado é baseada no preço do petróleo bruto de US$ 60 por barril.
"Nessas condições, a capacidade da Opep+ de responder prontamente a novos fatores emergentes de influência será de fundamental importância para estabilizar os mercados mundiais", disse.
*Com informações de Estadão Conteúdo.
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