Campos Neto vai pagar essa conta? Cotado para substituir RCN no Banco Central volta a falar que não hesitará em subir os juros
Gabriel Galípolo também comentou sobre o suposto racha com Campos Neto e sobre a autonomia do Banco Central nas decisões de política monetária

Se os mercados globais esperam um sinal do Federal Reserve (Fed) sobre o futuro dos juros nos EUA, por aqui, no que depender de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), a mensagem é clara: não haverá hesitação para subir os juros.
Participando de um evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo, o possível substituto de Roberto Campos Neto (RCN) disse que a situação difícil para o Comitê de Política Monetária (Copom) não é ser obrigado a subir os juros e sim "ter a inflação acima da meta com a expectativa desancorando".
Galípolo ainda afirmou que a autonomia do BC não significa fazer o que bem entender, como bem entender.
"Autonomia do BC não significa virar as costas para a sociedade ou para o governo democraticamente eleito. Muito pelo contrário: a autonomia quer reforçar isso. A autonomia do BC é para cumprir a sua meta, que foi estabelecida pelo poder democraticamente eleito", disse.
Ele ainda comentou as notícias sobre um racha com Campos Neto, afirmando que recebeu "uma série de memes ironizando” a relação entre ambos.
“Ainda que tenham perspectivas similares, cada diretor vai ter um estilo de comunicação e fala”, disse Galípolo, acrescentando que "isso não provoca disputa entre diretores".
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Ele também afirmou que "Campos Neto tem zelo em preservar a institucionalidade do BC".
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Galípolo precisa se explicar sobre a alta da Selic
O diretor do BC precisou explicar as declarações que ele mesmo deu mais cedo, enquanto participava de evento na Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) — que não foram bem atendidas, "por culpa dele mesmo".
"Acho que teve duas figuras de linguagem em que tentei fazer algum tipo de comunicação que não foram felizes, a partir da interpretação”, disse Galípolo na FGV.
“Acho que é importante dizer que quando falei sobre sancionar preços no mercado, [...] eu disse que não sanciono nem a expectativa do Focus, nem o que está na curva", esclareceu.
Segundo ele, o boletim Focus mostra que o mercado espera a Selic inalterada em 10,50% até fim do ano, enquanto na curva é possível ver projeção de alta.
"Tenho reafirmado que é importante que nos atenhamos à comunicação oficial", disse ele, acrescentando que nenhuma de suas falas se contrapõem à avaliação de que o cenário atual é desfavorável. "A expressão que usei hoje foi que podia haver dúvida sobre dois cenários."
Galípolo mencionou ainda que fez uma fala sobre “ganhar graus de liberdade” que gerou uma impressão equivocada.
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O que Galípolo disse na Fenabrave
Galípolo participou mais cedo do 32º Congresso e Expo Fenabrave, onde falou por quase uma hora.
Lá, o diretor de política monetária do BC disse que não há qualquer tipo de modulação ou gradação em suas declarações recentes e que gostaria de reafirmar seus posicionamentos feitos ao longo desta e da última semana.
Vale lembrar que a interpretação do mercado sobre a alta da Selic fez o Ibovespa renovar três máximas seguidas no fechamento — uma sequência que foi interrompida apenas hoje.
"Não há qualquer tipo de modulação ou gradação nas mensagens que transmiti e falei ao longo deste ciclo após a divulgação da última ata do Copom", disse.
"Chego aqui com o sentimento que se eu, eventualmente, não falar do Comitê de Política Monetária, isso também possa ser uma mensagem, e uma mensagem que pode ir no sentido contrário àquela que eu pretendo passar", acrescentou.
Galípolo chegou a elogiar os veículos de imprensa, dizendo que estão passando bem a sua mensagem e que está satisfeito com as interpretações de suas falas recentes.
Ele repetiu a analogia que sempre faz do BC com "aquela pessoa chata que no melhor da festa pede para baixar o som e corta as bebidas" para enfatizar que a disposição de o BC aumentar juro, se preciso for, será guiada por critérios técnicos.
O diretor de política monetária disse ainda que o banco central não está endossando a abertura da curva de juros, mas passou a mensagem de que a projeção do BC de inflação a 3,2% no horizonte de 18 meses está acima da meta e que o crescimento da economia tem surpreendido.
"Não estamos torcendo para a economia parar de crescer, mas esperamos que desacelere. O crescimento tem nos surpreendido e o BC é o chato da festa que baixa o som e corta a bebida", afirmou.
"Queremos absorver todos os dados para chegarmos ao Copom com informações, até para elevar os juros. O BC tem que fazer como música de Paulinho da Viola; no nevoeiro o marinheiro leva o barco devagar", disse.
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Campos Neto também falou sobre os juros
Na terça-feira (20), Campos Neto participou do Macro Day, evento realizado pelo BTG Pactual, e disse que o Banco Central vai fazer o que for preciso para convergir à meta de inflação, independentemente de quem vai estar na presidência daqui a quatro meses, quando seu mandato acabar.
"O Banco Central vai subir os juros se for preciso, independentemente de eu estar ou não no BC", declarou. “Nossa tarefa é não olhar para ruído de curto prazo e pensar qual mensagem queremos passar (...) Faremos o que tivermos de fazer.”
Na ocasião, embora não tenha dado nenhuma pista concreta quanto à decisão da próxima reunião do Copom, marcada para os dias 17 e 18 de setembro, o presidente fez questão de frisar que a autarquia continuará tomando decisões técnicas, baseadas em dados e indicadores econômicos.
Confira todos os detalhes das declarações de RCN no evento do BTG.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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