Até quanto Roberto Campos Neto vai cortar a Selic? Esses três ex-diretores do BC traçaram suas apostas para os juros
Para um ex-diretor do BC, existe a possibilidade de que a nova diretoria do Banco Central passe a “reescrever o jogo” dos juros

A mudança de tom do Copom em relação à trajetória da política monetária no Brasil levantou dúvidas entre os integrantes do mercado financeiro sobre até onde Roberto Campos Neto pretende cortar a Selic.
Afinal, na última reunião do colegiado do Banco Central, Campos Neto passou a sinalizar apenas mais um corte de meio ponto percentual nos juros, e não mais uma sequência de reduções naquela magnitude.
A ligeira mudança de letra foi o suficiente para elevar a incerteza sobre o que esperar para a Selic — e nem mesmo os antigos diretores do Banco Central estão em harmonia sobre onde a taxa básica de juros vai parar ao fim do ciclo de cortes.
Durante o evento Brazil Investment Forum, do Bradesco BBI, os ex-BCs Alexandre Schwartsman, Carlos Viana e Fabio Kanczuk traçaram suas apostas para os juros e a nova direção do Banco Central.
- [Evento online e 100% gratuito] Luis Stuhlberger, Daniel Goldberg, Marcos Troyjo e outros grandes economistas e gestores debatem cenário macro e oportunidades de investimentos; saiba como participar
As apostas de Fabio Kanczuk para a Selic
No caso de Fabio Kanczuk, que atualmente trabalha como head de macroeconomia na ASA Investments, a expectativa é que o Copom faça apenas mais um corte de 0,50 ponto percentual na Selic na próxima reunião.
Dali em diante, a estimativa é que Campos Neto continue o ciclo de cortes, mas desacelere o passo para reduções de 0,25% em 0,25%, até que a Selic atinja o patamar de 8,5% ao ano no final de 2025.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Lula firma acordos com Japão, mas frustração do mercado ajuda a derrubar as ações dos frigoríficos na bolsa
“O Fed [Federal Reserve, o banco central dos EUA] também deve começar a cortar os juros em 0,25 ponto percentual a cada duas reuniões e não deve atrapalhar por aqui. Já a inflação deve ficar meio chatinha, perto de 4%, mas mesmo assim o Banco Central vai até 8,5%”, disse Kanczuk, durante o evento
Relembrando, Kanczuk atuou como diretor de política econômica do Banco Central de 2019 a 2021. Antes disso, o economista trabalhou como secretário de política econômica durante o governo Michel Temer, de 2016 a 2018, ao lado do então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que deu vida ao teto de gastos.
Até onde o Banco Central vai cortar os juros?
A aposta de Carlos Viana — head de research na Kapitalo Investimentos e ex-diretor do Banco Central entre 2016 e 2019 — para a Selic “terminal” também é de 8,5% ao ano no final de 2025.
Porém, segundo Viana, serão dois ciclos de cortes de juros devido à mudança de diretoria do Banco Central.
Para Viana, o Banco Central deve começar a tatear “o nível para parar” de diminuir os juros a partir de junho. Na visão do ex-BC, o Copom deve anunciar só mais uma redução de 0,50 ponto percentual, chegando a cerca de 9,5% ao ano em setembro.
“A partir daí, segue em aberto a possibilidade de continuidade do ciclo já no ano que vem, levando a Selic para perto de 8% ou 8,5% ao ano”, disse o antigo diretor do Banco Central.
“O BC está comunicando que quer parar num nível contracionista dadas as circunstâncias aqui, e depois a pressão para que a política monetária se torne menos contracionista vai acabar levando a uma distensão adicional.”
Por sua vez, Alexandre Schwartsman — que trabalhou como diretor do Banco Central entre 2003 e 2006 — aposta que a Selic chegue a 9,5% no final da rodada de reduções pelo Copom comandado por Roberto Campos Neto.
- Quer aprender a investir melhor com Luis Stuhlberger, Daniel Goldberg e outros grandes nomes do mercado de forma 100% online e gratuita? Retire aqui o seu ingresso para o Macro Summit Brasil 2024
A sucessão no Banco Central
Vale lembrar que o mandato de Roberto Campos Neto na chefia do Banco Central terminará no fim de 2024, levantando temores de uma mudança de direção do Copom em relação aos juros.
Para Fabio Kanczuk, quem deverá ocupar o lugar de presidente será Gabriel Galípolo, o atual diretor de política monetária do Banco Central.
“O presidente Lula vai atazanar [Galípolo] para jogar o juros para baixo. Ele vai resistir da melhor forma possível, mas vai ficar nesse embate.”
Enquanto isso, Alexandre Schwartsman vê um “conjunto vazio” no leque de possibilidades de novos diretores do BC.
“Qual é o perfil que eu acharia ideal? Tem dois na minha frente”, disse o economista, apontando para Kanczuk e Viana. “Mas qual desses dois é palatável para o atual governo? Desconfio que nenhum dos dois. A sinalização não é que o governo vai encaçapar alguém que queira seguir a regra do jogo.”
Schwartsman destaca a possibilidade de que o Banco Central possa “reescrever o jogo” dos juros. “Teve diretoria do BC que jogou o livro de regras pela janela, então pode ser que, sob nova direção, a gente veja uma política monetária mais agressiva, mas é complicado imaginar que a expectativa de inflação vai ficar parada.”
JBS (JBSS3): Com lucro em expansão e novos dividendos bilionários, CEO ainda vê espaço para mais. É hora de comprar as ações?
Na visão de Gilberto Tomazoni, os resultados de 2024 confirmaram as perspectivas positivas para este ano e a proposta de dupla listagem das ações deve impulsionar a geração de valor aos acionistas
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Privatização na CPTM: impasse entre sindicatos e governo leva a greve nos trens e possível paralisação do metrô
Ferroviários paulistas planejam parar na quarta-feira (26) em reação à concessão das Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM
Não é só o short squeeze: Casas Bahia (BHIA3) triplica de valor em 2025. Veja três motivos que impulsionam as ações hoje
Além do movimento técnico, um aumento da pressão compradora na bolsa e o alívio no cenário macroeconômico ajudam a performance da varejista hoje; entenda o movimento
Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda
Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano
É hora de comprar a líder do Ibovespa hoje: Vamos (VAMO3) dispara mais de 17% após dados do 4T24 e banco diz que ação está barata
A companhia apresentou os primeiros resultados trimestrais após a cisão dos negócios de locação e concessionária e apresenta lucro acima das projeções
Hapvida (HAPV3) salta na B3 com Squadra reforçando o apetite pela ação. É o nascer de uma nova favorita no setor de saúde?
A Squadra Investimentos adquiriu 388.369.181 ações HAPV3, o equivalente a 5,15% da companhia de saúde
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Com a Selic a 14,25%, analista alerta sobre um erro na estratégia dos investidores; entenda
A alta dos juros deixam os investidores da renda fixa mais contentes, mas este momento é crucial para fazer ajustes na estratégia de investimentos na renda variável, aponta analista
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Bayer, Ambev e Silimed têm vagas para estágio e trainee com bolsa-auxílio de até R$ 7 mil; confira as oportunidades
Para jovens estudantes e recém-formados em busca de um lugar no mercado de trabalho, o estágio ou trainee certo pode ser a porta de entrada. Com o fim de março se aproximando, empresas brasileiras e multinacionais seguem em busca de talentos para reforçar suas equipes — e essa pode ser a chance de agarrar uma […]
Goldman Sachs de saída da Oncoclínicas? Banco vende maior parte da fatia em ONCO3 para gestora de private equity; operação reacende discussão sobre OPA
O banco norte-americano anunciou a venda de 102.914.808 ações ordinárias ONCO3, representando 15,79% do capital social total da Oncoclínicas
Investir em Petrobras ficou mais arriscado, mas ainda vale a pena colocar as ações PETR4 na carteira, diz UBS BB
Mesmo com a visão positiva, o UBS BB cortou o preço-alvo para a petroleira estatal, de R$ 51,00 para os atuais de R$ 49,00
Trump no cinema: Ovos, bravatas e tarifas fumegantes
Em meio à guerra comercial de Donald Trump, exportações de ovos do Brasil para os EUA quase dobram em fevereiro
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil
Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março
Sem OPA na Oncoclínicas (ONCO3): Empresa descarta necessidade de oferta pelas ações dos minoritários após reestruturação societária
Minoritários pediram esclarecimentos sobre a falta de convocação de uma OPA após o Fundo Centaurus passar a deter uma fatia de 16,05% na empresa em novembro de 2024
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses