Pare de olhar o recorde do bitcoin e preste atenção à atualização Dencun do ethereum (ETH); aqui está o que ela pode fazer com os preços da criptomoeda
O próximo update se chama Dencun, uma proposta de melhoria do Ethereum (EIP, em inglês) de número 4844, ou apenas EIP-4844
O dia das criptomoedas promete ser agitado. Não apenas porque o bitcoin (BTC) renovou as máximas históricas acima dos US$ 73 mil, mas também porque o ethereum (ETH) recebeu uma nova atualização nesta quarta-feira (13).
O update se chama Dencun, uma proposta de melhoria do Ethereum (EIP, em inglês) de número 4844, ou apenas EIP-4844.
Em linhas gerais, a Dencun permitirá um novo método de armazenamento de dados da rede do ethereum chamado “proto-danksharding”.
Ou seja, haverá uma “fragmentação” da rede para otimizar a estocagem de dados.
Antes da atualização, as informações armazenadas em blockchain precisavam ser validadas e revisadas a todo o momento, o que acaba consumindo muito poder computacional.
Com o crescimento da rede, cada vez mais informações precisam ser processadas. Em outras palavras, uma simples transação pode demorar bastante para ser feita.
O sharding da é uma das propostas da Ethereum Foundation para “fragmentar” a blockchain do ethereum.
Em números: como o Dencun afeta o ethereum
Essas “quebras” darão à rede mais capacidade de armazenar e acessar arquivos por meio da divisão do banco de dados atual, criando verdadeiras “bolhas” (blobs) de informações, além de gerar uma redução de custos de transação (gas fees), segundo os desenvolvedores.
A expectativa entre os desenvolvedores é que essa atualização reduza em até 100 vezes as gas fees na rede e ajude a trazer ainda mais demanda para o ETH. Você pode ler um pouco mais sobre a Dencun aqui.
Mesmo com uma atualização desse porte marcada para hoje, o ethereum batalha para manter o patamar de US$ 4 mil. Diferentemente do BTC, o ETH está 17% abaixo do seu topo histórico de preços.
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Atualização irá afetar os preços?
Vale lembrar que o desempenho do ethereum foi muito aquém do esperado em 2023. Enquanto o BTC registrou alta de 155% em 2023, o ETH avançou “apenas” 90,8% no mesmo período.
Em outras palavras, é possível que a segunda maior criptomoeda do mercado busque reverter esse baixo desempenho com a novidade.
Contudo, a dinâmica da rede do ethereum é diferente da blockchain do bitcoin, com vários projetos sendo construídos na primeira.
E é aí que mora a pegadinha: não se sabe ao certo até onde o preço do ETH pode ir — mas ele tem grandes chances de subir em um futuro próximo.
Se ETH não subir, outras criptomoedas vão
Recapitulando, a blockchain do ethereum serve como base para outras criptomoedas de segunda camada (também chamadas de layer-2 ou L2). Entre elas, estão Arbitrum (ARB), Optimism (OP), Polygon (MATIC), entre outras redes.
Essas redes construídas em cima do ethereum tendem a crescer após a Dencun e atrair ainda mais investidores. As redes ficam ainda mais baratas e com transações mais rápidas, permitindo que novos projetos surjam nessas blockchains.
E com a valorização dessas criptomoedas, o ethereum tem grandes chances de aproveitar a alta também.
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Mas há problemas com o ethereum
Muitos usuários criticaram a mudança do sistema de de proof-of-work (PoW, ou “prova de trabalho”) para proof-of-stake (PoS, ou “prova de participação”) após o The Merge.
Diferentemente do PoW, o PoS pode gerar uma centralização dos validadores, algo que vai contra a própria filosofia das criptomoedas, que preza pela descentralização.
Isso afastou alguns desenvolvedores da época e gerou uma pequena — porém significativa — crise no protocolo.
O método PoS determina que a validação dos blocos se dê por detentores de tokens (criptomoedas). Em outras palavras, o usuário coloca suas moedas na rede (blockchain) por meio do staking e passa a checar e permitir — ou não — transações.
Ainda que esse descontento não tenha se convertido em uma saída massiva de programadores e criadores, essa tem sido uma das principais críticas à rede desde então.
Para evitar abusos desses validadores, a rede tem um mecanismo chamado de slash, que consiste na perda parcial ou total das criptomoedas em staking daquele validador — dependendo, é claro, do tipo de infração cometida.
Mesmo assim, essa segue como uma das principais críticas à rede da segunda maior criptomoeda do mundo.
E problemas nos EUA
Como se não bastasse, a SEC, a CVM dos Estados Unidos, vem travando uma batalha contra as criptomoedas mesmo após a aprovação dos primeiros ETFs de bitcoin à vista (spot) do país.
Isso porque os EUA não têm uma legislação específica que diz se criptomoedas são valores mobiliários (como fundos ou ações) ou commodities. Essa falta de definição é um dos pontos que atrasam a aprovação do ETF de ethereum spot por lá.
Apesar de o mercado estar otimista, as autoridades podem barrar produtos do tipo, trazendo ainda mais incerteza acerca de uma disparada do ethereum.
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