Um conto de Natal na bolsa: Ibovespa aguarda dados de produção industrial no Brasil e de emprego nos EUA antes de discurso de Powell
Bolsa busca manter recuperação apesar do dólar na casa dos R$ 6 e dos juros projetados a 15% depois do PIB forte do terceiro trimestre

Um clássico não se transforma em clássico — ele já nasce nessa condição. Vale na música, no cinema, na literatura e nas artes em geral. É o caso de “Um Conto de Natal”, do escritor inglês Charles Dickens.
Publicada em 1843, a história da transformação do avarento Ebenezer Scrooge em um homem generoso depois de ser visitado por três espíritos natalinos rendeu a tradução para dezenas de idiomas, a venda de milhões de exemplares e diversas adaptações para o teatro e o cinema.
Com apenas algumas dezenas de páginas de texto corrido, o conto foi escrito em poucas semanas. A história por trás do livro, porém, contém uma certa ironia.
O chamado de Dickens à generosidade jamais teria sido escrito se ele não estivesse precisando desesperadamente de dinheiro.
Estudiosos da obra afirmam que o escritor estava endividado até o pescoço quando aceitou escrever a história natalina. E isso não é nenhum demérito. Viver de literatura não é fácil — nem comum.
O fato é que, quase dois séculos depois, o conto de Dickens é visto, revisto e lembrado ano após ano.
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O espírito de Natal às vezes dá as caras até na bolsa, por mais contraditório que possa parecer.
Um sinal disso está na ação do mês de dezembro. Fiel à tradição do Seu Dinheiro, a repórter Camille Lima apurou junto a 13 corretoras quais são as ações preferidas para investir no último mês de 2024.
Eis que o papel mais bem cotado pelos especialistas para lucrar em dezembro tem tudo a ver com o Natal. Trata-se da ação do frigorífico JBS (JBSS3).
Enquanto isso, os investidores se preparam hoje para novos dados sobre a produção industrial brasileira, números de emprego nos EUA e um discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
Ao mesmo tempo, incertezas vindas da França, da Coreia do Sul e do Oriente Médio mantêm a turbulência no cenário externo.
Tudo isso em um momento de dólar na casa dos R$ 6 e juros projetados a 15% depois do pibão do terceiro trimestre.
O que você precisa saber hoje
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PERDAS E GANHOS
A Faria Lima apostou contra Lula? O desempenho dos principais gestores de fundos após o anúncio de Haddad conta uma história diferente. Análise da Empiricus Research traz retorno de 132 fundos no dia seguinte ao pronunciamento do ministro da Fazenda sobre o pacote fiscal.
EXPANSÃO NACIONAL
Hapvida (HAPV3) blindada do caos do Brasil: CEO revela por que está animado com plano ambicioso de R$ 2 bilhões apesar do cenário macro deteriorado. Do investimento total, a companhia arcará com apenas R$ 630 milhões. Já o R$ 1,37 bilhão restante deve ser financiado por parceiros externos.
COM A PALAVRA
O que o CEO do Bradesco (BBDC4), Marcelo Noronha, tem a dizer sobre seu tempo à frente do banco? Pouco mais de um ano se passou desde que o novo CEO assumiu. Em um almoço de final de ano com a imprensa, Noronha fez um balanço informal de sua gestão.
DE OLHO NA SELIC
O retorno triunfal do Tesouro Direto: XP inclui três títulos públicos, CRI, CRA e debêntures nas recomendações de renda fixa para dezembro. A corretora acredita que, com a alta esperada para a Selic, os ativos pós-fixados devem continuar a se beneficiar do nível atual dos juros. Confira a lista.
ALTA DOS JUROS
‘Preferimos novos aportes em títulos pós-fixados’: por que a Empiricus gosta da renda fixa indexada ao CDI para quem investir agora. Perspectiva de alta de juros acima do esperado inicialmente deve impulsionar ativos atrelados à Selic e ao DI; veja os títulos recomendados pela casa de análise.
PIBÃO
4 pontos que ajudaram o PIB brasileiro a bombar (de novo) no terceiro trimestre, apesar da decepção com o agro. Crescimento do PIB do Brasil atingiu os 4% no terceiro trimestre de 2024, mas juros em alta tendem a provocar desaceleração em um futuro próximo.
VALE DAY
Dia de Vale (VALE3): mineradora apresenta projeções, prepara investimentos bilionários e ações caem na bolsa. Comprar ou vender agora? A companhia ainda anunciou uma reformulação da gestão, formalizando um indicado direto do presidente Gustavo Pimenta em um dos negócios mais estratégicos.
NA MIRA DA XERIFE
A hora do acerto de contas do caso Americanas (AMER3): ex-CEO Sergio Rial é absolvido pela CVM, mas outro executivo não escapa e é punido. Rial, um nome bastante conhecido no mercado, foi quem revelou o déficit contábil da varejista e decidiu renunciar ao cargo que ocupava poucos dias depois.
PERDEU FORÇA
Citi recomenda venda das ações do Nubank (ROXO34) — entenda por que os analistas preferem este outro banco digital. O banco norte-americano ressalta que o caminho para o Nubank manter o ritmo de crescimento dos negócios está cada vez mais difícil.
15 JÁ FORAM
Carrefour Brasil quer levantar R$ 400 milhões com venda de 64 lojas Nacional e Bompreço. Opção do Carrefour foi por fazer as vendas picadas depois de concluir que não haveria interessados pelas bandeiras, e sim pelos pontos de venda.
DINHEIRO NO BOLSO
Tenda (TEND3) vai pagar dividendos pela primeira vez em três anos; veja quanto a construtora irá distribuir. Com o balanço mostrando lucro líquido novamente e resultado recorde, o conselho de administração da empresa aprovou a distribuição de R$ 21 milhões.
DINHEIRO NA CONTA
SYN (SYNE3) vai pagar R$ 560 milhões aos acionistas em processo de redução de capital; veja como receber. Os acionistas que tiverem ações da SYN (SYNE3) na carteira em 6 de dezembro terão direito ao pagamento.
TUDO OU NADA
Caos na Coreia do Sul: revogação de lei marcial pode não ser o suficiente para recuperar confiança no país. Lei marcial abalou o país e uniu oposição e ex-aliados contra o presidente que embarcou em uma possível tentativa de golpe, segundo militares.
FIM DE UMA ERA
Deixou a pegada NFTs: Nike dá adeus à coleção virtual de tênis. Companhia anunciou que vai descontinuar a RTFKT, sua empresa de moda e tecnologia, após resultados aquém do esperado e dificuldade em manter competitividade.
NEXTLIST 2025
O que vale a pena ler e visitar em 2025? J.P. Morgan lança lista com experiências ‘premium’ – e apenas um lugar no Brasil está incluso. A seleta NextList inclui recomendações de vinícolas, livros e outros espaços culturais e tecnológicos.
Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
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A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
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Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
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