JP Morgan contraria rival e recomenda compra das ações da São Martinho (SMTO3) — mas corta preço-alvo com ‘otimismo cauteloso’
O banco norte-americano enxerga que a empresa de açúcar e etanol não seja tão afetada pelas queimadas das plantações de cana-de-açúcar
Um dia após o Morgan Stanley rebaixar a recomendação das ações da São Martinho (SMTO3) de neutro para o equivalente a venda, o JP Morgan publicou um relatório que diz exatamente o contrário.
Os analistas atualizaram a recomendação dos papeis de “Neutro” para “Overweight”, o equivalente a compra para as ações SMTO3.
O banco norte-americano enxerga que a empresa de açúcar e etanol não seja tão afetada pelas queimadas das plantações de cana-de-açúcar e que os preços seguem favoráveis aos negócios.
E as ações da empresa estão relativamente descontadas, acumulando queda de 6% no ano — contra uma alta de 1% do Ibovespa no mesmo intervalo. Porém, os analistas reduziram o preço-alvo de R$ 38,00 para R$ 35,00, “ainda oferecendo um potencial de alta de 30%”, diz o documento.
No encerramento do pregão da última quarta-feira (19), as ações SMTO3 fecharam em alta de 2,57%, cotadas a R$ 26,75.
- LEIA TAMBÉM: A melhor ação do agro para se ter na carteira nesse momento, segundo os analistas entrevistados pelo Seu Dinheiro
Otimismo com a São Martinho
De acordo com o relatório, a empresa já avaliou a maior parte dos danos causados pelas secas e queimadas e também já ajustou as previsões para este ano, o que levou os analistas a entenderem que as piores notícias já foram dadas e os impactos são limitados — ainda que 20 mil hectares tenham sido afetados pelos incêndios.
Leia Também
Assim, a São Martinho mantém a perspectiva de capex (isto é, gastos com manutenção das suas máquinas e instalações, entre outros investimentos) de R$ 70 milhões, o que é considerado baixo dado que o capex total previsto para o ano é de R$ 2 bilhões.
“Em termos de custos, os incêndios podem de fato levar a um certo aumento nos custos de pessoal e transporte, mas é cedo demais para dizer”, escrevem os analistas.
Açúcar e etanol
O momento também é positivo para os preços dos principais produtos da empresa, com o açúcar sendo negociado 23% acima dos valores de consenso para 2025 e 2026.
Além disso, há uma “cautela otimista” em relação ao preço do etanol, em especial com a perspectiva de uma entressafra maior, o que tende a equilibrar a oferta maior com uma demanda mais estável.
Dessa forma, a empresa mantém a previsão de moagem de 22,4 milhões de toneladas no ano agrícola de 2025. A taxa de eficiência na produção de açúcar também deve subir, para 141 kg por tonelada, elevando a fabricação para 3,1 milhões de toneladas equivalentes.
A única mudança significativa até agora deve ser vista na produção de açúcar, que deve representar 49% do total (antes era 50%), dado que parte deve ser destinada à fabricação de etanol, como resultado dos incêndios.
Porém, esse efeito só deve acontecer no curto prazo, normalizando a situação na sequência. “No geral, um cenário otimista para o etanol com base na oferta mais restrita e demanda estável”, dizem os analistas.
Riscos da São Martinho vão além do fogo
Assim como os analistas do Morgan Stanley preveem preços mais baixos para o açúcar, os especialistas do JP Morgan mantém no radar as chances de os preços caírem. O principal motivo seria uma valorização do real frente ao dólar, o que tende a encarecer as exportações.
“Açúcar e câmbio são variáveis muito voláteis, portanto, a empresa adota estratégias de hedge para mitigar esse efeito”, dizem os analistas.
Do mesmo modo, o preço do etanol tende a variar junto com o valor da gasolina — e o barril do Brent mais barato pode adicionar ainda mais pressão sobre o combustível.
Ainda que as queimadas tenham passado, as mudanças climáticas também podem impactar a produção e colheita da cana-de-açúcar no curto prazo, oferecendo um risco de lucros mais baixos, segundo o JP Morgan.
Por último, os dois últimos riscos aos negócios da São Martinho dizem respeito ao governo federal. O primeiro deles é o fim do Produzir, benefício fiscal que pode ser removido durante as discussões da reforma tributária.
“O impacto máximo da remoção é de R$ 3,3 por ação, de acordo com nossos cálculos, assumindo que não haverá nenhuma fase de exclusão ou qualquer outra compensação, como a equalização das alíquotas do ICMS”, escrevem os analistas.
Por último, a influência do governo nos preços da gasolina, tendo em vista que a Petrobras (PETR4) abandonou a paridade de preços internacionais e, se o valor do combustível for reduzido à força, pode influenciar negativamente nos preços do etanol.
IPO da Moove cancelado: o que esse episódio ensina para os investidores sobre a compra e a venda de ações?
Se tem uma lição que podemos aprender com a Cosan, controladora da Moove, é que este não é o momento de vender ativos
A ação da Vale (VALE3) voltou a ser uma oportunidade de ganho? Saiba o que muda com o novo CEO no comando
O Goldman Sachs avaliou a sucessão na mineradora após dez dias sob nova gestão e diz se é uma boa opção adquirir os papéis neste momento
BB Asset e JGP unem forças e lançam gestora focada em investimentos sustentáveis; Régia Capital nasce com patrimônio de R$ 5 bilhões
Com produtos de crédito líquido e estruturado, ações, private equity e agronegócio, a estimativa da Régia é atingir R$ 7 bilhões em ativos sob gestão até o fim deste ano
Não está fácil para a Kora Saúde (KRSA3): empresa anuncia reperfilamento de dívidas e convoca assembleia para debenturistas
Se você é titular de debêntures (títulos de dívida) emitidos pela Kora Saúde (KRSA3), fique ligado: companhia convocou assembleia geral para negociação de dívidas
Um “empurrãozinho” para o mercado de ações: China lança mecanismo de swap de 500 bilhões de yuans
Medida vai permitir que empresas de valores mobiliários, fundos e seguros obtenham ativos líquidos para suas compras de ações
Crise climática faz pressão nas ações da Rumo (RAIL3) — mas BofA revela por que você ainda deveria estar animado com a gigante de logística
Os analistas mantiveram recomendação de compra para RAIL3, mas reduziram o preço-alvo de R$ 33 para R$ 31 para os próximos 12 meses
Ações da Isa CTEEP (TRPL4) saltam mais de 5% após decisão do STJ de suspender processo de cobrança da Fazenda de São Paulo
“A tentativa de conciliação amigável não significa prejuízo aos direitos da companhia e não altera qualquer decisão judicial vigente ou o atual fluxo de pagamentos”, afirmou a empresa
Dasa (DASA3) fecha venda do negócio de corretagem e consultoria de seguros por até R$ 255 milhões
Com a operação, a Dasa Empresas será transferida para os fundadores originais do Grupo Case Benefícios e Seguros
Em busca de dividendos ou de ganho de capital? Monte uma carteira de investimentos personalizada para o seu perfil de investidor
O que é importante saber na hora de montar uma carteira de investimentos? BTG Pactual quer ajudar investidores a montar o portfólio ‘ideal’
Mercado Livre (MELI34) tem “bilhões de dólares para conquistar” com receita de mídia nos próximos cinco anos, diz diretor
Na avaliação de Mario Meirelles, diretor sênior do Mercado Ads Brasil, a parceria com players externos, como o Disney+, será essencial para o crescimento da divisão de publicidade
O Brasil está arriscado demais até para quem é grande? Por que a Cosan (CSAN3) desistiu do IPO da Moove, mantendo a seca de ofertas de ações
Na época da divulgação da operação, a unidade de negócios de lubrificantes informou que mirava uma cotação entre US$ 14,50 e US$ 17,50 na oferta, que seria precificada nesta quarta-feira (09)
É hora de comprar a ação da Hapvida? BB Investimentos inicia cobertura de HAPV3 e vê potencial de quase 40% de valorização até 2025; entenda os motivos
Entre as razões, BB-BI destacou a estratégia de verticalização da Hapvida, que se tornou a maior operadora de saúde do país após fusão com a NotreDame Intermédica
Por que o fundo Verde segue zerado em bolsa brasileira? Time de Stuhlberger acredita que as ações locais tem pouco a ganhar com o pacote de estímulos chinês
O fundo teve um desempenho positivo de 1,7% em setembro, contra 0,83% do CDI. Já o acumulado no ano é de 6,39%, abaixo dos 7,99% registrados pelo benchmark
MRV (MRVE3) e Cyrela (CYRE3) recuam após as prévias, mas analistas elogiam números e veem espaço para alta de até 100% das ações
As ações de ambas as companhias chegaram a abrir o dia em alta, com acionistas reagindo a números considerados sólidos pelos especialistas do setor
Inter (INBR32): JP Morgan diz que ações estão baratas e destaca avanço do “esquema tático” 60-30-30
Analistas elevaram recomendação e preço-alvo das ações do Inter (INTR) de US$ 7,50 para US$ 8,50, um potencial de alta de 40% em relação ao fechamento da última terça-feira
Oi (OIBR3): Credores aprovam venda para empresa de internet V.tal — em mais um passo rumo ao fim da recuperação judicial
No entanto, diante da “complexidade dos termos e condições descritos na proposta”, alguns desses credores pediram mais informações sobre determinados pontos do acordo
Vale (VALE3) faz primeira grande movimentação com novo CEO e troca diretor ‘herdeiro’ de Bartolomeu
O vice-presidente executivo de soluções de minério de ferro, Marcello Magistrini Spinelli, foi retirado de sua posição
É hora de comprar Cogna (COGN3)? Ação sobe forte na B3 após se tornar favorita do Bradesco BBI no setor de educação
O banco elevou a recomendação dos papéis COGN3 para “outperform” — equivalente a compra — e fixou um preço-alvo de R$ 2,40 para o fim de 2025
Prio (PRIO3) eleva expectativas com aquisição do Campo de Peregrino e BTG Pactual reajusta preço-alvo. É hora de comprar ou vender a ação?
Apesar dos números fracos na produção de setembro, os analistas BTG veem uma valorização de 74% para os papéis da petroleira no ano que vem
UBS BB lista as ações mais “quentes” do momento na América Latina, com a B3 (B3SA3) no topo; veja o ranking
A dona da bolsa brasileira não é a única a aparecer na lista; confira quais são os outros papéis que mais foram comprados por fundos qualificados em setembro