O que fazer com as ações da Petrobras (PETR4) agora? Saiba se é hora de vender ou se a queda abriu oportunidade
O ruído em torno da saída de Jean Paul Prates na presidência da estatal já custou a perda de mais de R$ 60 bilhões em valor de mercado
![petrobras](https://media.seudinheiro.com/uploads/2022/05/WEBS-CAPA-vac12-privatizacao-petrobras-SD-2205-628x353.jpg)
Como um dia que parece não ter fim, o mercado foi pego de surpresa na noite da terça-feira (14) com a demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR4).
A reação foi imediata. Minutos após a notícia, os recibos de ações (ADRs) da estatal negociados em Nova York caíram mais de 5%. A forte queda continuou por toda a madrugada e nos negócios na bolsa brasileira no pregão desta quarta-feira não poderia ser diferente.
As ações ordinárias (PETR3) — que dão direito a voto — e preferenciais (PETR4) da Petrobras abriram o dia com queda de quase 7%. Nos primeiros minutos de mercado aberto, o ruído em torno da saída de Prates custou a perda de mais de R$ 27 bilhões em valor de mercado. Siga os mercados.
Enquanto isso, a dúvida que paira sobre o investidor da estatal neste momento é: o que fazer com as ações? A saída do CEO vai de fato mudar a orientação da Petrobras para pior? Ou, ao contrário, a queda de hoje dos papéis representa uma oportunidade de compra a preços mais convidativos?
- O que acontece na gestão da Petrobras, Eletrobras e Caixa? Convidamos 3 ex-CEOs e CFOs para contar tudo que viveram nos “bastidores” das estatais em um evento inédito. Saiba mais e retire seu ingresso gratuito aqui.
Petrobras terminou o dia como a maior queda do Ibovespa. PETR4 registrou baixa de 6,78%, a R$ 40,02; PETR3 caiu 5,90%, a R$ 38,46. Em Nova York, PBR fechou com baixa de 6,71%, a US$ 15,57.
A companhia perdeu cerca de R$ 34 bilhões em valor de mercado apenas no pregão desta quarta-feira (15), passando a valer R$ 513,8 bilhões.
E agora, Petrobras (PETR4)?
Bem, em resumo a resposta é: não faça nada ainda.
Embora a reação unânime do mercado ao episódio seja negativa, não houve mudanças nas recomendações das ações da Petrobras — nem para o bem nem para o mal — entre os analistas que o Seu Dinheiro consultou..
BTG Pactual e XP, por exemplo, mantiveram a recomendação de compra para as ações. Na mesma linha, o Citi e o Santander permanecem com uma postura neutra sobre os papéis.
A permanência do senador na cadeira de CEO já estava em xeque desde março, em um verdadeiro cabo de guerra sobre o pagamento de dividendos extraordinários referentes ao quarto trimestre. Mas não só.
As divergências entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também fazem parte desse processo de ‘fritura’ de Prates na cadeira de comando da estatal. Até o nome de Aloizio Mercadante, hoje presidente do BNDES, foi cotado para o cargo de CEO — mas não vingou após a reação negativa do mercado e de aliados do governo.
- LEIA TAMBÉM: O balanço da Petrobras (PETR4) não te diz tudo que você precisa saber sobre a estatal; entenda
Por que a saída de Prates é tão negativa?
Mesmo com a possível saída de Jean Paul Prates há meses, a demissão foi considerada uma surpresa pelos analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, em menos de 25 horas depois da divulgação dos resultados do primeiro trimestre.
Assim como nas demais trocas do comando da estatal, as preocupações sobre mudanças na política de investimentos e maior interferência política na companhia são o que assombram o mercado hoje.
Há também outro consenso: a saída de Prates pouco tem relação com o desempenho do senador na cadeira de comando.
“Prates vinha entregando bons números, sem mudanças radicais na fórmula que vem dando certo para os resultados da petroleira nos últimos anos”, disse Ruy Hungria, da Empiricus.
A pedra no sapato de Prates, por sua vez, seria “insatisfação com o ritmo de implementação de investimentos na empresa”.
Para Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, um dos riscos é o aumento de investimentos nos próximos trimestres em setores que não são o core business da Petrobras, como o setor de refino.
“Vemos que a orientação dessa troca [no comando] é para dar mais ênfase no programa de investimentos, com aumento, em destaque, de investimentos no setor de refino, que é um setor que tem um retorno aquém do core da Petrobras” — que é a extração de petróleo em águas profundas e ultraprofundas, afirma Soares. “Qualquer movimento que venha se desfocar desse nicho vai ser mal visto pelo mercado.”
Já Frederico Nobre, chefe de análises da Warren Investimentos, acrescenta que a troca traz insegurança porque Magda Chambriard, a nova CEO da Petrobras, é conhecida por ter uma visão estratégica diferente para a companhia, incluindo a atual política de dividendos.
Para o BTG Pactual, Prates era visto como um forte defensor de uma remuneração sólida aos acionistas. Já a posição de Chambriard sobre esta questão ainda deve ser provada e será crucial para renovar a segurança.
No primeiro momento, os analistas do banco afirmam que nas trocas anteriores de comando houve poucos impactos tangíveis que levaram a uma revisão significativa das previsões de geração de fluxo de caixa do acionista (FCFE).
“Acreditamos que este pragmatismo permanecerá em vigor, impulsionado pela necessidade contínua do governo federal de gerir as contas fiscais e pelas rigorosas regras de governança e métricas de rentabilidade necessárias para a aprovação de investimentos inorgânicos”, escrevem os analistas.
Dividendos em risco?
Um dos temas sensíveis para Petrobras (PETR4) é o pagamento de dividendos. Em março, quando a estatal anunciou o congelamento dos dividendos extraordinários do quatro trimestre, as ações despencaram mais de 8%.
Depois de uma queda de braço com o governo, a estatal liberou metade desses proventos — o equivalente a R$ 22,7 bilhões — no mês passado. Os outros 50% devem ser pagos até o começo do ano que vem.
Mas com a mudança repentina no comando da estatal, a dúvida surgiu novamente. Porém, por agora, os analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro não esperam uma mudança no que já foi combinado.
“Embora não esperemos mudanças significativas nos dividendos e planos de capex a curto prazo, reconhecemos que a incerteza aumenta consideravelmente a percepção de risco”, o que explica a forte queda das ações hoje, na avaliação da XP.
Na visão do BTG, há poucas evidências, até agora, de novas medidas que possam ameaçar os rendimentos de dividendos de dois dígitos em 2024 e 2025. "Continuamos a acreditar que a empresa prosseguirá com novas fusões e aquisições e adotará estratégias para reduzir a volatilidade dos preços dos combustíveis”, escrevem os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez.
Para o Santander, há pelo menos três pontos a se monitorar a partir de agora:
(i) ritmo de execução do Capex (principalmente em downstream);
(ii) aceleração de M&As, em especial, nos projetos de refino, petroquímica e energia renovável; e
(iii) preços dos combustíveis e seus impactos na geração de caixa e distribuição de dividendos.
Ou seja, o risco no curto prazo está nas discussões envolvendo maior plano de investimentos e crescimento mais lento para produção em 2024 e 2025.
- Tudo que você precisa saber sobre a Petrobras em um e-book GRATUITO: Agora que você já acompanhou o balanço, que tal saber mais sobre a maior petroleira do Brasil? Acesse aqui.
Ações da Usiminas (USIM5) despencam 23% após balanço; é hora de fugir dos papéis ou aproveitar o desconto?
A performance reflete números abaixo do previsto pelo mercado para o segundo trimestre de 2024
Alívio para a BRF (BRFS3) e a JBS (JBSS3)? Brasil vai declarar fim do foco da doença de Newcastle no RS — mas há obstáculos no caminho
Apesar do fim do foco da doença no Rio Grande do Sul, as exportações não devem ser imediatamente retomadas; entenda o que está em jogo para o Brasil agora
Fundo imobiliário TRXF11 entra para o setor de saúde com acordo de R$ 621 milhões para construir novo hospital para o Einstein
O FII comprou um imóvel localizado no Morumbi, bairro nobre da cidade de São Paulo, que deve ser locado para o Einstein por 20 anos
PIB americano alimenta apetite do mercado por risco; confira o que o dado provocou na cotação do ouro em Nova York
Valorização do iene e do franco suíço contribuíram para o desempenho do metal precioso
Retorno de até 200% e dividendos isentos de IR: cinco fundos imobiliários que renderam mais do que imóveis residenciais nos últimos anos
Os FIIs se consolidaram como uma alternativa para lucrar com imóveis com mais liquidez e menos burocracia
R$ 570 milhões por uma fatia de um prédio: por que o fundo imobiliário KNRI11 aceitou desembolsar milhões por pouco mais da metade de um edifício corporativo em SP
O FII anunciou na última quarta-feira (24) a compra de 57% da Torre Crystal por R$ 570,8 milhões
Não vejo excesso de otimismo no mercado americano hoje, diz Howard Marks, o ‘guru’ de Warren Buffett
Em evento em São Paulo, gestor da Oaktree disse que euforia se concentra em um punhado de ações de tecnologia e que ações estão um pouco caras, mas nada preocupante
S&P 500 e Nasdaq têm o pior desempenho em dois anos e arrastam a Nvidia (NVDC34) — quem é o culpado por esse tombo?
Os vilões das baixas foram duas gigantes norte-americanas, que causaram um efeito dominó e pressionaram todo um setor; por aqui, dólar renovou máxima e Ibovespa terminou o dia em baixa
O mercado de ações dos EUA está caro, mas há oportunidades: veja as principais apostas da gestora do JP Morgan para o 2º semestre
Para Mariana Valentini, da JP Morgan Asset Management, é necessário diversificar a carteira de investimentos — e outros países além dos EUA podem ser uma boa pedida agora
Fiagro salta mais de 30% e registra o maior retorno do ano; confira o ranking dos fundos agro mais rentáveis de 2024 até agora
De acordo com um levantamento da Quantum FInance, oito fundos da classe acumulam um retorno positivo neste ano