Treasurys na máxima, ações em sobe e desce: o que Powell disse sobre os juros que sacudiu Wall Street hoje
Os mercados norte-americanos reagiram às declarações do presidente do Fed durante evento no Clube Econômico de Nova York e o Seu Dinheiro preparou um compilado das declarações do chefe do principal banco central do mundo; confira

Os juros projetados pelos Treasurys, como são conhecidos os títulos de dívida do governo dos EUA, renovaram máximas e as ações embarcaram em uma verdadeira montanha-russa em Wall Street com as declarações — muito aguardadas — do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, nesta quinta-feira (19). Mas o que ele disse para provocar essa reação em Nova York?
Não foi exatamente o que ele disse, mas os sinais que ele deu sobre o futuro da política monetária norte-americana: os juros por lá devem permanecer elevados por mais tempo — o chamado “higher for longer”.
E mais: Powell confirmou que o Fed não abandonou o aperto monetário de vez, apesar da desaceleração no ritmo de aumento da taxa referencial.
As declarações em si vieram em linha com o entendimento do BC dos EUA de que o trabalho não está concluído com relação à inflação na meta de 2%, ainda que os dados sinalizem um esfriamento na escalada dos preços.
E talvez isso explique a montanha-russa das ações em Wall Street e dos Treasurys: o mercado não gosta de juros altos, mas Powell não deu nenhuma declaração que não fosse esperada. Confira a cobertura ao vivo dos mercados.
Tanto é que enquanto o chefão do BC norte-americano falava, as apostas de manutenção dos juros na reunião do Fed de novembro chegaram a 99%, de acordo com dados compilados pelo CME Group, de 93,4% do dia anterior.
Leia Também
Para dezembro, quando acontece a última reunião do ano, a possibilidade de manutenção da taxa também subiu: de 60,8% para 69,1%.
- [Conflito Israel-Hamas] ‘Boom’ do petróleo pode fazer essa ação do setor disparar até 70% na Bolsa; conheça gratuitamente aqui
Juros: como chegamos até aqui
Depois da escalada agressiva dos juros nos EUA no ano passado, o BC norte-americano começou a pisar no freio conforme os preços foram dando sinais de arrefecimento — a inflação medida pelo índice de preços para gastos pessoais (PCE, a métrica preferida do Fed) saiu de 7,1% em junho de 2022 para estimados 3,5% em setembro deste ano.
Com o temor de que uma recessão pudesse atingir a maior economia do mundo diante de juros tão altos, boa parte do mercado chegou a prever até mesmo cortes nos juros ainda este ano.
A surpresa veio quando a economia dos EUA se mostrou mais forte do que o esperado, com crescimentos de 2,1% e 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro e segundo trimestres de 2023, segundo dados oficiais.
A partir daí, os investidores passaram a buscar com ainda mais afinco sinais que pudessem indicar qual caminho o Fed iria percorrer depois de juros tão elevados, uma economia e mercado de trabalho firmes e inflação em desaceleração.
Como investir em BDRs? Veja a melhor forma de se expor ao dólar com ações internacionais
Os sinais de Powell
E, se eram sinais que o mercado queria, nesta quinta-feira (19) Powell emitiu vários. O Seu Dinheiro fez um compilado das principais declarações de hoje.
- Desaceleração da inflação é bem-vinda, mas não convence
No discurso, o presidente do Fed disse logo de cara que a desaceleração da inflação é bem-vinda, mas não é suficiente para convencer os membros do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) de que a meta de 2% será alcançada no curto prazo.
"Ainda não podemos saber por quanto tempo essas leituras mais baixas persistirão ou onde a inflação irá se estabilizar nos próximos trimestres", afirmou. “Embora o caminho provavelmente seja acidentado e leve algum tempo, meus colegas e eu estamos unidos em nosso compromisso de desacelerar a inflação de forma sustentável para 2%”, acrescentou.
- Economia e mercado de trabalho serão sacrificados em nome da inflação
Powell também afirmou que o Fed não pensará duas vezes em sacrificar o crescimento econômico e a força do mercado de trabalho para fazer a inflação convergir para a meta de 2%.
“Ainda assim, os registros sugerem que um regresso sustentável à meta de inflação de 2% provavelmente exigirá um período de crescimento abaixo da tendência e algum abrandamento adicional nas condições do mercado de trabalho”, disse.
Ele ainda alertou que a criação robusta de emprego nos EUA e uma baixa taxa de desemprego somados à uma economia que cresce mais do que o esperado poderão colocar em risco o progresso do banco central norte-americano para trazer a inflação para a meta, o que demandaria mais aperto monetário.
“Evidências adicionais de crescimento persistentemente acima da tendência, ou de que a tensão no mercado de trabalho não está mais diminuindo, poderiam colocar em risco novos progressos na inflação e poderiam justificar um maior aperto da política monetária”, afirmou.
- Empresas não sentem o efeito dos juros altos
Depois do discurso, Powell respondeu perguntas e mandou novos sinais do que pode acontecer na política monetária norte-americana daqui para frente.
Ele reconheceu que a economia se mostrou mais resiliente, que a maioria esperava uma recessão que não aconteceu e que isso foi uma surpresa. O chefe do Fed também disse que os juros elevados ainda não afetam as empresas norte-americanas, embora o setor imobiliário e de bens de consumo estejam sofrendo.
“As empresas ainda não estão sentindo os efeitos dos juros altos. A economia, de alguma forma, está menos suscetível ao aperto monetário”, disse. “O mercado imobiliário foi bem afetado, assim como o setor de bens duráveis — ainda vemos a política monetária funcionando nos canais usuais”, acrescentou.
- Fed quer ver para crer
Powell voltou a dizer que uma economia com crescimento robusto e um mercado de trabalho forte não é o suficiente para o Fed, que deseja ver a inflação desacelerando e se sustentando em baixa.
“A razão de desacelerar o ritmo de aperto monetário é para dar tempo de a política monetária fazer efeito. Fomos muito rápidos em 2022 e agora estamos sendo mais cautelosos com nossas decisões”, afirmou.
- Treasurys nas máximas e uma nova guerra
O presidente do Fed admitiu que as condições financeiras se tornaram significativamente mais restritivas nos últimos meses e os juros projetados pelos Treasurys de longo prazo têm sido um importante fator impulsionador.
"Continuamos atentos a estes desenvolvimentos porque alterações persistentes nas condições financeiras podem ter implicações na trajetória da política monetária", afirmou.
Sobre outros fatores, Powell avaliou que as tensões geopolíticas são altamente elevadas e representam riscos importantes para a atividade econômica mundial.
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR
Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês