O ranking de países mais felizes do mundo, divulgado na última semana, coloca a Suécia como a sexta mais alegre. A relativa estabilidade econômica e estilo de vida pacato da península escandinava podem ser uma explicação para isso — e, graças à inflação, o sorriso dos suecos está cada vez menos aberto.
O índice de preços mensal de fevereiro fechou com alta de 1,1%, a mesma do Reino Unido. É um índice que também tem sido estável: em relação aos 12 meses anteriores, a inflação está em 12%.
Entretanto, esse é o maior índice desde o final de 1980, de acordo com dados do Investing.com. Não é incomum encontrar na história sueca momentos de deflação ao longo desse período.
Apesar da manutenção do “índice de felicidade”, muitos suecos têm motivo para manter a cara fechada. Afinal, a inflação de alimentos e moradia superou o índice fechado, o que pressiona principalmente as classes mais baixas do país.
A inflação acumulada dos alimentos subiu 20,5% em 12 meses, enquanto o índice de preços de habitação e serviços essenciais deu um salto de 456.16 pontos para 528.19 pontos no mesmo período, uma alta de 15,8%.
Segundo a definição do próprio país, pode ser definido como pobre “a pessoa que ganha menos de 60% da renda média do país”. Dados do governo sueco mostram que a renda média é de 2.900 euros, ou seja, quem ganha menos de 1740 euros (R$ 16.400) — aproximadamente 15% da população de 10,42 milhões.
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Suécia: um país em crise
Se a inflação por lá é algo preocupante, a atividade econômica também tem deixado a desejar. Na última leitura do PIB do país, houve uma contração de 0,9% na atividade econômica, um recuo além das expectativas de 0,6%.
Além disso, a taxa de juros por lá também está entre as mais altas para o país em cerca de 14 anos, a 3% ao ano.
Vale lembrar que a Suécia faz parte do grupo de países que integra a União Europeia mas não adotou o euro como moeda única — Banco Central da Suécia é chamado de Sveriges Riksbank, responsável por emitir a coroa sueca.
Problemas do mundo na pequena península
Assim como outros países do mundo, a Suécia também enfrenta problemas de inflação generalizada devido aos problemas da cadeia de produção.
A necessidade de elevar a taxa de juros e a consequente desvalorização da moeda também são problemas para melhorar a situação das contas públicas.
Mas se há algo para comemorar é a disputa regional pela felicidade na península escandinava: o país perde apenas para a Finlândia no ranking de felicidade e segue à frente da Noruega.

*Com informações do Investing.com, Visual Capitalist, Trading Economics, Banco Mundial e portal oficial do governo da Suécia