O cerco a Putin: como a entrada da Suécia pode ditar os rumos da guerra e colocar a Ucrânia em vantagem
No primeiro dia da reunião de cúpula da Otan, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou seu apelo à adesão à aliança, complicando ainda mais a situação de Moscou
A Turquia era o coringa no jogo de quem dava as cartas na guerra entre Rússia e Ucrânia — ora nas mãos de Vladimir Putin ora nas mãos dos inimigos do presidente russo. Na segunda-feira (11), esse trunfo finalmente foi colocado na mesa e quem levou a melhor foram EUA, Europa e seus aliados.
Para isso, no entanto, foi necessário que a União Europeia (UE) fizesse uma manobra ousada, abrindo as portas para que os turcos possam fazer parte do bloco — uma demanda antiga de Ancara e que ainda demanda a candidatura do país e todo processo de aprovação necessário.
Com essa jogada, o último obstáculo para a entrada da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) caiu por terra. Putin ficará cercado.
- Aproveite o ‘boom’ da inteligência artificial para buscar lucros: é hora de investir nas ações da empresa de tecnologia que é líder de mercado, cresce todos os anos e está muito barata. Essa e + 4 recomendações de BDRs para comprar agora você pode conhecer GRATUITAMENTE – é só clicar neste link.
Putin encurralado
No ano passado, Finlândia e Suécia abandonaram décadas de não-alinhamento militar em uma mudança política histórica desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, apresentando simultaneamente pedidos de adesão à Otan e prometendo concluir o processo “de mãos dadas”.
Não demorou muito e em março deste ano, a Finlândia recebeu luz verde do parlamento para se tornar membro permanente da Otan.
Essa aprovação fez com que Putin tivesse apenas a Suécia como rota para uma saída mais ao norte, como mostra o mapa elaborado pela BBC.
Turquia, o fiel da balança
Para ingressar na Otan, é necessária a aprovação dos 30 membros da aliança. Acontece que Hungria e Turquia estavam, até então, reticentes em dar bênção aos países nórdicos — em especial para a Suécia sob a alegação de abrigo ao que Ancara considera membros de grupos terroristas.
O que se viu a partir de março foi a negociação com a Finlândia avançando, enquanto protestos realizados em Estocolmo, incluindo a queima do Alcorão em frente à embaixada da Turquia, tornavam cada vez mais difícil o ingresso da Suécia na Otan.
Mas tudo mudou ontem, com a sinalização positiva da UE à Turquia para o ingresso no bloco. Faltava a Hungria, certo? Só que os húngaros já haviam indicado que seguiriam Ancara na decisão sobre Finlândia e Suécia — e a menos que algo aconteça até a aprovação final, Putin estará sem saída mais ao norte em pouco tempo.
Ucrânia na Otan?
Não há dúvidas de que Finlândia e Suécia na Otan reforçam a aliança que tem como lema “mexeu com um, mexeu com todos”, além de formar um grande obstáculo para Putin na Europa.
Mas a Rússia fica realmente encurralada caso os ucranianos ingressem na organização. Aí o cerco estará completamente fechado.
Esse, inclusive, foi um dos motivos que levou Putin a invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado. Embora o líder russo tenha alegado lutar pela “desnazificação” de Kiev, o gatilho para a invasão pôde ser visto nos mapas da Europa.
Antes de Finlândia e Suécia, a Ucrânia havia solicitado adesão à Otan — e, depois de inúmeros avisos de Putin para que isso não acontecesse, a guerra estourou.
Nesta terça-feira (11), falando a milhares de pessoas em Vilnius à margem da cúpula da aliança, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou seu apelo à adesão.
"A Otan dará segurança à Ucrânia, a Ucrânia tornará a Otan mais forte", disse Zelensky, ao lado do presidente lituano, Gitanas Nauseda.
Enquanto Zelenskyy falava, o slogan do Twitter "#UkraineNato33" apareceu atrás dele, referindo-se aos planos da Ucrânia de se tornar o 33º membro da aliança militar depois da Finlândia e da Suécia.
O presidente ucraniano chegou a pedir um cronograma claro da Otan para trazer seu país para a aliança. Anteriormente, o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, disse que as adesões anteriores não foram acompanhadas por um cronograma: "Elas são baseadas em condições".
VEJA TAMBÉM - DÓLAR ABAIXO DOS R$ 4,50? O QUE ESPERAR DO CÂMBIO E SELIC NA RETA FINAL DE 2023
“Odeio Trump”, diz Stormy Daniels — o depoimento da pivô do caso que pode levar Trump à prisão
A estrela pornô testemunhou nesta terça-feira (7) sobre a relação com o ex-presidente norte-americano e disse que quer ele seja preso se for condenado no julgamento criminal
Javier Milei é “buy”? Elon Musk recomenda investimento na Argentina e bolsa local sobe mais de 3%
Após um encontro com o presidente argentino e a secretária geral da presidência, Karina Milei, o bilionário postou uma foto, comentando na sequência: “eu recomendo investir na Argentina”
O recado da China à Europa: o que o presidente Xi Jinping foi fazer na França após cinco anos — e não é só comércio
Ainda esta semana, o presidente chinês fará escalas na Sérvia e na Hungria, aliados da Rússia que cortejaram o investimento chinês
Fim da guerra em Gaza? Hamas concorda com cessar-fogo, mas trégua ainda não está garantida. Veja a resposta de Israel
O cessar-fogo está sendo articulado em um momento em que Netanyahu planeja a invasão por terra da na cidade de Rafah, no sul de Gaza — em uma ofensiva prometida há semanas
Por que o dado negativo de emprego nos EUA anima os mercados e pode fazer você ganhar dinheiro na bolsa
A economia norte-americana abriu menos vagas do que o esperado em abril e a taxa de desemprego subiu no período — isso pode ser uma boa notícia para os investidores; descubra as razões
Paciência no limite? Biden solta o verbo e não perdoa nem mesmo um grande aliado dos EUA
O presidente norte-americano comparou o aliado à China e à Rússia; saiba o que ele disse e a razão para isso
O milagre de Milei será adiado? A Via Sacra da Argentina até o crescimento econômico na visão da OCDE
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta, no relatório Perspectiva Econômica divulgado nesta quinta-feira (2), que o PIB da Argentina sofrerá contração de 3,3% em 2024
Os juros não sobem mais nos EUA? A declaração de Powell que animou os investidores — e os dois fatores determinantes para a taxa começar a cair
Na decisão desta quarta-feira (1), o comitê de política monetária do Fed manteve a taxa de juros inalterada como era amplamente esperado; foi Powell o encarregado de dar os sinais ao mercado
Juros nos EUA não caíram, mas decisão do Fed traz uma mudança importante para o mercado
Com amplamente esperado, o banco central norte-americano manteve os juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas a autoridade monetária marcou uma data para mudar uma das políticas mais importantes em vigor desde a pandemia
O impacto da decisão do Fed: como os juros americanos afetam o Brasil e o futuro da Selic
Fed comandado por Jerome Powell deve mostrar postura cautelosa sobre os cortes nas taxas de juros, sem previsões imediatas de redução
Leia Também
-
O recado da China à Europa: o que o presidente Xi Jinping foi fazer na França após cinco anos — e não é só comércio
-
Paciência no limite? Biden solta o verbo e não perdoa nem mesmo um grande aliado dos EUA
-
Exército russo tem avanço diário sobre Ucrânia, que enfrenta soldados exaustos após mais de dois anos de guerra
Mais lidas
-
1
Banrisul (BRSR6) e IRB (IRBR3) são os mais expostos pela tragédia climática no RS, diz JP Morgan, que calcula o impacto nos resultados
-
2
CEO da Embraer (EMBR3) comenta possível plano de jato de grande porte para competir Boieng e Airbus; ações reagem em queda a balanço do 1T24
-
3
'Se eu quisesse investir em golpes, esta seria a próxima grande indústria': o alerta de Warren Buffett sobre a inteligência artificial