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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
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Usar cartão de crédito e conta em dólar na Argentina finalmente se tornou viável para turistas; entenda

Visa e Mastercard colocaram em prática a conversão pelo dólar MEP, mais vantajosa que a oficial e permitida pelo governo do país no fim do ano passado para cartões emitidos no exterior

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
22 de março de 2023
13:32 - atualizado às 13:03
Bandeira da Argentina
Bandeira da Argentina - Imagem: Shutterstock

A vida do turista estrangeiro na Argentina está um pouco mais fácil neste início de ano, já que finalmente está funcionando a conversão pelo dólar MEP em transações feitas com cartões de crédito, débito e pré-pagos emitidos no exterior.

Isso significa que, agora, usar esses cartões em viagem ao país - incluindo aqueles usados para movimentar contas em dólar - se tornou financeiramente viável para o turista brasileiro, apresentando um bom custo-benefício em relação às alternativas de trocar dinheiro no mercado paralelo ou fazer envios para si mesmo pela Western Union.

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O dólar MEP, também chamado de "dólar bolsa" ou "dólar financiero", é uma cotação mais próxima do "dólar blue", praticado nas cuevas do mercado paralelo, e do câmbio praticado pela Western Union.

Em novembro de 2022, o governo argentino passou a permitir que cartões emitidos no exterior praticassem a cotação do dólar MEP nas suas conversões, mas a medida levou algum tempo para "pegar".

Anteriormente, as conversões nas transações realizadas com cartões eram sempre feitas pelo câmbio oficial, o mais desvantajoso, o que tornava seu uso no país extremamente desaconselhável a turistas, restringindo-se a emergências.

Como na Argentina o governo controla o câmbio, a cotação oficial acaba não refletindo as verdadeiras condições de oferta e demanda por moedas no país. Para tentar conter essas distorções, o governo teve de criar pelo menos 15 cotações oficiais para diferentes tipos de transações financeiras internacionais, com diferentes níveis de tributação. O dólar MEP é uma delas.

Tanto os cartões Visa como os da Mastercard já estão operando com a nova conversão. A diferença é que a Visa já faz o câmbio pelo dólar MEP na hora da transação, enquanto a Mastercard faz a troca pelo câmbio oficial e, em seguida, faz um estorno da diferença na fatura.

Mas se o seu cartão tiver sido emitido pela Mastercard, vale a pena checar com a sua conta em dólar ou banco se o reembolso tem sido feito corretamente. Há reclamações na internet de usuários que fizeram compras na Argentina com cartões Mastercard e alegam não ter recebido o referido estorno.

Mudança levou a Wise a não trabalhar mais com peso argentino em sua conta multimoedas

Com a mudança, a Wise, única conta em moeda estrangeira disponível para brasileiros que podia ser carregada em peso argentino, deixou de trabalhar com a moeda dos hermanos, ao menos momentaneamente.

Isso porque a conversão da conta multimoedas era feita pelo câmbio oficial, mas agora está mais vantajoso para os brasileiros carregar a conta em dólares americanos e convertê-los em pesos no ato do pagamento ou dos saques na Argentina pela cotação da Visa, emissora do cartão Wise, que trabalha com o dólar MEP.

Assim, agora o cliente da Wise pode simplesmente carregar sua conta em dólares americanos quando for viajar para a Argentina.

Qual meio de pagamento está mais vantajoso na Argentina agora?

Com a adoção do dólar MEP pelas principais bandeiras de cartão, os plásticos finalmente se tornaram competitivos para quem viaja para a Argentina. Em termos de custo, a Western Union continua valendo mais a pena, seguida de perto pelas trocas no mercado paralelo pelo câmbio blue.

A vantagem da WU é o fato de ser totalmente regular, mas a praticidade deixa a desejar. O método consiste em enviar dinheiro para si mesmo na Argentina pelo app ou site da WU e sacar em uma das lojas, mas corre-se o risco de não haver dinheiro suficiente disponível na hora do saque, além das longas filas, pois este é o método preferido dos turistas.

Assim, normalmente é necessário reservar uma manhã inteira para fazer o saque e talvez seja preciso peregrinar por mais de uma loja. O turista também deve levar uma bolsa ou mochila para levar maços e mais maços de notas, que deverá carregar pela rua por algum tempo.

No mercado paralelo, recomenda-se seguir a indicação de alguém confiável (um morador conhecido, um hotel etc.) para não acabar caindo em golpes, mas se você tiver acesso a trocas pelo câmbio blue no seu hotel ou com seu agente de viagens, pode ser a forma mais prática de trocar dinheiro, pois pode ser feita aos poucos. Mas há também a falta de praticidade e o risco de só se utilizar dinheiro vivo.

Os cartões de débito de contas em dólar, como Wise, Nomad ou as contas globais de bancos como o Inter e o C6, vêm logo em seguida em matéria de preço e se destacam pelo custo-benefício.

Não são tão baratos quanto a WU e o câmbio blue, mas têm a praticidade do uso do cartão, muito embora esse meio de pagamento nem sempre seja aceito na Argentina.

O custo do câmbio varia de uma conta em dólar para a outra, então se você quiser saber as diferenças entre elas e quais são as mais baratas, eu falo sobre isso nesta outra matéria.

O custo das contas em dólar é bom porque elas trabalham com dólar comercial e IOF de 1,1%, mais baratos que o dólar turismo da compra de dólar em espécie e dos cartões pré-pagos e que o IOF de 5,38% dos cartões de crédito e pré-pagos. Eles podem também permitir saques em ATMs, mas nesse caso normalmente há taxas extras.

Por fim, os meios de pagamento menos vantajosos são os cartões de crédito e pré-pagos. Os primeiros costumam usar uma conversão real-dólar menos vantajosa que o dólar comercial, além de muitas vezes cobrar um spread maior que as contas em dólar; já os segundos trabalham com o dólar turismo. E ambos têm IOF de 5,38%, o que deixa seu preço bem salgado.

Ainda assim, convertendo para pesos pelo dólar MEP, o uso do cartão de crédito deixou de ser uma "facada" na Argentina, podendo ser uma boa alternativa para compras de valor mais alto ou emergências.

Além disso, o uso do cartão de crédito para pagar a hospedagem em hotéis tem uma grande vantagem para turistas estrangeiros: a isenção do IVA, o imposto sobre valor agregado. Assim, vale muito a pena usar o plástico para pagar essa despesa, lembrando que o pagamento deve ser feito in loco para fazer jus ao desconto, não pela internet.

Veja a seguir a simulação do custo do câmbio em cada um dos principais meios de pagamento que podem ser utilizados pelo turista que vai à Argentina (eu falo com mais detalhes sobre cada um deles nesta matéria sobre como levar dinheiro para a Argentina ao viajar):

Western Union

  • Custos: Cotação WU (próxima do câmbio blue) + IOF de 1,1% + taxa da WU, que varia de R$ 9,90 a R$ 75.
  • R$ 1 compra 69,05 (para um envio de R$ 100)
  • R$ 1 compra 75,14 pesos (para um envio de R$ 5 ml)

Câmbio blue

  • Custos: Dólar turismo + IOF de 1,1% + Câmbio blue
  • Dólar turismo + IOF: R$ 5,48
  • Dólar blue: 390 pesos (confira aqui a cotação)
  • R$ 1 compra 71,17 pesos

Cartão de débito de conta em dólar (Dólar MEP)

  • Custos: dólar comercial + spread de até 2% + IOF de 1,1% + Câmbio pelo dólar MEP/dólar bolsa
  • Dólar comercial + spread + IOF: R$ 5,43
  • Dólar MEP: 385,81 pesos
  • R$ 1 compra 71,06 pesos

Dólar MEP no Banco Nación

Nas agências do Banco de La Nación Argentina é possível trocar dólares americanos por pesos em espécie pela cotação do dólar MEP de forma totalmente legalizada, desde que o cliente comprove que é turista estrangeiro.

  • Custos: dólar turismo + IOF de 1,1% + Câmbio pelo dólar MEP/dólar bolsa (confira aqui a cotação)
  • Dólar turismo + IOF: R$ 5,48
  • Dólar MEP: 385,81 pesos
  • R$ 1 compra 70,40 pesos

Cartão de crédito internacional (Dólar MEP)

  • Custos: dólar do emissor (vamos usar o dólar PTAX venda) + spread (vamos usar como exemplo o spread de 4% cobrado pelo Nubank) + IOF de 5,38% + Câmbio pelo dólar MEP/dólar bolsa
  • Dólar do emissor + spread + IOF: R$ 5,78
  • Dólar MEP: 385,81 pesos
  • R$ 1 compra 66,75 pesos

Cartão pré-pago (Dólar MEP)

  • Custos: dólar turismo + IOF de 5,38% + Câmbio pelo dólar MEP/dólar bolsa
  • Dólar turismo + IOF: R$ 5,78
  • Dólar MEP: 385,81 pesos
  • R$ 1 compra 66,75 pesos

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