Guerra entre Israel e Hamas vai impactar o ritmo ou o tamanho do ciclo de queda da taxa de juros? Veja o que disse um dos membros do Copom
Diretor admite que a guerra traz riscos que podem afetar preços de ativos, mas é cedo para saber se impactará à inflação e os juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) já sinalizou que deve continuar cortando a taxa básica de juros - a Selic - na última reunião.
Porém, sempre surgem dúvidas se o comitê comandado por Roberto Campos Neto verá mudanças no cenário capazes de o fazer repensar o ritmo de queda ou a extensão do ciclo de corte. Ainda mais quando há uma piora do quadro externo diante da guerra entre Israel e o Hamas.
Mauricio Moura, diretor de relacionamento, cidadania e supervisão do BC, admitiu que a guerra traz riscos que podem afetar preços de ativos como o petróleo, o que poderia elevar a inflação. Porém, acredita que ainda é cedo para avaliar os impactos.
"A guerra traz novos riscos geopolíticos que podem ter impacto em preços de importantes ativos, principalmente no petróleo, que tem disseminação em outros preços. Entretanto, o conflito está em fase inicial, com incertezas sobre duração e intensidade e seus efeitos sobre a inflação global e local", afirmou.
Diante do agravamento do cenário internacional, o diretor do BC também destacou a importância do regime de câmbio flutuante.
Segundo ele, o sistema funciona como um amortecedor diante das incertezas internacionais, reduzindo a volatilidade da moeda.
Leia Também
FIIs: confira os melhores fundos imobiliários para investir em maio, segundo o BTG
Mas até quanto a Selic pode cair?
Questionado em live semanal do BC para responder dúvidas do público, o diretor ainda ressaltou que o Copom não trabalha com um alvo pré-definido para Selic ao fim do ciclo de corte, mesmo caso decidisse mudar a intensidade das quedas da taxa de juros.
“O Copom vai seguir reduzindo a Selic enquanto achar que há espaço e no ritmo que julgar mais adequado. Não há um alvo pré-definido para Selic ao fim do ciclo de relaxamento monetário", disse.
O diretor lembrou que votou pelo corte de 0,50 ponto percentual (pp) dos juros na última reunião - cuja votação foi unânime, assim como a sinalização de que a queda seguirá nesse ritmo nos próximos encontros.
Moura disse que qualquer mudança nessa opinião só viria a partir da análise do conjunto de dados que será levado na próxima reunião do Copom, de 31 de outubro e 1º novembro.
"As decisões do Copom são muito técnicas, baseadas em uma infinidade de fatores econômicos. Mesmo se quisesse dar uma sinalização sobre ritmo, não teria todos os elementos necessários", completou.
PODCAST TOUROS E URSOS - Israel em chamas: o impacto do conflito com Hamas nos investimentos
Sistema de juros do cartão de crédito precisa se reequilibrar
O diretor ainda comentou sobre possíveis mudanças na regulamentação das operações de juros do rotativo do cartão de crédito e do limite ao parcelado sem juros, que estão sendo discutidas pelo setor.
Para ele, é preciso que todos os agentes envolvidos no setor de cartões de crédito conversem para que a solução buscada para o rotativo não tenha uma transição que prejudique empresas ou consumidores.
"O mercado de cartões de crédito tem muitos participantes, que dependem uns dos outros e se relacionam entre si em um delicado equilíbrio. Existem tarifas e remunerações que são cobradas de alguns e repassados a outros. As compras parceladas sem juros cresceram muito e são importantíssimas para comércio e clientes, mas têm riscos e custos", afirmou.
A avaliação do membro do Copom é que o sistema de cartão de crédito precisa encontrar um novo equilíbrio, sem que nenhuma ponta seja prejudicada.
Mais cedo, Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), disse que o BC vai precisar arbitrar a regulação do rotativo do cartão de crédito e do limite ao parcelado sem juros.
Segundo ele, a perpetuação do modelo atual de negócio não contará com o apoio da Febraban. Sidney deu entrevista à Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Com Estadão Conteúdo
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Como o ator Mel Gibson pode salvar a Austrália das garras de Trump
Apesar de ter desempenhado papéis de peso em filmes como Máquina Mortífera e Mad Max, é outra condição que credencia o astro de Hollywood a tentar convencer o presidente norte-americano dessa vez; entenda essa história
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Muito acima da Selic: 6 empresas pagam dividendos maiores do que os juros de 14,75% — e uma delas bateu um rendimento de 76% no último ano
É difícil competir com a renda fixa quando a Selic está pagando 14,75% ao ano, mas algumas empresas conseguem se diferenciar com suas distribuições de lucros
Trump anuncia primeiro acordo tarifário no âmbito da guerra comercial; veja o que se sabe até agora
Trump utilizou a rede social Truth Social para anunciar o primeiro acordo tarifário e aproveitou para comentar sobre a atuação de Powell, presidente do Fed
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Duas ações para os próximos 25 anos: gestores apostam nestes papéis para sobreviver ao caos — e defendem investimentos em commodities
No TAG Summit 2025 desta quarta-feira (7), os gestores destacaram que a bolsa brasileira deve continuar barata e explicaram os motivos para as commodities valerem a pena mesmo em meio à guerra comercial de Trump
Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta
Selic chega a 14,75% após Copom elevar os juros em 0,5 ponto percentual — mas comitê não crava continuidade do ciclo de alta
Magnitude do aumento já era esperada pelo mercado e coloca a taxa básica no seu maior nível em quase duas décadas
Bitcoin (BTC) sobrevive ao Fed e se mantém em US$ 96 mil mesmo sem sinal de corte de juros no horizonte
Outra notícia, que também veio lá de fora, ajudou os ativos digitais nas últimas 24 horas: a chance de entendimento entre EUA e China sobre as tarifas
Não vai meter a colher onde não é chamado: Fed mantém taxa de juros inalterada e desafia Trump
Como era amplamente esperado, o banco central norte-americano seguiu com os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, mas o que importa nesta quarta-feira (7) é a declaração de Powell após a decisão
Prio (PRIO3) divulga resultados dentro do esperado pelos analistas, mas ações caem 2%; entenda o motivo
Segundo XP e BTG, os dados que importam são o Ebitda e o fluxo de caixa livre — e ambos mostram que a empresa tem fôlego para a operação
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC, explica por que o Copom não vai antecipar seus próximos passos na reunião de hoje
O executivo, que hoje é chairman da JiveMauá, acredita em um aumento de meio ponto percentual nesta reunião do Copom, sem nenhuma sinalização no comunicado
Campos Neto no Nubank: ex-presidente do BC deve assumir como vice chairman a partir de julho
RCN foi convidado para assumir os cargos de vice chairman, diretor global de políticas públicas e conselheiro da fintech; ele deve assumir funções a partir de 1º de julho, depois de cumprir a quarentena do BC
CDI+5% é realista? Gestores discutem o retorno das debêntures no Brasil e destacam um motivo para o investidor se preocupar com esse mercado
Durante evento, gestores da JiveMauá, da TAG e da Polígono Capital destacam a solidez das empresas brasileiras enquanto emissoras de dívida, mas veem riscos no horizonte
Copom deve encerrar alta da Selic na próxima reunião, diz Marcel Andrade, da SulAmérica. Saiba o que vem depois e onde investir agora
No episódio 221 do podcast Touros e Ursos, Andrade fala da decisão de juros desta quarta-feira (7) tanto aqui como nos EUA e também dá dicas de onde investir no cenário atual
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
É recorde: Ações da Brava Energia (BRAV3) lideram altas do Ibovespa com novo salto de produção em abril. O que está por trás da performance?
A companhia informou na noite passada que atingiu um novo pico de produção em abril, com um aumento de 15% em relação ao volume visto em março
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA