A autonomia do Banco Central é uma bobagem? Veja como Lula lidou com o BC no passado
Presidente também criticou a forma como a autoridade monetária conduz o regime de metas de inflação e o nível da taxa de juro

A autonomia do Banco Central há anos é motivo de discussões acaloradas entre os agentes do mercado financeiro — e também na imprensa.
O debate parecia encerrado após a aprovação da autonomia formal do BC por lei em 2021, mas o assunto voltou à tona no início da noite de ontem.
À Globonews, em sua primeira entrevista concedida com exclusividade desde a posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva qualificou como “bobagem” a autonomia do Banco Central.
Aproveitou ainda para criticar a forma como a autoridade monetária conduz o regime de metas de inflação e o nível das taxas de juros. Segundo o presidente, a situação força um arrocho na economia.
O comentário pressionou os mercados na quinta-feira (19). Entretanto, como Lula nunca fez exatamente questão de esconder sua opinião a respeito, a reação dos investidores é menos exacerbada do que muitos temiam antes da abertura do pregão — tanto a bolsa como o dólar conseguiram fechar o dia com ganhos.
A diferença entre independência e autonomia do Banco Central
Antes de prosseguir é necessário fazer um esclarecimento. Embora muita gente afirme que o Brasil dispõe de um banco central independente, o termo é usado incorretamente.
Leia Também
Tanto no caso de independência quanto no de autonomia, as decisões da autoridade monetária não podem ser revertidas pelo governo. Mas há diferenças importantes.
Um banco central é independente quando tem poder de decidir suas próprias metas e objetivos, além de liberdade operacional.
É o caso do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Mas isso não significa que o Fed não preste contas à sociedade.
A supervisão do trabalho da autoridade monetária cabe ao Congresso dos Estados Unidos, motivo pelo qual o presidente do Fed é chamado semestralmente a depor perante comissões da Câmara e do Senado.
- Em dúvida sobre como investir? Faça o download GRATUITO do e-book Onde investir em 2023 e confira a opinião dos maiores especialistas do mercado financeiro sobre os ativos mais promissores para este ano. BAIXE AQUI
Já a autonomia refere-se à liberdade da autoridade monetária para atingir suas metas. Entretanto, as metas não são definidas pelo próprio banco central.
No Brasil, por exemplo, a meta de inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com a posse de Lula, o CMN voltou a ser composto por um representante do Ministério da Fazenda, um do Ministério do Planejamento e um do Banco Central.
Após a aprovação da lei que deu autonomia ao BC brasileiro, os mandatos do presidente da autoridade monetária deixaram de coincidir com os do presidente da República.
Isso significa que Lula terá de conviver com Roberto Campos Neto, indicado ao cargo por Jair Bolsonaro, até o fim de 2024.
Onde o banco central é autônomo ou independente
Além do Brasil e dos EUA, apenas algumas dezenas de países mantêm seus respectivos bancos centrais como entidades autônomas ou independentes. São eles, por ordem alfabética:
- África do Sul
- Albânia
- Armênia
- Chile
- Colômbia
- Coreia do Sul
- Filipinas
- Gana
- Geórgia
- Indonésia
- Islândia
- Israel
- Japão
- México
- Nova Zelândia
- Peru
- Polônia
- Reino Unido
- República Checa
- Romênia
- Rússia
- Suécia
- Suíça
- Tailândia
- Turquia
- Zona do euro
A repercussão dos comentários de Lula
Na noite de quarta-feira, logo depois da veiculação da entrevista, analistas de mercado passaram a divulgar comentários e opiniões sobre as declarações de Lula.
“A inflação e os juros não estão altos devido à independência do BC”, escreveu Sergio Goldenstein, ex-chefe do departamento de mercado aberto do Banco Central, em sua conta no Twitter.
“Refletem principalmente a combinação do erro anterior de reduzir a Selic para 2%, dos choques de oferta, da perda de credibilidade do arcabouço fiscal no governo anterior e das incertezas fiscais atuais”, prossegue ele.
Vale a pena ler o fio completo.
“É o tipo de discurso que, mesmo não se concretizando, já mostra efeitos no dólar, expulsando investidores e sustentando taxas de juros em níveis bem acima do necessário para controlar uma inflação que já mostra sinais de recuo”, comentou por sua vez Beto Saadia, economista e sócio da BRA BS.
Melhor, pior ou diferente?
O fato é que se trata de um debate acalorado sobre um tema árido. Num extremo, há os que defendem uma autonomia próxima da total independência. O objetivo principal seria evitar interferências políticas indesejadas.
No outro lado, há quem não veja sentido em dissociar a autoridade monetária dos objetivos de um governo eleito pelo voto.
No meio do caminho, há quem pondere que o que faz a diferença não é a autonomia em si, mas a forma com que o Banco Central se comporta diante dos desafios econômicos que lhe são impostos.
Lula concedeu autonomia informal ao Banco Central
Embora tenha manifestado críticas à condução da política monetária, Lula concedeu ampla autonomia a Henrique Meirelles à frente do Banco Central entre 2003 e 2010.
Não se tratava de autonomia formal, mas Meirelles tinha espaço para trabalhar com liberdade.
Em meio à crise financeira desencadeada pela quebra do banco Lehmann Brothers, em 2008, Meirelles conseguiu manter a inflação sob controle e ao mesmo tempo baixar os juros.
Em meio à repercussão da entrevista à Globonews, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, assegurou que Lula não vai mudar de postura agora.
Dilma tentou baixar os juros na marra
Ao suceder Lula, Dilma Rousseff nomeou Alexandre Tombini presidente do BC. Ao contrário de seu antecessor, Dilma optou por manter o Banco Central praticamente sob o comando do Palácio do Planalto.
Prevalecia na época a convicção de que a taxa Selic estava alta demais e Tombini tentou baixar o juro na marra. De outubro de 2012 a abril de 2013, a Selic permaneceu em 7,25% ao ano, a mínima histórica até então.
No mercado, porém, a percepção era de que os preços estavam represados e não era seguro baixar demais o juro.
Tudo isso se juntou ao fim do ciclo de commodities na China, a uma crise fiscal na Europa e à falta de interesse dos empresários brasileiros em investir mesmo com os juros em níveis historicamente baixos.
Bolsonaro assinou a autonomia do Banco Central
De qualquer modo, tanto sob Lula quanto sob Dilma, o BC era uma autarquia federal subordinada aos interesses do Palácio do Planalto.
A autonomia formal do Banco Central foi decidida no governo Jair Bolsonaro, que mais tarde disse ter se arrependido da decisão.
O BC ganhou autonomia em fevereiro de 2021. Na ocasião, a taxa Selic encontrava-se em 2,00% ao ano. Um recorde histórico que não será batido tão cedo.
Por coincidência ou não, já na reunião seguinte, o Comitê de Política Monetária do BC deflagrou o ciclo de aperto monetário que levou a Selic aos atuais 13,75% ao ano.
Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões
Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil
As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875. No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]
Governo publica pacote com mudanças no IOF e novas regras para taxação de investimentos; confira os detalhes
Medida Provisória inclui taxação de 5% sobre títulos que eram isentos de IR, como LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas
“Não é aumento de imposto, é correção”: Haddad defende fim da isenção a títulos privados e avalia os impactos no agro e no setor imobiliário
O ministro também voltou a falar que as novas medidas ligadas à alta do IOF vão atingir apenas os mais ricos
Motta diz ter comunicado ao governo reação negativa do Congresso a mudanças tributárias e defende isenção para financiar agro e imóveis
No Brasília Summit, presidente da Câmara defendeu a revisão das isenções fiscais e de benefícios tributários
Sortudo embolsa quase R$ 15 milhões com a Quina, e Mega-Sena acumula em R$ 90 milhões; veja os resultados dos sorteios de terça (10)
Não é só a Mega-Sena que pode fazer um novo milionário em breve: outras cinco loterias estão acumuladas — e com prêmios de mais de R$ 1 milhão
Adeus, poupança: Banco Central corre atrás de alternativas para o financiamento imobiliário diante do desinteresse pela caderneta
Com saques em massa e a poupança em declínio, o presidente do BC afirmou que se prepara para criar soluções que garantam o financiamento da casa própria
O Brasil vai ser cortado? Moody’s diz o que pode levar ao rebaixamento do rating do país
Em evento nesta terça-feira, a analista responsável pela nota de crédito brasileira listou os pontos fortes e fracos do país
Haddad confirma IR de 17,5% para investimentos e 20% para JCP, e diz que medidas só atingem “os moradores da cobertura”
Ministro da Fazenda se reuniu hoje com o presidente Lula para apresentar pacote discutido no domingo com líderes do Congresso
O caminho do bem: IPCA de maio desacelera, fica abaixo das estimativas e abre espaço para fim do ciclo de alta da Selic
Inflação oficial caiu de 0,43% para 0,26%, abaixo do 0,33% esperado; composição também se mostrou mais saudável, embora ainda haja pontos de atenção
Haddad quer reduzir incentivos fiscais, mas ainda não teve apoio de parlamentares; entenda os planos do ministro, que incluem BPC e Fundeb
A equipe econômica também apresentou um quadro das despesas para uma maior compreensão do atual quadro fiscal do país
É recorde de Pix: brasileiros fazem quase 280 milhões de transações em um dia e valor passa de R$ 135 bilhões
O recorde diário anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro de 2024, dia do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, com 252,1 milhões de movimentações
IOF em debate: Congresso não tem compromisso de aprovar as medidas propostas pelo governo, diz presidente da Câmara
Declaração de Hugo Motta aconteceu após reunião de quase seis horas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças do Congresso no domingo (8)
Alternativa ao IOF: investimento em ações também pode estar na mira do governo; veja o que se sabe até agora
Por ora, todas as medidas aventadas vão na direção de aumentar as receitas do governo – nada de cortar gastos foi adiante nas negociações entre a equipe econômica e os líderes do Congresso, que se reuniram durante horas na noite neste domingo (08)
Quina e outras loterias sorteiam mais de R$ 21 milhões hoje — mas os prêmios de encher os olhos vêm depois
Tem Quina com R$ 13,5 milhões em jogo nesta segunda (10), mas loterias como Mega-Sena e Quina de São João roubam a cena
Pacote com alternativas ao IOF deve incluir taxação sobre bets, mas também imposto sobre LCI e LCA
A expectativa é que o pacote seja apresentado novamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (10) pela manhã
Agenda econômica: PIB no Reino Unido e inflação no Brasil e nos EUA; veja o que movimenta os mercados nesta semana
A agenda dos próximos dias é enxuta, mas os números esperados devem impactar as projeções futuras do mercado
A esperança pela “volta” do Banco do Brasil (BBAS3) e as 5 ações para o segundo semestre são os temas mais lidos da semana
Entre a recuperação do Banco do Brasil (BBAS3) e as apostas da Bradesco Asset para o 2º semestre, veja os destaques mais lidos da semana no Seu Dinheiro
Haddad se encontra com líderes partidários para discutir alternativas ao aumento do IOF: o que esperar?
O anúncio sobre as medidas deve ser feito na próxima terça-feira
R$ 61 milhões na mesa: ninguém acerta os seis números e Mega-Sena acumula — mas prêmio de ‘consolação’ é R$ 44 mil
Confira os números sorteados no concurso 2.873 da Mega-Sena