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Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

INDEPENDÊNCIA OU MORTE?

A autonomia do Banco Central é uma bobagem? Veja como Lula lidou com o BC no passado

Presidente também criticou a forma como a autoridade monetária conduz o regime de metas de inflação e o nível da taxa de juro

Ricardo Gozzi
20 de janeiro de 2023
6:59 - atualizado às 19:02
Lula em entrevista à Globo News
Comentários de Lula sobre o Banco Central foram feitos em entrevista à Globonews. Imagem: Reprodução do Youtube

A autonomia do Banco Central há anos é motivo de discussões acaloradas entre os agentes do mercado financeiro — e também na imprensa.

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O debate parecia encerrado após a aprovação da autonomia formal do BC por lei em 2021, mas o assunto voltou à tona no início da noite de ontem.

À Globonews, em sua primeira entrevista concedida com exclusividade desde a posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva qualificou como “bobagem” a autonomia do Banco Central.

Aproveitou ainda para criticar a forma como a autoridade monetária conduz o regime de metas de inflação e o nível das taxas de juros. Segundo o presidente, a situação força um arrocho na economia.

O comentário pressionou os mercados na quinta-feira (19). Entretanto, como Lula nunca fez exatamente questão de esconder sua opinião a respeito, a reação dos investidores é menos exacerbada do que muitos temiam antes da abertura do pregão — tanto a bolsa como o dólar conseguiram fechar o dia com ganhos.

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A diferença entre independência e autonomia do Banco Central

Antes de prosseguir é necessário fazer um esclarecimento. Embora muita gente afirme que o Brasil dispõe de um banco central independente, o termo é usado incorretamente.

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Tanto no caso de independência quanto no de autonomia, as decisões da autoridade monetária não podem ser revertidas pelo governo. Mas há diferenças importantes.

Um banco central é independente quando tem poder de decidir suas próprias metas e objetivos, além de liberdade operacional.

É o caso do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Mas isso não significa que o Fed não preste contas à sociedade.

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A supervisão do trabalho da autoridade monetária cabe ao Congresso dos Estados Unidos, motivo pelo qual o presidente do Fed é chamado semestralmente a depor perante comissões da Câmara e do Senado.

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Já a autonomia refere-se à liberdade da autoridade monetária para atingir suas metas. Entretanto, as metas não são definidas pelo próprio banco central.

No Brasil, por exemplo, a meta de inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com a posse de Lula, o CMN voltou a ser composto por um representante do Ministério da Fazenda, um do Ministério do Planejamento e um do Banco Central.

Após a aprovação da lei que deu autonomia ao BC brasileiro, os mandatos do presidente da autoridade monetária deixaram de coincidir com os do presidente da República.

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Isso significa que Lula terá de conviver com Roberto Campos Neto, indicado ao cargo por Jair Bolsonaro, até o fim de 2024.

Onde o banco central é autônomo ou independente

Além do Brasil e dos EUA, apenas algumas dezenas de países mantêm seus respectivos bancos centrais como entidades autônomas ou independentes. São eles, por ordem alfabética:

  • África do Sul
  • Albânia
  • Armênia
  • Chile
  • Colômbia
  • Coreia do Sul
  • Filipinas
  • Gana
  • Geórgia
  • Indonésia
  • Islândia
  • Israel
  • Japão
  • México
  • Nova Zelândia
  • Peru
  • Polônia
  • Reino Unido
  • República Checa
  • Romênia
  • Rússia
  • Suécia
  • Suíça
  • Tailândia
  • Turquia
  • Zona do euro

A repercussão dos comentários de Lula

Na noite de quarta-feira, logo depois da veiculação da entrevista, analistas de mercado passaram a divulgar comentários e opiniões sobre as declarações de Lula.

“A inflação e os juros não estão altos devido à independência do BC”, escreveu Sergio Goldenstein, ex-chefe do departamento de mercado aberto do Banco Central, em sua conta no Twitter.

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“Refletem principalmente a combinação do erro anterior de reduzir a Selic para 2%, dos choques de oferta, da perda de credibilidade do arcabouço fiscal no governo anterior e das incertezas fiscais atuais”, prossegue ele.

Vale a pena ler o fio completo.

https://twitter.com/sgoldenstein/status/1615859379953176577

“É o tipo de discurso que, mesmo não se concretizando, já mostra efeitos no dólar, expulsando investidores e sustentando taxas de juros em níveis bem acima do necessário para controlar uma inflação que já mostra sinais de recuo”, comentou por sua vez Beto Saadia, economista e sócio da BRA BS.

Melhor, pior ou diferente?

O fato é que se trata de um debate acalorado sobre um tema árido. Num extremo, há os que defendem uma autonomia próxima da total independência. O objetivo principal seria evitar interferências políticas indesejadas.

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No outro lado, há quem não veja sentido em dissociar a autoridade monetária dos objetivos de um governo eleito pelo voto.

No meio do caminho, há quem pondere que o que faz a diferença não é a autonomia em si, mas a forma com que o Banco Central se comporta diante dos desafios econômicos que lhe são impostos.

Lula concedeu autonomia informal ao Banco Central

Embora tenha manifestado críticas à condução da política monetária, Lula concedeu ampla autonomia a Henrique Meirelles à frente do Banco Central entre 2003 e 2010.

Não se tratava de autonomia formal, mas Meirelles tinha espaço para trabalhar com liberdade.

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Em meio à crise financeira desencadeada pela quebra do banco Lehmann Brothers, em 2008, Meirelles conseguiu manter a inflação sob controle e ao mesmo tempo baixar os juros.

Em meio à repercussão da entrevista à Globonews, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, assegurou que Lula não vai mudar de postura agora.

https://twitter.com/padilhando/status/1616134001131139075

Dilma tentou baixar os juros na marra

Ao suceder Lula, Dilma Rousseff nomeou Alexandre Tombini presidente do BC. Ao contrário de seu antecessor, Dilma optou por manter o Banco Central praticamente sob o comando do Palácio do Planalto.

Prevalecia na época a convicção de que a taxa Selic estava alta demais e Tombini tentou baixar o juro na marra. De outubro de 2012 a abril de 2013, a Selic permaneceu em 7,25% ao ano, a mínima histórica até então.

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No mercado, porém, a percepção era de que os preços estavam represados e não era seguro baixar demais o juro.

Tudo isso se juntou ao fim do ciclo de commodities na China, a uma crise fiscal na Europa e à falta de interesse dos empresários brasileiros em investir mesmo com os juros em níveis historicamente baixos.

Bolsonaro assinou a autonomia do Banco Central

De qualquer modo, tanto sob Lula quanto sob Dilma, o BC era uma autarquia federal subordinada aos interesses do Palácio do Planalto.

A autonomia formal do Banco Central foi decidida no governo Jair Bolsonaro, que mais tarde disse ter se arrependido da decisão.

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O BC ganhou autonomia em fevereiro de 2021. Na ocasião, a taxa Selic encontrava-se em 2,00% ao ano. Um recorde histórico que não será batido tão cedo.

Por coincidência ou não, já na reunião seguinte, o Comitê de Política Monetária do BC deflagrou o ciclo de aperto monetário que levou a Selic aos atuais 13,75% ao ano.

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