🔴 HERANÇA EM VIDA? NOVO EPISÓDIO DE A DINHEIRISTA! VEJA AQUI

Flavia Alemi
Flavia Alemi
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pela FIA. Trabalhou na Agência Estado/Broadcast e na S&P Global Platts.
Segue o jogo

Atos golpistas em Brasília não mudaram otimismo do investidor estrangeiro com o Brasil – pelo menos por enquanto

Ataques do último domingo (8) foram lidos como evento isolado e reação fortaleceu Lula. Gringos seguem de olho na agenda econômica

Flavia Alemi
Flavia Alemi
11 de janeiro de 2023
14:00 - atualizado às 17:59
Montagem mostra rostos estampados em cédulas de moda estrangeira | ações estrangeiras | estrangeiro
Imagem: Shutterstock

Desde o começo de 2022, já se notava uma diferença nas preferências políticas do investidor local em comparação ao estrangeiro.

Enquanto boa parte dos representantes brasileiros do mercado financeiro doméstico mantinha o casamento político-ideológico com Jair Bolsonaro (PL), os gringos preferiam flertar com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Estrangeiros preferem Lula a Bolsonaro. Sou acusado de petista quando digo isso, mas não matem o mensageiro", disse inúmeras vezes Rogério Xavier, um dos nomes mais respeitados do mercado — e responsável pelo X no nome da gestora SPX.

Essa postura mais condescendente dos investidores globais em relação ao novo governo foi colocada à prova no último domingo, em meio aos atos golpistas que assolaram a Praça dos Três Poderes em Brasília. Mas, em linhas gerais, tudo segue como antes — a confiança não foi golpeada.

Leia mais:

Para o estrangeiro, a resposta firme do Executivo, Legislativo e Judiciário contra a barbárie vista nas invasões reforçou a solidez da democracia brasileira, uma vez que até mesmo políticos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro repudiaram a baderna.

Quer uma prova? Na sessão da segunda-feira (9), pós-tentativa de golpe, os investidores internacionais ingressaram com R$ 400 milhões na B3 — as cenas de destruição rodaram o mundo, mas não frearam o fluxo estrangeiro.

Os investidores institucionais, por sua vez, retiraram R$ 307 milhões, e os individuais, R$ 152 milhões — duas categorias que são formadas quase que inteiramente por brasileiros. O Ibovespa ficou praticamente estável na segunda, fechando em leve alta de 0,15%; o dólar avançou 0,40%. 

Além disso, um dos principais medidores de risco-país, o Credit Default Swap (CDS) de 5 anos — que vem em trajetória de queda desde o fim das eleições —, continuou em baixa nesta semana, indicando que a chance de o Brasil não honrar suas dívidas reduziu.

Mais que isso, as análises dão conta de que não só a democracia, mas o presidente Lula em si sai fortalecido. E se o petista pode fazer do limão uma limonada, como deve ficar o prognóstico para a economia e o mercado financeiro, do ponto de vista dos investidores estrangeiros?

A fim de entender esse sentimento após os atos de domingo, o Seu Dinheiro foi atrás de fontes ligadas ao investimento estrangeiro que pudessem interpretar os últimos acontecimentos.

Estrangeiro vê evento isolado

A principal preocupação expressada pelos gringos era a possibilidade de uma reação em cadeia dos atos golpistas.

Apesar de não ser possível dizer que esse risco esteja completamente descartado, dado que os apoiadores de Bolsonaro seguem convocando novas manifestações, a impressão dos investidores é a de que os ataques de domingo foram um evento isolado, que foi contido pelas autoridades e repudiado pela sociedade civil.

Para Daniela da Costa-Bulthuis, gestora para o Brasil da holandesa Robeco, uma das maiores casas de investimentos da Europa, os eventos de domingo não mudaram a percepção dos investidores estrangeiros sobre o Brasil.

“Na verdade, até reforça a visão de que o Brasil é uma democracia e que a sociedade valoriza suas instituições”, afirmou Daniela ao Seu Dinheiro.

Ela destaca, também, que os atos podem levar o governo Lula a juntar mais aliados no Congresso.

Na visão do economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson, a ameaça à presidência de Lula poderia fazê-lo abraçar as pautas mais à esquerda da sua agenda econômica, como maiores gastos com bem-estar social, um papel maior do Estado na economia e uma atuação reduzida das forças de mercado.

Mas o fato de Lula ter pedido aos seus ministros para manter a agenda de anúncios do novo governo pode ter contribuído para acalmar os investidores.

“O governo, aparentemente, não vai usar esse evento para postergar o anúncio de medidas de ajuste, e é isso que o mercado espera. A questão fiscal, das reformas, continua sendo a variável chave para o estrangeiro”, disse Paulo Clini, diretor de investimentos da Western Asset.

Novos problemas, antigos desafios

A invasão dos palácios dos três poderes da República encontra paralelos com a do Capitólio dos Estados Unidos, ocorrida há dois anos: ambas foram organizadas e financiadas por opositores do governo recém-eleito, inconformados com a derrota nas urnas.

Devido às semelhanças embrionárias entre os dois ataques, o investidor estrangeiro espera também que a reação da economia e dos mercados seja parecida com o que houve por lá.

“Naquela ocasião, depois do evento, as consequências econômicas para o crescimento dos EUA foram quase nulas, não houve um impacto relevante. Então, devemos ter a mesma coisa no Brasil”, avaliou Clini.

Portanto, as preocupações continuam sendo as mesmas de antes dos protestos: a agenda econômica.

“Fala-se em estabelecer uma nova âncora fiscal, micropolíticas para fomentar a indústria, crescimento sustentável, proteção ambiental e realizar uma reforma tributária. Todos esses temas são muito atraentes para investidores globais de longo prazo que esperam ver os problemas estruturais do Brasil sendo resolvidos”, disse Daniela.

A equipe de estratégia de ações do Julius Baer aguarda por sinais de que o governo conseguirá acalmar as preocupações fiscais, o que poderia fazer as ações brasileiras se valorizarem.

Mas existe o risco de o governo Lula falhar na execução do plano e passar a tentar corrigir desequilíbrios por meio de intervenções no mercado.

“Isso aconteceu em gestões passadas e acabou em recessão. Cometer os mesmos erros do passado é o maior risco da atual administração”, avaliou a gestora da Robeco.

Unificação é dificuldade para estrangeiro

Ainda que o investidor estrangeiro refute a ideia de que os eventos de domingo sejam “divisores de águas”, ele frisa o desafio imposto ao governo Lula de promover a paz no País.

O Goldman Sachs ressalta que as tensões podem afetar a governabilidade e diz que tanto situação quanto oposição precisam trabalhar para “sanar as profundas brechas políticas e sociais abertas durante a campanha”.

Mas é importante notar que a análise dos gringos vale para um ambiente que não permitirá novas manifestações golpistas. Caso haja recorrência dos protestos violentos, a visão muda.

“Se o país ficar ainda mais dividido ou se o novo governo perder tempo aumentando a animosidade com os oponentes em vez de construir pontes e trabalhar em um plano econômico robusto, isso pode funcionar contra o ânimo dos empresários e dos investidores”, destacou Daniela.

*Colaborou Victor Aguiar

Compartilhe

TRANSAÇÕES LIMITADAS

O fim das apostas esportivas no cartão de crédito: governo define novas regras para o ‘mercado bet’

18 de abril de 2024 - 14:31

Criada em 2018, a modalidade lotérica que reúne eventos virtuais e reais vem sendo regulamentada desde o ano passado

LOTERIAS

Lotofácil tem dois ganhadores, mas ninguém fica milionário — e outra loteria vai pagar prêmio de R$ 174 milhões nesta semana

18 de abril de 2024 - 9:37

Duas apostas cravaram as 15 dezenas sorteadas no concurso 3081 da Lotofácil; confira os números que saíram na loteria

COM A PALAVRA, O CHEFE DO BC

Qual o futuro dos juros no Brasil? Campos Neto dá pistas sobre a trajetória da taxa Selic daqui para frente

17 de abril de 2024 - 20:03

O presidente do banco central falou sobre a inflação, o mercado de trabalho e sobre a trajetória da economia durante entrevista para a CNBC

Oficializou

Senado aprova isenção de imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos por mês; projeto vai à sanção presidencial

17 de abril de 2024 - 19:08

Aprovação do projeto de lei oficializa medida provisória publicada pelo governo em fevereiro; limite de isenção do imposto de renda passa para R$ 2.824

OS ARGUMENTOS DO MINISTRO

Haddad responde aos mercados sobre ruídos provocados por meta fiscal; veja o que o ministro falou

16 de abril de 2024 - 19:06

Haddad argumentou que o ajuste estabelece uma trajetória “completamente em linha” com o que se espera no médio prazo de estabilidade da dívida

REALITY SHOW

A final do BBB 24 está aí: Quanto o prêmio recorde de R$ 2,92 milhões renderia se o vencedor resolvesse viver de renda?

16 de abril de 2024 - 18:29

O Big Brother Brasil pagará o maior prêmio da história na final desta edição, com Davi, Isabelle e Matheus na disputa. Mas é possível viver apenas com a bolada?

DE OLHO NAS REDES

Petrobras (PETR4) é uma das melhores petroleiras do mundo, mas ‘risco Lula’ empaca: “ações podem desabar da noite pro dia” — o que fazer com os papéis? 

16 de abril de 2024 - 15:51

“Se você focar apenas em resultados, a Petrobras (PETR4) é uma das melhores petroleiras do mundo”. É assim que o analista Ruy Hungria começa sua participação no mais recente episódio do podcast Touros e Ursos. Ele explica que a estatal tem margens até melhores do que as gigantes do setor — como Chevron, Exxon e […]

NAS ALTURAS

Dólar em R$ 5,28: os dois eventos que fizeram a moeda norte-americana atingir o maior patamar em mais de um ano

16 de abril de 2024 - 11:44

Entenda por que os investidores buscam abrigo em ativos considerados porto seguro como o ouro e os títulos do Tesouro dos EUA

LOTERIAS

Lotofácil: Apostador “virtual” fatura prêmio milionário sozinho; Mega Sena sorteia hoje bolada de R$ 66 milhões

16 de abril de 2024 - 9:39

Enquanto a Quina e a Lotomania acumularam, a Lotofácil registrou um vencedor ontem. Confira os números sorteados nas principais loterias da Caixa Econômica Federal

SHINE BRIGHT

Ouro a US$ 3 mil: por que o Citi enxerga disparada de 26% do metal precioso — e nem tudo tem a ver com as guerras

16 de abril de 2024 - 9:02

Para os especialistas do Citigroup, a commodity deve ser impulsionada pelo aumento da demanda dos investidores institucionais e dos bancos centrais

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar